Quanto de memória RAM é realmente suficiente em um celular? A popularização de termos como “8 GB + 8 GB”, “RAM virtual” e combinações que parecem dobrar a capacidade real criou a sensação de que só vale a pena comprar um aparelho com números cada vez maiores. Esse movimento não é por acaso: fabricantes e anúncios de marketplace costumam usar especificações chamativas para fazer modelos básicos parecerem tão potentes quanto intermediários, reforçando a ideia de que a escolha se resume ao tamanho da RAM.
Na prática, porém, não é tão simples. O Android adota sistemas próprios de gerenciamento para manter aplicativos ativos, compactar processos e reduzir travamentos, o que significa que nem toda RAM se comporta da mesma forma. A confusão aumenta com a RAM virtual, recurso comum em celulares de entrada e muitas vezes divulgado como se tivesse o mesmo peso da memória física, quando, na verdade, atua apenas como suporte e não substitui desempenho real. A seguir, o TechTudo esclarece mitos e verdades e mostra como identificar a quantidade de RAM que realmente faz diferença no uso diário.
Saiba quantos GB de RAM um celular precisa ter para ser bom — Foto: Paulo Alves/TechTudo Quantos GB de RAM um celular precisa ter para ser bom?
Nesta matéria, o TechTudo explica o que é memória RAM, como ela interfere no uso do smartphone, qual é o papel da RAM virtual e o que muda na prática ao escolher aparelhos com 4, 6, 8, 12 ou 16 GB. Veja os tópicos abordados.
- O que é a memória RAM?
- E a memória RAM virtual?
- O que acontece quando a memória RAM do celular acaba?
- Como é usar um celular com 4 GB de RAM
- Como é a experiência com 6 a 8 GB de RAM
- O que muda com 12 GB de RAM
- Para quem fazem sentido os celulares com 16 GB de RAM
- Quantos GB de RAM um celular precisa ter para ser bom?
A memória RAM é o espaço onde o celular guarda, por alguns instantes, tudo o que você está usando naquele momento. Sempre que um aplicativo é aberto, ele é carregado da memória interna, que é mais lenta, para a RAM, que funciona como uma "área de trabalho" muito mais rápida. É essa diferença de velocidade que permite que o smartphone responda com agilidade ao alternar entre apps, carregar páginas ou exibir a câmera sem demora.
Uma forma simples de visualizar o papel da RAM é imaginar duas mesas: uma pequena, onde você mantém só o essencial para trabalhar, e outra grande, onde você consegue espalhar tudo o que precisa, sem empilhar papéis. A RAM é essa mesa rápida e acessível. Quanto maior ela é, mais tarefas podem ficar abertas e prontas para uso imediato, sem que o celular precise recarregar tudo do zero.
Memória RAM tem impacto na performance e na qualidade da experiência de uso do dispositivo — Foto: Reprodução/Freepik O Android mantém processos, serviços e partes do próprio sistema operacional dentro dela para garantir que tudo responda rapidamente. Por isso, ver a RAM “quase cheia” não é um sinal de problema, é assim que o sistema foi projetado para funcionar. O Android ocupa a memória de propósito, deixando apenas o espaço necessário para abrir novas tarefas quando você pedir.
Quando a RAM se esgota, o celular não trava imediatamente. Antes disso, o Android compacta dados, reorganiza processos e tenta liberar espaço sozinho. Só quando essas estratégias já não são suficientes é que o sistema passa a fechar aplicativos abertos há mais tempo ou reinicia tarefas que estavam em segundo plano. É esse comportamento que faz alguns celulares “esquecerem” apps quando você volta a usá-los, especialmente em modelos com pouca memória.
A RAM virtual se espalhou entre celulares de entrada e intermediários e, muitas vezes, aparece em anúncios como se “dobrasse” a memória do aparelho. A promessa chama atenção, mas a lógica por trás do recurso é bem diferente do que a maioria dos consumidores imagina. O que ele faz, na prática, é reservar uma parte do armazenamento interno para servir como área de apoio quando a RAM física começa a ficar cheia. Isso ajuda o sistema a adiar o fechamento de aplicativos, mas não aumenta a velocidade do celular nem melhora o desempenho em tarefas pesadas.
A memória real foi projetada para lidar com operações rápidas e intensas, enquanto o armazenamento interno é muito mais lento, mesmo em aparelhos modernos. Por isso, embora a RAM virtual permita que mais aplicativos fiquem “em espera” no fundo do sistema, ela não acelera jogos, não reduz o tempo de carregamento de apps e não transforma um celular de 4 GB em algo equivalente a 8 GB. O ganho é limitado ao gerenciamento de apps leves, e não à força bruta do hardware.
