Que calor é esse? 6 eletrodomésticos que gastam muita luz em dias quentes

Usada para evitar que alimentos estraguem, a geladeira é um dos eletrodomésticos que mais trabalham em dias quentes. Além da dificuldade do refrigerador em manter a baixa temperatura devido ao calor do ambiente externo, a circulação de ar fica prejudicada quando muitos alimentos e produtos estão armazenados. Somado a isso, o constante "abre e fecha" para pegar água e outros itens faz com que a geladeira resfrie bem menos do que deveria. Como resultado, muitos acabam aumentando a potência da máquina e, consequentemente, o consumo de energia necessário para ela operar sob tanta pressão.

Por isso, antes de abrir o aparelho, tenha em mente o que vai pegar para não passar muito tempo procurando, além de pegar vários itens de uma vez só. Ainda, mantenha o refrigerador funcionando na temperatura média, reajustando somente nos horários de tarifa branca (manhã e madrugada). Outra opção é armazenar itens em isopores e sacos de gelo, se possível.

Para ter uma noção melhor da diferença, em dias de temperatura amena, a geladeira consome cerca de 0,08 kWh por hora, o que equivale a aproximadamente 1,92 kWh por dia, considerando que o compressor funcione por 24 horas. Esse valor é uma estimativa média, baseada no consumo típico de geladeiras de porte médio, com potência variando entre 100 W e 200 W. Sendo assim, no calor extremo, o compressor tende a funcionar por mais tempo para manter a temperatura interna, o que pode fazer o consumo subir para 0,1 kWh por hora, ou 2,4 kWh por dia.

Ao aplicarmos a fórmula do consumo de energia elétrica, que considera a potência do aparelho, as horas de uso e o valor da tarifa de luz na região, temos o seguinte exemplo: se a tarifa for de R$ 1,00 por kWh, o custo diário seria R$ 1,92 (1,92 kWh x R$ 1,00) em dias normais. Já no calor extremo, o custo diário sobe para R$ 2,40 (2,4 kWh x R$ 1,00), o que representa um aumento de R$ 14,40 a mais na conta de luz ao longo de um mês.

Com a chegada das ondas de calor, as roupas tendem a ficar suadas, com sujeira e odores mais rapidamente. Com isso, as lavagens se tornam mais frequentes e, por consequência, a máquina de lavar acaba sendo muito mais utilizada. Por isso, o ideal é juntar uma boa quantidade de peças para higienizar de uma só vez e optar por rodar os ciclos em horários de tarifa branca — ou seja, pela manhã ou pela madrugada.

Se você tem uma máquina lava e seca, o cuidado com o consumo deve ser redobrado. Afinal, a lavagem com água quente e a secagem com vapores em altas temperaturas costumam consumir muita energia. Logo, o recomendado é usar apenas a função de lavadora e com água em temperatura ambiente, deixando as roupas secarem ao ar livre.

Normalmente, as máquinas de lavar consomem uma média de 0,5 kWh por ciclo, o que resulta em aproximadamente 1,5 kWh por dia, caso seja utilizada três vezes. As lava e seca, por sua vez, gastam cerca de 1,5 kWh por ciclo de lavagem e secagem, somando aproximadamente 4,5 kWh diários. Esses valores são estimativas médias, com base em máquinas de porte médio, cuja potência varia de 500 W a 1500 W. Portanto, quando o calor é intenso, esses números sobem ainda mais.

Considerando a fórmula do consumo de energia elétrica, temos o seguinte exemplo: se a tarifa for de R$ 1,00 por kWh, o custo diário de uma máquina de lavar seria R$ 1,50 (1,5 kWh x R$ 1,00) em dias normais. Já em dias de calor, com aumento no número de ciclos, o custo diário sobe para R$ 2,50 (2,5 kWh x R$ 1,00), ou seja, R$ 30,00 a mais na conta de luz. Na lava e seca, o aumento é de R$ 15,00.

O freezer é uma ótima opção para conservar produtos durante o calor, mas pode se tornar um problema para a conta de luz se não for usado corretamente. Abrir e fechar o aparelho com frequência, por exemplo, exige mais energia do motor para manter a temperatura interna. Além disso, ajustar a temperatura conforme o volume de itens dentro também faz diferença na conta, sendo melhor reduzir a potência quando o dispostivo estiver mais vazio.

