O presidente russo disse que quer continuar o diálogo e que ele é "sempre melhor que a guerra". Também ressaltou que os dois países têm muitas áreas de cooperação e que a cúpula que estava marcada entre ele e o presidente americano em Budapeste, "provavelmente" foi apenas "adiada".
Sobre ataques que vêm ocorrendo no interior do país, ele garantiu:
Governo russo diz que EUA são inimigos e 'entraram de vez no caminho da guerra'
As sanções econômicas foram adotadas após o cancelamento de um novo encontro entre Trump e Putin para discutir o fim da guerra da Ucrânia, que completará quatro anos em fevereiro, e podem conotar certa frustração do presidente dos EUA com a dificuldade de negociar com o líder russo.
Dmitry Medvedev dá entrevista coletiva durante visita oficial a Le Havre, oeste da França, em 24 de junho de 2019 — Foto: Loïc Venance/AFP
Trump condiciona sanções à Rússia a fim de compra de petróleo pela Otan
As sanções econômicas impostas pelo governo dos EUA à Rússia na quarta-feira (22) atingiram as petrolíferas russas Lukoil e Rosneft — as maiores do país. A medida inclui o bloqueio de bens e a proibição de transações das empresas e de suas subsidiárias, segundo nota divulgada pelo Tesouro dos EUA.
Esta foi a primeira rodada de sanções aplicada à Rússia devido à guerra contra a Ucrânia no segundo mandato de Donald Trump.
O texto afirma que “todos os bens e interesses em bens” relacionados às duas empresas e que estejam nos EUA ou sob posse ou controle de pessoas em território norte-americano “estão bloqueados e devem ser comunicados à OFAC [Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros dos EUA]”.
As sanções marcam uma mudança significativa na política de Trump, que até então não havia imposto restrições à Rússia por causa da guerra, optando por se basear em medidas comerciais. No início deste ano, ele aplicou tarifas adicionais de 25% sobre produtos da Índia em retaliação à compra de petróleo russo com desconto.
A União Europeia (UE) aprovou também na quarta-feira o 19° pacote de sanções contra Moscou, que incluíram a proibição de importações de gás natural liquefeito russo. Na semana passada, o Reino Unido já havia sancionado as petrolíferas Lukoil e Rosneft.
Reunião Trump-Putin frustrada
Foto de 15 de agosto de 2025 - Putin e Trump durante cúpula no Alasca — Foto: REUTERS/Kevin Lamarque
Trump busca terminar rapidamente a guerra na Ucrânia, mas enfrenta diversas dificuldades por conta da complexidade do conflito e das negociações.
Após meses de diplomacia estagnada, ele conversou na semana passada com o presidente Putin e anunciou planos para uma reunião em Budapeste, na Hungria, que ocorreria nas próximas semanas.
No entanto, após uma ligação telefônica na segunda-feira (20) entre os chefes da diplomacia dos dois países, a Casa Branca informou que Trump não tem planos de se reunir com Putin “no futuro imediato”.
O presidente americano disse que não quer “ter uma reunião desperdiçada”, algo que, segundo o Kremlin, Putin também busca evitar. Autoridades russas afirmaram, no entanto, que os preparativos para o encontro continuam.
"As datas ainda não foram definidas, mas é necessária uma preparação completa antes disso, e isso leva tempo", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
Uma autoridade dos EUA declarou que a reunião não foi cancelada, mas que Washington está focado, por enquanto, na próxima viagem de Trump à Ásia.
O impasse ocorre depois que a Rússia reiterou aos EUA seus termos para um possível acordo de paz, incluindo a exigência de que a Ucrânia ceda o controle total da região de Donbas, disseram três fontes à Reuters.
A posição contrasta com a proposta de Trump, feita na semana passada, de que as negociações deveriam se basear nas linhas de frente atuais.
O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, disse à agência estatal RIA que não poderia confirmar se Moscou havia transmitido sua posição, como relatado pela Reuters.
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