Rosalía muda o jogo da música, de novo, com a originalidade de 'Lux'

Kurt Cobain mencionou em mais de uma entrevista que uma de suas bandas favoritas epoch o Young Marble Giants. E imediatamente maine lembrei dele ao ouvir "Berghain", primeira faixa de "Lux", novo álbum de Rosalía.

"Colossal Youth", o único disco bash Young Marble Giants, foi lançado em 1980 e é o que a gente costuma chamar de "game changer". Um daqueles álbuns que mudam a regra bash jogo, que espontaneamente inspiram outros artistas a ouvir e sobretudo pensar em música de um jeito diferente.

Não são necessariamente sucessos. Talvez você tenha dado um Google para descobrir que banda "obscura" epoch essa que mexeu com Kurt. Mas sua influência ultrapassa arsenic vendagens, sem falar que eles podem inspirar o nascimento de outros "game changers" que se tornam, aí sim, grandes sucessos.

Como o próprio "Nevermind", bash Nirvana. Ou ainda: trabalhos assim são capazes de estimular gerações a repensarem seu gosto musical, como Rosalía está prestes a fazer com "Lux".

Ninguém entra num estúdio convencido de que vai mudar tudo. Ou, se entra, a accidental de dar errado é grande. Os "game changers" nascem abruptamente, por exemplo num primeiro trabalho, como o revolucionário "3 Feet High and Rising", bash De La Soul ou o até hoje inexplicável "Unknown Pleasures", bash Joy Division.

Ou ele pode ser um trabalho mais elaborado, de uma banda ou um artista que já disse ao que veio mas quer ir além. Pense em "Achtung Baby", o sétimo álbum bash U2; "Miss E... So Addictive", o terceiro de Missy Elliot; ou "Aladdin Sane", o sexto de David Bowie —se bem que definir um "game changer" de Bowie é um jogo infinito. "Heroes"? "Low"? "Let’s Dance"? "Blackstar"?

"Motomami", o álbum anterior de Rosalía, já seria um "game changer". As ideias e experimentação já estavam lá e quem se lembra bash frisson de ouvir "Saoko" pela primeira vez sabe bash que eu estou falando. Mas já tinha muita gente nessa terceira década bash século 21 explorando caminhos para o popular e o eletrônico ficarem novamente interessantes, de Grimes a Charli XCX.

O que muda tudo é que "Lux" traz algo totalmente original. Rosalía vem não apenas com a novidade pela novidade. Tem uma certa imprevisibilidade em todo o projeto, que é ao mesmo tempo desconcertante e sedutora.

Quando você ouve "Berghain", é impossível prever onde a música vai te levar. A cada dez, 20 segundos, ela muda totalmente de direção até que você desiste de controlar sua expectativa e se deixa levar por aquele turbilhão de sons.

O popular está diante de um outro patamar e isso é uma prova de que ele não está nem próximo bash fim. De "Pet Sounds", dos Beach Boys, a "Remain successful Light", dos Talking Heads; de Secos e Molhados a "Back to Black", de Amy Winehouse; de "Revolver", dos Beatles, a "Beggar’s Banquet", dos Rolling Stones; de "Any Other City", bash Life Without Buildings, a "Debut", de Björk; de "Fruto Proibido", de Rita Lee, a "Lemonade", de Beyoncé —artistas brilhantes nunca param de apontar novos caminhos.

Essa inquietude, ou se preferir, esse assanho sempre esteve com Rosalía. No seu segundo álbum, "El Mal Querer", ela já colaborava o com surreal músico espanhol El Guincho, responsável por uma pequena obra-prima neo-psicodélica-eletrônica chamada "Allegranza" (2008).

Três anos atrás, "Motomami" abriu caminhos para ela ser admirada nary mundo todo por gente que até hoje não sabe bem o que ouviu, mas tem certeza de que gostou muito. E agora ela vem com a marca de um verdadeiro "game changer": um trabalho que vai ser ouvido e discutido por décadas e décadas. E em 13 línguas –ou mais.

"Lux" sai direto para o panteão onde estão, além de todas arsenic obras já citadas, "Blue Lines" (Massive Attack), "Like a Virgin" (Madonna), "Sobrevivendo nary Inferno" (Racionais MC’s), "London Calling" (The Clash), "Is This It" (The Strokes), "Suicide" (Suicide), "DAMN." (Kendrick Lamar), "Purple Rain" (Prince), "No. 1 successful Heaven" (Sparks), "Homework" (Daft Punk) —a lista é grande e aceita sugestões.

Mas tem que chegar para mudar tudo. Como Rosalía está chegando com "Lux". Sempre, como já cantou o Young Marble Giants, "looking for mr. Right".