Qual tipo de processador o notebook precisa ter para ser bom? Veja tipos

Também conhecido como CPU, Central Processing Unit ou Unidade Central de Processamento em português, o processador funciona como o núcleo responsável por interpretar instruções, executar cálculos e coordenar todas as operações do sistema, garantindo que os programas e tarefas sejam realizados de forma rápida e eficiente. Em resumo, a analogia com o cérebro humano faz sentido, pois é o processador que direciona, calcula e organiza todas as ações que o computador realiza, assim como o principal órgão do nosso sistema nervoso central.

As propriedades dos processadores indicam o nível de desempenho que eles podem entregar em tarefas específicas e incluem fatores como número de núcleos, frequência, geração, litografia e cache. Os núcleos determinam quantas tarefas o chip consegue executar ao mesmo tempo, enquanto a frequência indica a velocidade com que essas operações são realizadas. A geração revela o quanto o processador é atualizado em termos de eficiência e recursos, e a litografia mostra o tamanho dos transistores, influenciando consumo de energia e aquecimento. Já a memória cache funciona como um acesso rápido para dados usados com frequência, ajudando a acelerar o processamento.

Os chips da série M da Apple (M1, M2, M3, M4) usam arquitetura ARM e são projetados para oferecer alto desempenho com baixo consumo de energia. Eles integram CPU, GPU e outros componentes no mesmo chip (SoC), garantindo fluidez, eficiência térmica e ótima autonomia de bateria. Funcionam exclusivamente em iMac e MacBooks e entregam excelente desempenho, mesmo em tarefas pesadas.

A Intel é uma das marcas mais tradicionais e populares, conhecida pela linha Core (i3, i5, i7, i9). Seus processadores usam arquitetura x86 e são amplamente encontrados em notebooks e desktops de diversas faixas de preço. Costumam oferecer desempenho consistente, boa compatibilidade e versões voltadas tanto para eficiência (linha U) quanto para alto desempenho (linha H).

A AMD disputa diretamente com a Intel e ganhou destaque com a linha Ryzen, oferecendo ótimo desempenho e custo-benefício. Os chips Ryzen, especialmente das séries mais recentes, entregam boa performance multitarefa e eficiência energética. A marca também produz GPUs, mas no segmento de notebooks seus processadores com gráficos integrados (Radeon) são bastante sólidos. Ganhou má reputação anos atrás por uma linha em específico que esquentava muito, mas as versões atuais passam longe de ter problemas com temperatura.

Ao pesquisar modelos de processadores, muitos usuários já devem ter se deparado com uma nomenclatura que se assemelha a uma sopa de letrinhas. Apesar dos caracteres que dão nome aos processadores parecerem frutos de uma digitação aleatória, eles escondem especificações importantes a respeito dos modelos. Veja a seguir a decupagem dos números e letras das nomenclaturas para saber o que significam na Intel e na AMD.

Utilizando como exemplo o Intel Core i7-1360P:

Utilizando como exemplo o Ryzen 5 7530U:

Para atender bem a tarefas simples, como navegação, estudos, streaming e uso de aplicativos de escritório, um processador precisa apenas de especificações básicas intermediárias com 4 núcleos, frequência entre 2,0 e 3,5 GHz e uma geração recente que garanta eficiência e compatibilidade. Gráficos integrados comuns também são suficientes, já que não há demanda por processamento visual pesado.

Investir em um processador muito avançado nesse cenário pode ser desnecessário, pois pois o desempenho extra não será aproveitado no uso cotidiano, resultando apenas em gasto maior sem benefícios muito perceptíveis. Esse perfil de uso pode ser bem atendido por modelos com o nível de desempenho Intel Core i3 ou AMD Ryzen 3 com placa de vídeo integrada.

Quem usa o notebook para trabalhar e precisa manter diversos programas rodando simultâneamente, precisa optar por um processador com especificações capazes de lidar com alta carga multitarefa sem quedas de desempenho. Em média, recomenda-se buscar modelos com 6 a 8 núcleos e suporte a 12 a 16 threads, já que essa combinação permite distribuir diferentes tarefas entre vários núcleos.

A frequência base entre 2,5 e 3,5 GHz, com turbo acima de 4,0 GHz, garante respostas rápidas ao alternar entre janelas e processos. Para atender à esse panorama AMD Ryzen 5 e Intel Core i5 com placas de vídeo integrada geralmente dão conta do recado.

