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Rússia, Cuba, Belarus e Coreia do Norte: entenda por que alguns países ficaram de fora do 'tarifaço'

Os motivos para a exclusão dessas nações da lista de tarifas são variados. Alguns países, como México e Canadá, já possuem suas próprias tarifas. Outros têm uma relação comercial limitada com os EUA devido a tarifas próprias ou sanções econômicas e políticas que duram anos.

Além disso, há países que não possuem um superávit significativo com os EUA e, por isso, não foram incluídos.

Sanções e taxas diferenciadas

Entre os países que sofrem sanções dos EUA estão Rússia, Belarus, Coreia do Norte e Cuba — alguns com penalidades que duram décadas.

Segundo Carolina Müller, sócia e especialista em comércio internacional do Bichara Advogados, esses países não possuem "relações comerciais normais" com os EUA e já enfrentam tarifas diferenciadas impostas pelo governo norte-americano.

"Além das tarifas diferenciadas, esses países são objeto de restrições de importação e exportação, além de sanções relacionadas à proibição de participação em operações com indivíduos e empresas sancionadas desses países, restrições para operações financeiras e congelamento de bens de propriedade de empresas e indivíduos sancionados, entre outros", afirma a executiva.
  • 🔍 Sanções são penalidades impostas por um país a outro para impedir ações agressivas ou violações do direito internacional.

Entenda abaixo as principais sanções para:

Com o fim desse período, os bancos russos não poderão mais acessar esses sistemas para realizar transações envolvendo contratos no setor de energia, dificultando a compra de petróleo e gás russos por outros países.

Outras sanções impostas à Rússia incluem a proibição da exportação de tecnologias que podem ser usadas para fabricar armas, a proibição da importação de ouro e diamantes da Rússia, e sanções contra oligarcas e outras figuras importantes.

As autoridades do país foram acusadas de promover o contrabando de migrantes para a Europa, além de "ataques contínuos aos direitos humanos e liberdades fundamentais, desprezo às normas internacionais e repetidos atos de repressão".

Segundo o Departamento do Tesouro dos EUA, naquele ano foram impostas sanções a 20 indivíduos e 12 entidades de Belarus, além de restrições à comercialização de parte da dívida soberana de Belarus por entidades americanas.

Um dia após a inclusão, o governo norte-americano anunciou sanções econômicas contra 13 empresas e entidades da Coreia do Norte e da China que fazem negócios com Pyongyang.

Além disso, especialistas afirmam que a Coreia do Norte não tem uma relação comercial significativa com os EUA.

"Em 2023, os EUA exportaram em torno de US$ 183 milhões para a Coreia do Norte, mas basicamente enviando vacinas, produtos para o agronegócio e alguns tipos de plástico e polímeros", explica o CEO da IDB do Brasil Trading e especialista em comércio exterior, Erick Isoppo.

"A relação comercial não existe, o histórico é basicamente de ajuda humanitária, para ajudar a população, e não o governo", prossegue.

O cenário também se explica pelo regime político autocrático da Coreia do Norte, que se define como um estado socialista autossuficiente. Essa política resultou em um grande isolamento econômico do país e em uma forte dependência da China.

O histórico de retaliações dos EUA contra Cuba já dura mais de 60 anos, com um embargo econômico que inclui seis leis diferentes e várias regulamentações que proíbem ou limitam as relações comerciais com a ilha.

O embargo foi condenado pela Assembleia Geral da ONU durante anos e causou inúmeros danos à população cubana. Em 2021, por exemplo, uma onda de protestos tomou conta do país, exigindo alimentos, remédios e vacinas.

"O que precisamos aqui é que as 243 medidas de bloqueio sejam retiradas e o embargo, suspenso. É a única coisa que Cuba exige", disse Miguel Díaz-Canel, presidente do país, à época dos protestos.

O embargo, no entanto, continua em vigor e ainda limita o comércio entre EUA e Cuba.

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Canadá e México: grandes parceiros com taxas específicas

México e Canadá só ficaram de fora da lista de tarifas de Trump porque fazem parte de um grupo de países com os quais os EUA já deixaram sujeitos a uma taxa específica de importação.

"A exclusão desses países foi expressamente prevista em ordem executiva editada pelo presidente norte-americano", diz Müller, do Bichara Advogados.

Os dois países foram alguns dos primeiros países a serem taxados por Trump, que anunciou tarifas para eles já no primeiro mês de seu novo mandato.

Desde então, Trump suspendeu as taxas por 30 dias, colocou-as em vigor e depois voltou a adiá-las. Por fim, apenas alguns produtos que não se enquadram no Acordo USMCA (acordo comercial entre EUA, México e Canadá) passaram a ser taxados com uma alíquota de 25% na última quarta-feira (2).

Veja a lista de países que ficaram de fora do "tarifaço"

  • Belarus
  • Burkina Faso
  • Canadá
  • Cazaquistão
  • Coreia do Norte
  • Cuba
  • Macedônia
  • México
  • Palestina
  • Palau
  • Rússia
  • Seichelles
  • Somália
  • Vaticano
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