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Mármores de Elgin no Museu Britânico
Há 22 minutos
À medida que as nações europeias construíram impérios em todo o mundo, elas adquiriram muitos tesouros que agora estão expostos em seus museus.
Recentemente, alguns desses elementos foram contestados e devolvidos aos seus proprietários originais - incluindo os Bronzes do Benin e o Canhão de Kandy.
Já alguns outros itens são frágeis demais para serem devolvidos - como o cocar do rei asteca Montezuma.
O que são os Mármores de Elgin?
Os Mármores de Elgin - ou Esculturas do Partenon - são mais de 30 esculturas de pedra da Grécia Antiga mantidas no Museu Britânico e que datam de mais de 2.000 anos.
A maioria vem do Partenon de Atenas, um templo construído pelos antigos gregos no século V aC.
Algumas esculturas vieram do Tesouro de Atreu em Micenas, que foi construído entre 1300 e 1250 aC, o que indica que elas têm mais de 3.000 anos.
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Crédito, Trustees of the British Museum
Estátua de mármore segue em exposição no Museu Britânico
Os Mármores foram levados no início do século XIX pelo diplomata britânico, Lord Elgin, com a permissão do Império Otomano, que governava Atenas na época.
Elgin disse que as esculturas precisavam ser salvas de uma "destruição iminente e inevitável".
Em 1816, o Parlamento Britânico decidiu que esse material tinha sido adquirido legalmente e mais tarde aprovou uma lei que tornava o Museu Britânico seu proprietário.
Os mármores de Elgin representam cerca de metade de todas as esculturas sobreviventes do Partenon. O resto está em Atenas.
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Crédito, Getty Images
Algumas esculturas levadas da Grécia foram originalmente criadas como parte do templo do Partenon em Atenas
Por que o Reino Unido não devolve os Mármores à Grécia?
Em 1983, a Grécia pediu formalmente pela primeira vez a devolução dos Mármores de Elgin. Porém, os britânicos recusaram o pedido.
Em 2009, foi construído um museu ao pé da Acrópole com espaço reservado para os artefatos levados pelo Reino Unido.
Recentemente, o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, se recusou a se encontrar com o premiê grego, Kyriakos Mitsotakis, depois de Mitsotakis ter dito publicamente que os mármores de Elgin tinham sido "claramente roubados" e ter feito repetidos apelos para a devolução das peças.
O Reino Unido afirma que não há planos para devolver os Mármores à Grécia. E argumenta que quatro milhões de pessoas de todo o mundo veem essas esculturas todos os anos no Museu Britânico.
No entanto, os administradores do museu têm demonstrado que estão abertos a negociar a devolução temporária de algumas das esculturas a Atenas, em troca de outros artefatos antigos mantidos em museus gregos.
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Crédito, Getty Images
Um possível acordo entre a Grã-Bretanha e a Grécia poderia fazer com que obras-primas como a máscara de Agamenon pudessem permanecer um período no Reino Unido
Quais museus estão devolvendo seus Bronzes do Benin?
Os Bronzes do Benin são milhares de esculturas, placas e entalhes em metal feitos entre os séculos XV e XIX.
Eles foram capturados pelas tropas britânicas em 1897, durante o saque da cidade de Benin, na atual Nigéria.
Muitos foram posteriormente leiloados em Londres e alguns foram comprados por colecionadores de todo o mundo.
A Comissão Nacional de Museus e Monumentos da Nigéria emitiu pedidos formais de repatriação dos bronzes para museus de todo o mundo.
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Crédito, Horniman Museum and Gardens
Esta placa que representa Oba Orhogbua (por volta de 1550-1578) é um dos seis objetos que já foram devolvidos à Nigéria pelo Museu Horniman de Londres
Em novembro de 2022, o Museu Horniman de Londres concordou em entregar 72 itens, incluindo alguns Bronzes do Benin.
O diretor Nick Merriman disse que "não havia dúvida de que foram saqueados - então havia um argumento moral para sua devolução".
No mês seguinte, a Universidade de Cambridge concordou em devolver 116 bronzes, e a Alemanha devolveu 22 bronzes que possuía.
A partir de 2026, os bronzes devolvidos serão exibidos no Museu Edo de Arte da África Ocidental, na cidade de Benin.
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Crédito, AFP
Os Bronzes do Benin foram alguns dos itens devolvidos por Museu de Londres
Mais bronzes permanecem nos arquivos de outros museus do Reino Unido, incluindo o Museu Britânico, que possui a maior coleção individual de cerca de 900 objetos.
O argumento para isso é de que a legislação do Museu Britânico de 1963 impede a sua devolução.
Quem está devolvendo o canhão de Kandy saqueado?
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Crédito, Rijksmuseum
O famoso canhão de Kandy é um dos seis objetos que o Rijksmuseum de Amsterdã afirma que serão devolvidos
Em julho de 2023, o governo holandês disse que o Rijksmuseum, o museu nacional, devolveria o canhão cerimonial de Kandy ao Sri Lanka.
A peça havia sido saqueada pelas tropas da Companhia Holandesa das Índias Orientais em 1765, junto com outros cinco itens.
Por que o cocar de Montezuma não pode voltar para o México?
Durante anos, o governo do México fez lobby pela devolução de um cocar que se acredita ter pertencido ao rei asteca Montezuma.
Com quase 1 m de largura, é feito de mais de 450 penas verdes brilhantes e atualmente é mantido pelo Museu de Etnologia da capital austríaca, Viena.
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Crédito, Getty Images
O cocar do rei asteca Montezuma Xocoyotzin (1466-1520)
Alguns acreditam que foi um presente de Montezuma ao conquistador espanhol do século XVI, Hernán Cortés. Outros argumentam que é um cocar usado pelos sacerdotes astecas da época.
O governo austríaco não estava disposto a deixá-lo retornar ao México porque a lei mexicana determinava que o objeto teria de permanecer no país para sempre, caso algum dia regressasse.
Em 2012, o México alterou as regras e a Áustria concordou em devolvê-lo temporariamente.
No entanto, os especialistas do museu concluíram então que transportar o cocar para o México danificaria irreparavelmente as penas.
Como "compensação", o Museu Etnográfico de Viena oferece entrada gratuita a todos os cidadãos mexicanos que o visitem.
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