Com um aumento de 39,4% na produção em relação ao ciclo passado, o Rio Grande do Sul deverá colher 40 milhões de toneladas de grãos na safra 2023/2024. A projeção é da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que divulgou nesta quinta-feira (9) o 2º Levantamento da Safra de Grãos para o período.
No País, a estimativa é de uma produção de 316,7 milhões de toneladas, 1,5% abaixo da colheita anterior e 900 mill toneladas a menos que a projeção feita no levantamento inicial, feito em junho. E o Rio Grande do Sul ocupará a 3ª posição, atrás de Mato Grosso, com 93,3 milhões de toneladas, e Paraná, com 43,9 milhões de toneladas.
Apesar do atraso na semeadura, por conta da ocorrência de muitos dias chuvosos, a recomposição dos reservatórios de água com as precipitações causadas pelo El Niño deverá impulsionar o rendimento das lavouras de soja, milho e arroz. A melhor performance é projetada para a oleaginosa, com alta de 68,1% na produção, alcançando 21,8 milhões de toneladas. O volume está projetado sobre uma área de 6,67 milhões de hectares cultivados (1,8% maior que em 2022/2023) e produtividade média de 3,28 mil quilos por hectare (65,2% superior).
Para o milho, a Conab acredita em uma ampliação de 44,2% na produção. Com isso, a colheita chegaria a 5,3 milhões de toneladas e rendimento médio de 6,4 mil quilos por hectare (44,3% maior em relação à safra anterior).
Já no arroz, a previsão é de uma safra de 7,7 milhões de toneladas, 11,6% maior que a passada, com produtividade de 8,3 mil quilos por hectare. A estatal projeta que 923 mil hectares serão semeados com o cereal no Rio Grande do Sul. Atualmente, entretanto, de acordo com o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), que considera área a ser plantada de 902 mil hectares, a semeadura está bastante atrasada em relação ao ano passado. Em 2022, o percentual plantado no mesmo período era de 84,8%. A última aferição, concluída na quarta-feira, indicou 649,5 mil hectares plantados, equivalentes a 72%. Foram quase 70 mil hectares semeados nos últimos sete dias. A região mais adiantada é a Zona Sul, com 96,5% dos 149,9 mil hectares destinados à cultura. Já a Região Central é a mais atrasada, com apenas 35,5% dos 121,1 mil hectares plantados.
O ponto negativo deve ficar por conta do trigo, cuja qualidade dos grãos que ainda estão nas lavouras ficou bastante prejudicada pelo excesso de umidade. A Conab acredita que o Estado colha 3,9 milhões de toneladas, o que representaria redução de 31,9% sobre o resultado anterior, com rendimento médio de 2,68 mil nos 1,485 milhão de hectares plantados.
No País, de acordo com a Conab, a semeadura do arroz alcança 57,4% da área projetada de 1,5 milhão de hectares. No geral, com o avanço da semeadura no início de novembro, as atenções se voltam para a evolução das lavouras. O percentual de área semeada, atualmente, apresenta-se aquém do observado no mesmo período da safra anterior, devido, principalmente, ao excesso de chuvas na Região Sul e Sudeste e às baixas precipitações no Centro-Oeste.
Desde que a Conab iniciou o acompanhamento das safras, na safra 1976/1977, a área plantada no Brasil aumentou 111%, a produtividade subiu 220% e a produção, 576%, observou o gerente de Acompanhamento de Safras da estatal, Fabiano Vasconcellos. O levantamento recente aponta ainda o crescimento de 0,5% sobre a área cultivada, alcançando 78,9 milhões de hectares, entre as culturas de primeira safra, cujo calendário de plantio se estende até o final de dezembro, e também as de segunda e terceira safras, bem como as de inverno, com os plantios se encerrando em junho.
O Brasil deverá se manter como o maior produtor mundial de soja, com 162,4 milhões de toneladas e um crescimento de 2,8% na área a ser semeada. Já a safra nacional de milho deverá render 119,1 milhões de toneladas, em 21,1 milhões de hectares - redução de 5%.
Para o trigo, a estimativa é de uma safra brasileira 8,7% menor que a passada, ficando em 9,6 milhões de toneladas. Isso apesar do aumento de 12,1% na área cultivada, que passou de 3 milhões de hectares para 3,4 milhões de hectares. O problema foi a queda na produtividade, principalmente no Sul, por conta da chuva. O rendimento médio nacional está projetado em 2,7 mil quilos por hectare, ou 18,6% inferior.
Segundo o presidente da Conab, Edegar Pretto, a expectativa é de uma “potente safra de grãos no País”, apesar das questões climáticas provocadas pelo El Niño. “As informações levantadas pela Conab indicam, neste momento, que possivelmente teremos a segunda maior produção de grãos da história brasileira, podendo ser a primeira, devido ao aumento da área plantada”, ponderou o dirigente.
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