RAM virtual serve como área de apoio quando a RAM física começa a ficar cheia — Foto: Katarina Bandeira/TechTudo No Android, o próprio Google já destacou que transformar armazenamento em RAM não é o ideal, já que esse tipo de memória não foi projetado para a quantidade de leituras e gravações que ocorrem durante o funcionamento contínuo dos aplicativos. Além disso, o ganho prático é limitado: a RAM virtual é mais útil para manter redes sociais e apps leves em suspensão do que para lidar com tarefas que exigem processamento, gráficos ou inteligência artificial (IA).
O que acontece quando a memória RAM do celular acaba?
Quando a RAM chega ao limite, o Android não trava imediatamente; na verdade, ele tem uma série de mecanismos para tentar manter o sistema funcionando com naturalidade. O primeiro passo é comprimir dados de aplicativos que estão em segundo plano usando a zRAM, uma área especial que reduz temporariamente o tamanho dessas informações para liberar espaço. Se ainda assim faltar memória, o sistema passa a mover parte desses dados para o armazenamento interno, usando esse recurso como apoio.
Só quando essas etapas não são suficientes é que o Android começa a encerrar aplicativos que estavam abertos há mais tempo para garantir que o aparelho continue responsivo. É esse processo que faz alguns celulares “esquecerem” apps ou recarregarem telas quando o usuário volta para eles depois de alguns minutos.
Em smartphones mais atuais, com 8 GB, 12 GB ou 16 GB de RAM, esse limite é difícil de ser alcançado no uso comum. Já em modelos mais básicos, com 4 GB ou 6 GB, o Android precisa agir mais cedo, o que explica por que tarefas simples podem exigir recarregamentos frequentes ou por que apps em segundo plano parecem desaparecer com facilidade.
Como é usar um celular com 4 GB de RAM
Aparelhos com 4 GB de RAM, como é o caso do Galaxy A06, Galaxy A16 e o Moto G05, estão no limite mínimo do que se espera de um smartphone atual. Eles dão conta de tarefas básicas, como WhatsApp, redes sociais, navegação e apps leves, mas têm dificuldade quando o usuário começa a alternar entre várias atividades ao mesmo tempo. Basta abrir a câmera depois de mexer no Instagram ou voltar para um navegador com várias abas para que a tela precise recarregar.
Celulares com 4 GB de RAM têm dificuldade para rodar jogos medianos e pesados — Foto: Reprodução/Samsung Games medianos tendem a apresentar quedas de desempenho, e aplicativos ficam vulneráveis a fechamentos em segundo plano com muita facilidade. Para quem só precisa fazer o essencial, enviar mensagens, consultar notícias, acessar e-mails, ainda pode atender. Mas, no cenário de 2025, 4 GB estão longe de oferecer uma experiência confortável para o uso diário.
Como é a experiência com 6 a 8 GB de RAM
A faixa entre 6 GB e 8 GB costuma ser o ponto de equilíbrio para a maioria dos consumidores em 2025. Com essa quantidade, celulares como o Poco C71, Galaxy A36 e Galaxy A56 conseguem alternar entre aplicativos com naturalidade, sem aquele comportamento comum dos modelos mais básicos de recarregar tudo ao voltar para a tela inicial. Redes sociais, mensageiros, navegadores, apps de banco e streaming funcionam com fluidez, mesmo com várias tarefas abertas ao mesmo tempo.
Poco C71 tem 6 GB de RAM, quantidade que permite rodar apps com naturalidade, sem recarregar tudo ao voltar para a tela inicial — Foto: Reprodução/Xiaomi Em jogos, 6 GB ainda podem limitar alguns títulos mais pesados, especialmente se o aparelho tiver um processador mais simples. Já com 8 GB, o cenário melhora bastante: games exigentes como Genshin Impact, Call of Duty Mobile e PUBG Mobile costumam rodar com estabilidade, desde que o chip gráfico acompanhe. Em celulares intermediários atuais, essa quantidade de RAM já é suficiente para manter o jogo na memória enquanto o usuário alterna para outras tarefas, como responder mensagens ou ajustar configurações.
Outro ponto importante é o suporte às novas funções de IA embarcada, que começaram a chegar à categoria intermediária. Recursos como transcrição local, edição inteligente de fotos e assistentes que funcionam sem internet são compatíveis com 6 GB, mas operam com mais conforto quando o aparelho traz 8 GB, já que o sistema precisa reservar parte da memória exclusivamente para esses modelos de IA.
