O Rio Grande do Sul terá participação destacada na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorre de 10 a 21 de novembro em Belém (PA). Com foco em sustentabilidade, inovação tecnológica e produção de baixo carbono, a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação levará ao evento quatro painéis que refletem a diversidade e a singularidade do agro gaúcho.
Entre os temas, o programa Reflora destaca técnicas de resgate de DNA e indução de florescimento precoce de árvores nativas, acelerando a recuperação ambiental em áreas degradadas, especialmente em regiões afetadas por enchentes. O projeto é desenvolvido em parceria com universidades e órgãos ambientais, integrando ciência e tecnologia para restaurar ecossistemas brasileiros. “Estamos mostrando que a agricultura pode atuar de forma estratégica na preservação ambiental, com tecnologia e inovação”, destaca o secretário-adjunto da Agricultura, Márcio Madalena.
Outro painel do RS, Pecuária no bioma Pampa e rastreabilidade bovina, evidencia a simbiose entre produção animal e preservação ambiental. Diferentemente da narrativa internacional que associa pecuária à degradação, o Estado demonstra que a exploração sustentável do gado é possível e produtiva. O painel abordará também a rastreabilidade bovina, com identificação individual dos animais por brinco e chip, projeto piloto em 50 propriedades que pretende tornar o Rio Grande do Sul referência nacional em controle e transparência do rebanho. “É uma oportunidade de mostrar que nossa pecuária é de nicho, altamente tecnológica e ambientalmente responsável, comparável à do Uruguai”, ressalta Madalena.
A pecuarista Ana Doralina Menezes, presidente da Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável e produtora em uma área de preservação ambiental em Santana do Livramento, reforça que a COP30 será um espaço importante para mostrar ao mundo o avanço técnico e ambiental da pecuária gaúcha. “A pecuária é parte da construção da sustentabilidade. Produzimos em cima de pasto, transformando o resultado da fotossíntese em proteína para alimentar o mundo”, afirma.
Segundo ela, o Rio Grande do Sul tem um diferencial natural por trabalhar majoritariamente com sistemas de campo nativo e pastagens melhoradas.
“O ciclo mais curto dos animais, com abate até 30 meses, é resultado de investimento em pastagens e genética. Isso reduz emissões e aumenta eficiência. É um modelo sustentável, que precisa ser reconhecido e valorizado”, explica.
Ana destaca ainda que a COP será uma oportunidade para reforçar o papel das finanças verdes e da assistência técnica como instrumentos para incluir os pequenos produtores nesse processo. “Mais de 80% dos pecuaristas do Estado são pequenos. Precisamos levar a eles acesso à tecnologia, crédito e reconhecimento das práticas sustentáveis. Sem isso, a transição não será completa.”
O setor arrozeiro será representado pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), em parceria com a pasta e a Secretaria do Meio Ambiente. O painel Arroz sustentável: o Brasil como referência global em produção responsável abordará avanços científicos e técnicas que aumentam a produtividade sem expandir áreas cultivadas, reduzindo emissões de metano e promovendo resiliência climática. A iniciativa também incluirá o primeiro programa brasileiro de pagamento por serviços ambientais para produtores de arroz, incentivando práticas sustentáveis com reconhecimento econômico. Segundo Madalena, o objetivo é evidenciar que 70% da produção nacional concentrada no RS combina eficiência, inovação tecnológica e sustentabilidade.
A erva-mate e o futuro verde completam a agenda, mostrando o papel da cultura na bioeconomia regional e na descarbonização do setor. O painel Erva-mate e o futuro verde: descarbonização, florestas e comunidade abordará a cadeia produtiva da erva-mate, que se estende do Rio Grande do Sul ao Paraná, com potencial nutricional, cosmético e econômico, promovendo integração entre ciência, mercado e sustentabilidade local.
Delegação gaúcha participará de mais de 30 eventos como painelista
Os quatro painéis ocorrerão entre 14 e 16 de novembro na Agrizone, espaço paralelo à COP30 voltado à apresentação de experiências agropecuárias sustentáveis. Aberta ao público, a Green Zone permitirá a participação de representantes nacionais e internacionais, ONGs e governos, enquanto a Blue Zone concentra os encontros entre chefes de Estado. A delegação gaúcha ainda participará de mais de 30 eventos como painelista, além de reuniões bilaterais com bancos internacionais e instituições parceiras, fortalecendo o protagonismo do RS nas discussões globais sobre clima e agropecuária.
O Estado tem se consolidado como referência nacional em políticas climáticas. Segundo o último Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa (Iegee), o RS reduziu em 26,8% suas emissões líquidas entre 2021 e 2023. “Essa experiência coloca o Rio Grande do Sul em posição estratégica para apresentar práticas de produção sustentável, conciliando produtividade e preservação ambiental”, afirma Madalena.
A participação gaúcha na COP30 também abre caminhos para o fortalecimento de parcerias científicas, comerciais e políticas. Além da Embrapa e das universidades parceiras, produtores levarão a perspectiva do campo, mostrando práticas de certificação, sustentabilidade e inovação diretamente do produtor para o mundo.
Ao apresentar tecnologia, governança e práticas ambientais de ponta, o RS busca reforçar não apenas sua relevância nacional, mas também a imagem do agro brasileiro como um setor moderno, responsável e inovador. Para Madalena, a COP30 é uma oportunidade singular de colocar o Estado no centro do debate sobre agricultura de baixo carbono e bioeconomia: “Vamos mostrar que o agro gaúcho é maduro, técnico e pronto para liderar a transição para uma produção mais sustentável e competitiva globalmente”.

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