Num sábado frio de maio de 2008, durante o feriado de Corpus Christi, em Buenos Aires, o cardeal Jorge Mario Bergoglio discursou para uma multidão de jovens na Praça Once da capital argentina. Ao fim do evento, a autoridade máxima da Igreja na cidade tomou o metrô, como de costume, para retornar à Catedral Metropolitana de Buenos Aires.
A atitude era típica de Bergoglio, figura relativamente conhecida na Argentina: apesar do cargo que ocupava, mantinha hábitos simples e recusava os luxos que a posição lhe oferecia. Cinco anos depois, o cardeal se tornaria famoso para muito além do Rio da Prata, ao se tornar o papa Francisco, morto na última segunda-feira (21).
Foi naquele dia 24 de maio, ao tomar o trem da Linha A da estação Praça Miserere em direção à Praça de Maio, que foi feita uma das mais famosas imagens de Francisco antes de ele se tornar papa: vestido de preto, sentado no banco de um vagão, em meio a pessoas comuns.
Naquela época, Leguizamon era freelancer e estudante de fotojornalismo na capital argentina. Estava encarregado de cobrir o evento com Bergoglio, mas, ao fim, decidiu segui-lo até o trem, entrando no mesmo vagão que o cardeal. Dentro da Linha A, aos 29 anos, ele fez a foto mais famosa de sua carreira até agora.
Leguizamon conta que ele estava muito perto de Bergoglio, mas não conversou com ele, nem sequer para pedir que olhasse para a câmera. Depois de fazer o registro, saiu do trem, enquanto o cardeal seguiu seu caminho.
"Ele levantou o olhar por alguns segundos. Algo havia lá. Tive uma intuição, um palpite", diz o profissional.

Argentinos se comovem com a morte do Papa Francisco
A imagem se tornou um símbolo da trajetória de Francisco, desde a ordenação como padre jesuíta até os seus últimos anos, no Vaticano, no cargo máximo da Igreja Católica.
Em Buenos Aires, mesmo após ser ordenado arcebispo e cardeal, Bergoglio era comumente visto circulando nos bairros mais pobres, conversando e tomando mate com moradores na rua.
"Muitas pessoas o reconheciam por suas vestes religiosas, mas o que chamava a atenção era que ele andava pela rua como todo mundo. Nunca teve guardas e sempre pegava o trem ou o metrô, nunca com um motorista ou carro particular", disse Jorge García, um vendedor que via frequentemente o cardeal no Centro de Buenso Aires, ao ser entrevistado pela BBC Mundo.

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6 meses atrás
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