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Quais são os minerais que Trump exigiu da Ucrânia em acordo – e por que são tão importantes

O acordo foi assinado após meses de negociação tensa entre os países. Ele é visto como uma estratégia do presidente americano, Donald Trump, de reduzir a dependência das importações da China, além de recuperar os bilhões de dólares enviados aos ucranianos durante o conflito com a Rússia de Vladimir Putin.

Com o tratado, Trump passa a ter um interesse direto na estabilidade da Ucrânia e o fim do conflito no leste europeu. Ele tem buscado mediar a paz entre os dois países. Apesar de o acordo não prever garantias de segurança à Ucrânia, os americanos poderiam agir em defesa de seus investimentos.

Entenda nos tópicos abaixo (clique para seguir o conteúdo):

O que são as terras raras e quais são os minerais encontrados nelas

As terras raras são um grupo de elementos químicos normalmente encontrados na natureza misturados a minérios de difícil extração. Entre os elementos há: escândio, ítrio, cério e praseodímio.

  • ferro;
  • manganês;
  • urânio;
  • titânio;
  • lítio; e
  • minérios de zircônio.

Na Ucrânia, boa parte dessas reservas está no leste, em regiões como Donetsk, Luhansk e Dnipropetrovsk. Essas áreas foram fortemente afetadas pela guerra com a Rússia.

Qual é a importância das terras raras para a indústria

Esses minerais são conhecidos como o 'ouro do século 21'. Eles são cobiçados por grandes grupos da indústria, principalmente para a fabricação de componentes elétricos, como os de smartphones.

Os elementos também são essenciais na fabricação de baterias, equipamentos médicos, armas e componentes da indústria aeroespacial.

Esses recursos representam quase metade do Produto Interno Bruto (PIB) da Ucrânia e dois terços das exportações do país.

Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, encontra-se com o presidente dos EUA, Donald Trump, no funeral do Papa Francisco na Basílica de São Pedro, no Vaticano. — Foto: SERVIÇO DE IMPRENSA PRESIDENCIAL DA UCRANIA / AFP

O que prevê o acordo entre EUA e Ucrânia

Está prevista também a criação de um fundo conjunto entre os Estados Unidos e a Ucrânia para financiar projetos de reconstrução. Ele será abastecido com 50% dos lucros e royalties que o governo ucraniano receber de novas permissões para exploração dos recursos naturais.

Apenas a ajuda militar concedida após a assinatura do pacto contará na cota americana. A assistência prestada antes do acordo não será considerada.

O texto final também não entra em conflito com o processo de adesão da Ucrânia à União Europeia — ponto considerado essencial por Kiev.

Desde que voltou à presidência dos EUA, Trump tem buscado mediar a paz entre os ucranianos e os russos. Segundo a agência de notícias Reuters, o acordo não prevê explicitamente garantia alguma de segurança para a Ucrânia.

No entanto, a Casa Branca argumenta que o investimento dará aos Estados Unidos uma participação implícita na defesa da Ucrânia. Isso poderá dissuadir o exército russo de realizar novos ataques, por medo de que os EUA retaliem para proteger o seu investimento.

O que Trump e os EUA ganham com o tratado

Trump pressionava o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, por um acordo desde fevereiro. Eles chegaram a bater boca durante um encontro na Casa Branca para discutir o assunto.

Os recursos representam um interesse estratégico para os EUA, já que 80% dos minerais raros usados na indústria americana vêm da China.

A exploração dos solos ucranianos permitiria aos EUA uma menor dependência do mercado chinês. Consequentemente, esses materiais também interessam aos europeus pelas mesmas razões.

Trump também já afirmou que o pacto é uma forma de fazer com que a Ucrânia reembolse os EUA pelos bilhões de dólares enviados em ajuda militar e financeira durante o conflito com a Rússia, que começou em 2022.

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