Funcionário da Defensoria Pública abraça uma mulher após uma operação policial que resultou em mortes devido ao tráfico de drogas em uma favela do bairro da Penha, em frente a um necrotério.

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Polícia do Rio identificou nomes de 115 dos 117 mortos na megaoperação

Há 15 minutos

A Polícia Civil do Rio de Janeiro divulgou na noite de domingo (2/11) a lista com os nomes de 115 dos 117 suspeitos mortos na megaoperação realizada nos complexos da Penha e do Alemão na semana passada.

A operação também deixou um saldo de quatro policiais mortos. Segundo a polícia, dois mortos ainda não foram identificados, com perícias inconclusivas até o momento.

A operação policial contra o Comando Vermelho realizada na terça-feira da semana passada (28/10) foi a mais letal já registrada no país. Ela envolveu 2,5 mil agentes das forças de segurança do Rio de Janeiro para cumprir 180 mandados de busca e apreensão e 100 mandados de prisão em uma área de 9 milhões de metros quadrados.

Ao todo, 113 pessoas foram presas.

Sobre os mortos na operação, a polícia do Rio afirmou em nota que "mais de 95% dos identificados tinham ligação comprovada com o Comando Vermelho e 54% eram de fora do Estado".

"O trabalho de inteligência desenvolvido pela cúpula de Segurança Pública do Estado identificou que 59 tinham mandados de prisão pendentes, pelo menos 97 apresentavam históricos criminais relevantes", afirma a nota.

As informações do governo do Rio também indicam que 17 dos mortos identificados não apresentavam histórico criminal. Destes, "12 apresentaram indícios de participação no tráfico em suas redes sociais", afirma a nota.

No documento divulgado, a polícia anexou fotos de algumas das postagens que supostamente apontariam para as atividades criminosas dos suspeitos. Em algumas delas, eles aparecem em fotos carregando armas ou usam emojis que, segundo as autoridades, fazem alusão à bandeira do Comando Vermelho.

Os outros 5 mortos não possuem anotações criminais e não figuram como autor ou envolvido em registros de ocorrência no Rio de Janeiro, de acordo com a própria polícia. Também não há indício de envolvimento com o tráfico em suas redes sociais.

Ainda segundo o governo carioca, 62 suspeitos mortos são de outros Estados: 19 do Pará, 12 da Bahia, 9 do Amazonas, 9 de Goiás, 4 do Ceará, 3 do Espírito Santo, 2 da Paraíba, 1 do Maranhão, 1 do Mato Grosso, 1 de São Paulo e 1 do Distrito Federal.

"A apuração concluída é o verdadeiro retrato do cenário que eu venho insistentemente falando. Foi um duro golpe na criminalidade", disse o governador Claudio Castro, na nota.

"Entre os que morreram ao reagir à ação das forças policiais, havia diversos líderes criminosos. Inclusive de outros Estados, como chefes do tráfico do Espírito Santo, Amazonas, Bahia e Goiás. Se não tiver uma integração efetiva de poderes e demais entes, sob a ótica e apoio federal, vamos vencer batalhas, mas não a guerra."

O secretário da Polícia Civil, delegado Felipe Curi, disse que a lista não encerra o trabalho de investigação, e que relatórios estão sendo produzidos para serem entregues aos órgãos competentes.

Ele disse que a "mínima fração de narcoterroristas neutralizados que não possuíam anotações criminais, nem imagens em redes sociais portando armas ou demonstrando vínculo com facções criminosas não significa nada".

"Se eles não tivessem reagido à abordagem dos policiais, teriam sido presos em flagrante pelo porte de fuzis, granadas e artefatos explosivos, por tentativa de homicídio contra os agentes de segurança e também pelos crimes de organização criminosa e associação para o tráfico de drogas. Portanto, são narcoterroristas que saíram do anonimato", disse o delegado.

A lista dos mortos na megaoperação

Os nomes dos 115 mortos divulgados pela Polícia Civil são:

Os quatro policiais mortos na operação já tiveram suas identidades divulgadas na semana passada:

  • Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, 51 anos, comissário da 53ª DP (Mesquita);
  • Rodrigo Velloso Cabral, 34 anos, da 39ª DP (Pavuna);
  • Cleiton Serafim Gonçalves, 42 anos, 3º sargento do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope);
  • Heber Carvalho da Fonseca, 39 anos, 3º sargento do Bope.