Em condições normais, um freezer gasta cerca de 1,2 kWh por dia, o que equivale a R$ 36,00 por mês. No entanto, com o aumento da temperatura, o aparelho precisa trabalhar mais para manter os alimentos congelados, elevando o uso para 1,5 kWh diários, o que resulta em um custo de R$ 1,50 por dia. Ao longo do mês, isso significa R$ 9,00 a mais na conta de luz, ou seja, R$ 45,00.

A lava-louças é uma grande aliada no dia a dia, economizando tempo e água, já que utiliza menos do que a lavagem manual. No entanto, em períodos de alta temperatura, seu uso tende a aumentar, especialmente para quem prefere evitar o calor da cozinha. Porém, usar a máquina para lavar poucas peças ou ativar a função de água quente quando a água já está quente são hábitos que podem elevar o consumo de energia. Nesse sentido, é melhor lavar tudo na mão, ou acumular utensílios para higienizar de uma vez só (dependendo da capacidade do aparelho).

Usando a máquina diariamente por 40 minutos, a lava-louças consome, em média, 30,86 kWh por mês, segundo o Procel, o que resulta em aproximadamente 1,03 kWh por dia. Aplicando a fórmula de consumo de energia elétrica, temos o seguinte exemplo: com uma tarifa de R$ 1,00 por kWh, a lava-louças gasta R$ 1,03 (1,03 kWh x R$ 1,00) por dia, considerando o uso de um ciclo diário. Com dois ciclos diários, o consumo mensal sobe para 61,72 kWh, o que representa cerca de 2,06 kWh por dia. Nesse cenário, com a tarifa de R$ 2,00 por kWh, a conta mensal seria de R$ 61,72 e a diária, de R$ 2,06.

Com o calor, é essencial se hidratar, mas isso pode aumentar o uso do purificador de água. Os modelos eletrônicos, que oferecem água gelada na hora, são superpráticos, mas, por conta do resfriamento, acabam consumindo mais energia. Nos modelos mais novos, com controle de temperatura preciso, o gasto pode ser ainda maior. Assim, uma boa alternativa é usar garrafas para gelar a água na geladeira.

Um purificador de água eletrônico, em média, consome cerca de 0,1 kWh por hora. Se utilizado por 4 horas diárias, o gasto será de 0,4 kWh, o que gera um custo de R$ 0,40 por dia. Caso o uso aumente para 6 horas, o valor sobe para 0,6 kWh, ou seja, R$ 0,60 por dia. Ao longo de um mês, esse acréscimo de 2 horas diárias representa R$ 6,00 a mais na conta de luz, elevando o custo mensal de R$ 12,00 para R$ 18,00.

Quando o assunto é calor, o ar-condicionado acaba sendo um grande anti-herói. Isso porque, apesar de ser muito prático para resfriar ambientes, o aparelho consome muita energia, especialmente quando é utilizado em temperaturas muito baixas, pois exige mais esforço do compressor. Ainda, ele pode ser usado por períodos mais longos, além da média de 8 horas (como no horário de dormir).

Por isso, um dos principais pontos a observar na hora de comprar o aparelho é se ele possui BTUs suficientes para atender o local em que será instalado. Também é importante ficar atento à limpeza e manutenção, pois, se algo estiver errado, o eletrodoméstico vai consumir ainda mais energia do que o necessário.

Em dias normais, um ar-condicionado de 12.000 BTUs, por exemplo, consome cerca de 1 kWh por hora e funciona por até 8 horas, gerando um custo de R$ 8,00 por dia. Já em dias de calor extremo, o uso pode subir para 10 horas, elevando o consumo para 10 kWh e o gasto para R$ 10,00 diários. Ao longo de um mês, isso representa R$ 60,00 a mais na conta de luz.

Para saber quanto cada aparelho consome em sua casa,, multiplique a potência do aparelho, em watts (W), pelo tempo de uso diário, em horas (h), e divida o resultado por 1000 para obter o consumo em quilowatt-horas (kWh). O cálculo seria: Consumo (kWh) = (Potência (W) × Tempo de uso (h)) / 1000. Depois, multiplique o resultado pelo valor da tarifa de energia da sua região (em R$/kWh) para obter o custo diário de uso do aparelho.

Com informações de ANEEL, g1, O globo.