Por que boa parte dos supermercados Nacional (26 dos 39 ofertados pelo Carrefour) ainda não foi vendida, mesmo com muito interesse de grupos e com pontos localizados em áreas com muito fluxo e consumidores com renda atrativa? Um dos veteranos supermercadistas do Rio Grande do Sul revela à coluna Minuto Varejo por que não conseguiu comprar seis lojas que gostaria de ter na rede, sétima maior do Estado (ranking da Agas de 2023):
"O Carrefour quer vender lojas (Nacional), mas quer vender lojas com os funcionários", resume Antônio Ortiz Romacho, presidente do grupo Asun. Romacho conversou com a coluna e detalha melhor o que está em jogo e o que poderia ocorrer para que o grupo ficasse com unidades situadas em Porto Alegre, Região Metropolitana e no Litoral.
Até agora, a maior varejista do Brasil, dona da bandeira, vendeu apenas 13 filiais das 39 gaúchas - 11 para grupo Nicolini (Bagé), uma para o Supermercados Kern e uma para o Supermercados Viezzer (Canoas). Em nota no balanço de 2024, o Carrefour avisa que vai fechar até junho as unidades que não vender. A condição de manter os empregados para comprar os supermercados faz parte de acordo feito com a Federação dos Comerciários do Estado (Fecosul).

Filial no bairro Santana é uma das que aguardam negociação para novo comprador PATRICIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Minuto Varejo - O senhor tentou comprar lojas do Nacional?
Antônio Ortiz Romacho - O Carrefour quer vender lojas, mas quer vender lojas com os funcionários.
MV - O senhor já comprou Nacional no passado...
VÍDEO: Supermercadista disse, em 2016, ao JC que queria ficar com as lojas e depois comprou algumas. Na época, o dono era o norte-americano Walmart.
MV - Quantas o senhor queria comprar agora?
Romacho - Estava fazendo negócio para seis lojas. A negociação está emperrando porque eles querem que o comprador das lojas fique com os funcionários. Sem rescindir o contrato com os funcionários. A última loja do Nacional que eu comprei, eles rescindiram o contrato com todos os funcionários. Eu recontratei quase todos. Não tem problema.
MV - O senhor faria isso agora?
Romacho - Claro, eu faria isso agora. Rescinde, mas eles não querem rescindir. Eles querem deixar o contrato seguir normal.
MV - Qual é o risco para quem comprar?
Romacho - O risco é absurdo. Não tem tamanho esse risco. O trabalhista é uma coisa que tu não sabe calcular. Vai que um funcionário subia no gerador. Passou dois anos em cima de um gerador e não ganhava periculosidade. Pronto, é R$ 1 milhão.
MV - A negociação com o Nacional e quem está comprando. Porto Alegre tem muitas indefinidas. O que vai impactar na disputa de mercado?
Romacho - O mercado é elástico. Se mexe muito. Abre uma empresa próximo das nossas lojas? O faturamento cai um pouquinho e em seguida ele se ajusta. Esse problema do Nacional perdendo clientes. Nosso faturamento aumentando por que o dele está diminuindo. Acredito que se esse empecilho continuar (manutenção dos funcionários), eles vão abandonar as lojas e vão ser obrigados a demitir essas pessoas todas. Nessa falta de funcionários que existe hoje, a gente quer muito os funcionários deles, mas queremos zerado e não do jeito que eles estão oferecendo.

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