Para jogar com bom desempenho, o ideal é escolher um processador que ofereça pelo menos 6 a 8 núcleos e 12 a 16 threads, além de frequência base acima de 3,5 GHz e boost que ultrapasse 4,5 GHz, pois esses valores garantem fluidez nos jogos atuais e deixam espaço para rodar outras aplicações simultaneamente. Também é importante optar por modelos de arquiteturas recentes, geralmente lançadas nos últimos 2 a 3 anos, já que elas trazem melhorias significativas em eficiência e desempenho por núcleo — um fator crucial para jogos competitivos e AAA.

Nesse nível de exigência, é preciso saber dosar as opções de acordo com o orçamento disponível. Contudo, processadores da Intel a partir do i7 da 11ª geração e opções da AMD Ryzen como o Ryzen 7 5800X3D podem dar conta do recado. Além disso, para aproveitar de verdade o que o processador entrega, o ideal é utilizá-lo com uma placa de vídeo dedicada, pois é ela que realiza os cálculos gráficos pesados.

Ainda que o mercado de jogos seja bem aquecido e passe a ideia de ser o nicho que mais exija de um processador, é na edição de vídeos e design que o componente realmente trabalha no limite. Tarefas como aplicar efeitos, processar camadas, misturar áudio e sincronizar trilhas fazem com que a edição de vídeos seja um desafio para o processador. No que diz respeito a design, a operação de programas pesados voltados para renderização 3D como o Blender, Maya, 3ds Max, Cinema 4D, ainda que possam ser acelerados muitas vezes por uma placa de vídeo dedicada, podem ter a sua fluidez prejudicada, caso não estejam apoiados por um processador que aguente o tranco.

Falando em números, o ideal é buscar um processador com no mínimo 8 núcleos e 16 threads, pertencente a uma geração recente. Frequências altas, na casa dos 3,0 GHz ou mais (com turbo acima de 4,5 GHz), também ajudam a garantir responsividade. Intel Core i7/i9 de 12ª geração em diante, AMD Ryzen 7/9 e da série 5.000 em diante podem compor um bom notebook para atender a tarefas que envolvam edição de vídeos e design.

Equipado com 6 núcleos e 12 threads, o Intel Core I5-12400 é um dos chips que melhor equilibram desempenho e investimento no mercado. Uma excelente opção para quem busca um notebook com uso versátil, o componente tem velocidades de clock que podem atingir 4,4 GHz e placa integrada com a Intel UHD Graphics 730, especificações boas o suficiente para a maioria das tarefas, com exceção de jogos muito exigentes e programas muito pesados rodando simultaneamente.

Com arquitetura Raptor Lake de 13ª geração, o Core i9 14900k é mais um processador desenvolvido pela Intel. O componente conta com 8 núcleos de desempenho e 16 de eficiência para atingir 3,2 GHz de velocidade de base e 5,6 GHz no modo turbo. Através da tecnologia Turbo Boost Max Technology 3.0, o processador pode elevar o seu desempenho até o 6,0 GHz. Sites especializados em Bechmark, apontam que o desempenho do componente é bastante sólido tanto durante a execução de softwares criativos quanto rodando jogos.

Equipado com oito núcleos e 16 threads baseado em processo de 5 nm, o AMD Ryzen 7 7800X3D é uma opção intermediária que pode atender a todos os tipos de uso, principalmente em jogos. Isso porque ele vem equipado com a tecnologia SRAM empilhada em 3D de ponta, chamada 3D V-Cache, para permitir um total de 104 MB de cache L3 que desbloqueia um sólido desempenho para os gamers. Quanto a velocidade, ele parte de clock base de 4,2 GHz, podendo atingir até 5 GHz.

Disponível exclusivamente em MacBooks no segmento de notebooks, o M3 aparece como uma das principais soluções quando o assunto é equilibrar consumo e desempenho. O dispositivo conta 25 bilhões de transistores, oito núcleos, composta de quatro núcleos de desempenho e quatro núcleos de eficiência, e pode alcançar uma velocidade 35% maior que o chip da primeira geração de processadores da empresa. A placa de vídeo integrada possui um total de 10 núcleos, podendo entregar um bom desempenho mesmo em jogos, o chip seja mais indicado para quem busca alta performance em tarefas profissionais diárias.

A Qualcomm vem se destacando entre as fabricantes de notebook desde o ano passado quando lançou o chip Snapdragon X1 Elite. Desenvolvido para integrar notebooks ultra-leves de uso diário, o componente conta com a placa gráfica Adreno, que pode rodar bem jogos em 1080p ou alguns AAA antigos. O componente também vem equipado com uma Unidade de Processamento Neural (NPU) que é especializada em acelerar tarefas de inteligência artificial. Em termos de especificações gerais, a solução da Qualcomm conta com 12 núcleos E velocidade de clock de até 4,2 GHz.