O que muda com 12 GB de RAM
Celulares com 12 GB de RAM, entre eles o Galaxy S25 Ultra, o Poco F7 e o Redmi Note 14 Pro 5G, já entram na categoria de desempenho avançado e atendem usuários que precisam, ou simplesmente preferem, uma experiência mais robusta no dia a dia. Com essa quantidade, o Android mantém diversos aplicativos pesados abertos ao mesmo tempo sem reiniciar telas, algo especialmente útil para quem alterna entre câmera, redes sociais, editor de imagens, navegador e mensageiros ao longo do dia.
Em jogos, 12 GB permitem rodar títulos exigentes com gráficos altos e tempos de carregamento menores, desde que o processador acompanhe. É também uma quantidade que favorece quem usa recursos de IA local, já que parte da RAM precisa ser reservada exclusivamente para esses modelos. Assistentes que funcionam offline, ferramentas de edição inteligente e recursos de organização automática operam com mais folga nesse cenário.
Celulares com 12 GB de RAM, como o Galaxy S25 Ultra, rodam jogos pesados com gráficos altos e tempos de carregamento menores — Foto: Rubens Achilles/TechTudo A edição de fotos e vídeos também se beneficia diretamente: apps profissionais conseguem lidar com arquivos grandes, manter pré-visualizações em alta qualidade e aplicar efeitos pesados sem que o sistema entre em estresse. A multitarefa fica mais estável, e praticamente não há aquele comportamento de “esquecer” aplicativos em segundo plano, comum em aparelhos com menos memória.
Para quem faz sentido os celulares com 16 GB de RAM
Modelos com 16 GB de RAM, como é o caso do Motorola Razr 60 Ultra e o Poco F7 Ultra, estão acima do que a maioria das pessoas precisa, mas fazem sentido para perfis específicos que realmente conseguem aproveitar essa capacidade. Esse é o caso de quem usa o celular como ferramenta de trabalho pesado, alterna entre muitos aplicativos complexos ao mesmo tempo ou depende de recursos de inteligência artificial local em volume alto.
Em aparelhos dessa categoria, praticamente tudo fica carregado na memória: editores de vídeo, jogos com gráficos no máximo, apps de câmera avançada, navegador com dezenas de abas e ferramentas de produtividade que rodariam com lentidão em modelos menores.
Celulares com 16 GB de RAM, como o Motorola Razr 60 Ultra, são ideais para gamers competitivos e criadores de conteúdo — Foto: Adriano Assumpção/TechTudo Jogadores mais exigentes também se beneficiam dessa quantidade, principalmente em títulos que trabalham com texturas em alta resolução, mapas grandes ou modos online intensos. Com 16 GB, o sistema não precisa fechar o jogo quando o usuário alterna rapidamente para um mensageiro ou consulta algo no navegador, mantendo a sessão ativa com maior estabilidade.
Outro grupo que tira proveito dessa configuração são criadores de conteúdo que editam vídeos em 4K ou 8K no celular, fotografam em RAW, trabalham com apps profissionais e fazem pré-visualizações pesadas diretamente no aparelho. Para essas tarefas, a folga de RAM faz diferença real na agilidade do fluxo de trabalho. Além disso, dobráveis e aparelhos topo de linha que operam com várias janelas simultaneamente se beneficiam especialmente de 16 GB, já que precisam manter interfaces grandes e pesadas rodando lado a lado.
Quantos GB de RAM um celular precisa ter para ser bom?
Com tantas opções e números chamativos nos anúncios, a escolha da quantidade ideal de RAM pode parecer mais complicada do que realmente é. Em 2025, a experiência mostra que o equilíbrio começa em 8 GB — é a faixa que garante fluidez no dia a dia, boa multitarefa, estabilidade em redes sociais, conforto para streaming, compatibilidade com recursos de IA embarcada e desempenho sólido em jogos intermediários. Para a maioria das pessoas, essa já é a medida que entrega um celular “bom” na prática.
Quem busca desempenho avançado, joga com frequência, trabalha com edição de conteúdo ou quer garantir longevidade para os próximos anos deve considerar 12 GB. Essa quantidade oferece margem folgada para aplicativos pesados, IA local, jogos mais exigentes e multitarefa intensa. Acima disso, como nos modelos de 16 GB, o ganho é real, mas restrito a nichos muito específicos, como gamers competitivos, criadores de conteúdo ou quem realmente explora IA em alto volume. Para o uso comum, a diferença não é perceptível.
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