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Risco de crise financeira global ainda no radar, mesmo com recuos de Trump

Trata-se de um cenário preocupante porque uma crise do tipo no mercado financeiro americano quase inevitavelmente desaguaria numa crise financeira global. Basta lembrar o que ocorreu a partir de setembro de 2008, com a quebra do banco de investimento Lehman Brothers, para entender as razões dos atuais temores.

É imensa a abrangência do mercado de títulos do Tesouro americano. São quase US$ 30 trilhões emitidos, sendo que, desse total, cerca de um terço, pouco menos de US$ 10 trilhões, são detidos por estrangeiros, enquanto mais da metade está em mãos de investidores privados.

Uma crise no mercado de títulos do Tesouro americano afetaria direta e imediatamente o vasto setor dos fundos de hedge espalhados pelo mundo. Uma eventual sombra de calote — coisa mais típica de economias emergentes, não das maduras —, teria o poder de deflagrar uma onda destrutiva de vendas, que só uma ação forte do Fed (Federal Reserve, banco central americano), comprando esses títulos, teria condições de estancar.

Foi o que aconteceu em 2020, no início da pandemia de covid-19. O colapso abrupto das economias levou investidores a correr para se desfazer de títulos do Tesouro. O Fed conteve a onda, despejando bilhões de dólares na praça — abriu linhas para bancos, governos locais e mesmo empresas —, ao mesmo tempo em que comprou outros bilhões de dólares em títulos públicos.

Recuos em série

Mas, como se viu, nem o Fed está a salvo das ações disruptivas e erráticas de Trump. Depois de um discurso de Jerome Powell, presidente do Fed, suspeitando de que a guerra tarifária detonada por Trump promoveria pressões inflacionárias — tornando, portanto, mais lento o ciclo previsto de cortes nos juros de referência —, o presidente ameaçou destitui-lo, desrespeitando o mandato fixo de que Powell dispõe.

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