Sinal raro detectado na Via Láctea pode ser 1ª evidência de matéria escura

Brilho de alta energia aparece no centro da galáxia. O astrônomo Tomonori Totani identificou um excesso de raios gama com energia de 20 gigaelétron-volts. O sinal se espalha como um halo ao redor do centro galáctico, exatamente na região onde a matéria escura seria mais abundante

Detectamos raios gama com um halo de alta energia em direção ao centro da Via Láctea. O componente de emissão coincide de perto com o formato esperado para o halo de matéria escura Tomonori Totani, em nota da Universidade de Tóquio

Emissão também combina com previsões teóricas sobre a destruição de partículas conhecidas como WIMPs (sigla em inglês para partículas massivas que interagem fracamente). Esses objetos são considerados candidatos fortes para compor a matéria escura.

Segundo o cientista, outros fenômenos astronômicos não explicam o padrão observado. "Se isso estiver correto, seria a primeira vez que a humanidade vê matéria escura. E isso significa que a matéria escura é uma nova partícula não incluída no modelo padrão da física de partículas. Isso representa um avanço importante na astronomia e na física", disse.

Resultados precisam de confirmação. O pesquisador destaca que mais análises e observações serão necessárias. "Isso pode ser alcançado quando mais dados forem acumulados e, se isso acontecer, seria uma evidência ainda mais forte de que os raios gama se originam da matéria escura", explicou. O estudo foi aceito para publicação no Journal of Cosmology and Astroparticle Physics.