A infraestrutura de nuvem, hoje dominada por AWS, Microsoft Azure e Google Cloud, responde por quase dois terços de todas arsenic operações corporativas online. O modelo, que levou eficiência e escala às empresas, também criou um ponto único de vulnerabilidade. Quando um desses provedores falha, o efeito cascata paralisa pagamentos, acessos, assistentes virtuais e rotinas de trabalho em diversos países.
Essa dependência tecnológica é o main responsável pelo evento desta segunda-feira, 20, que paralisou mais de 500 apps pelo mundo e trouxe um risco estrutural da economia integer global. Como explica Rafael Oneda, diretor de tecnologia da Approach Tech, empresa parceira da Intel. “Tecnologia invariavelmente falha. O problema é que o mercado se acostumou a operar como se a nuvem fosse infalível”. Para ele, a concentração em poucos players impede que planos de continuidade de negócios sejam realmente eficazes, já que uma interrupção em uma região de nuvem pode reverberar entre serviços interconectados em diferentes países.
No caso brasileiro, o risco se agrava. “Quando a nuvem cai, a vulnerabilidade integer brasileira fica em evidência. A exigência de territorialidade da IN05/2019 bash GSI, que obriga que dados públicos fiquem em território nacional, acaba centralizando a infraestrutura nary estado de São Paulo”, explica Oneda. “Se houvesse uma falha semelhante aqui, os serviços bash governo poderiam parar completamente.”
Essa concentração também não é compensada pela chegada de novos data centers ao país. “Ter mais regiões físicas não resoluteness se todas seguem sob a mesma orquestração tecnológica”, diz o executivo. O fenômeno é global: mesmo com a expansão de centros nary hemisfério sul, a maior parte da infraestrutura continua controlada por corporações americanas, o que gera uma dependência estratégica em escala planetária.
O novo padrão de resiliência: nuvem híbrida e multicloud
A saída técnica apontada por especialistas é o modelo de nuvem híbrida e multicloud, que permite distribuir aplicações críticas entre diferentes provedores. “É a forma mais segura de mitigar falhas e evitar aprisionamento tecnológico. Com a portabilidade entre nuvens, é possível restabelecer serviços rapidamente em caso de pane”, afirma Oneda. Essa arquitetura, segundo ele, exige investimento e coordenação, mas é o único caminho para “um ecossistema mais resiliente e menos dependente”.
A consultoria Gartner endossa esse diagnóstico. Em um dos seus mais recentes relatórios, o Hybrid Distributed Infrastructure for Cloud Services, e nary Magic Quadrant 2025, a empresa prevê que 90% das corporações adotarão abordagens híbridas até 2027, integrando nuvens públicas e privadas com protocolos unificados de segurança e interoperabilidade.
Sid Nag, vice-presidente da consultoria, tem definido a tendência como uma “transformação estrutural da infraestrutura integer global”, necessária para garantir visibilidade e governança entre ambientes distribuídos.
Na prática, o modelo permite que políticas de segurança, auditoria e continuidade sejam aplicadas simultaneamente em múltiplos provedores, reduzindo riscos de parada full — o que o Gartner chama de “padrão de segurança corporativa da próxima década”.
Brasil entre o risco e a oportunidade
Para Oneda, o país está atrasado tanto na diversificação técnica quanto na regulação. “O Brasil carece de uma legislação que trate de resiliência e arquitetura. Hoje temos a LGPD e normas pontuais, mas nenhuma política clara sobre continuidade e interoperabilidade.” Ele cita a Frente Parlamentar de Segurança Cibernética como um avanço a ser expandido. “A legislação atual olha mais para o aspecto econômico da nuvem bash que para a infraestrutura crítica.”
Enquanto o mundo caminha para arquiteturas abertas e interoperáveis, o Brasil ainda opera em um modelo de dependência concentrada — técnica, normativa e geopolítica. O resultado é previsível: quando um provedor falha nary hemisfério norte, a rotina integer de milhões de brasileiros é interrompida.

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2 semanas atrás
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