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Smartwatches são confiáveis para monitorar saúde? Depende de como você usa

Batimentos cardíacos

O médico Gabriel Ganme, com o Xiaomi Mi Watch
O médico Gabriel Ganme, com o Xiaomi Mi Watch Imagem: Mariana Pekin/UOL

O smartwatch consegue detectar a frequência cardíaca por meio do contato de luzes e sensores específicos com a pele do pulso.

Quem tem um quadro diagnosticado de arritmia cardíaca, por exemplo, pode monitorar a saúde com o eletrocardiograma. Mesmo que a tecnologia seja limitada, com o uso no dia a dia, ela ajuda a pessoa a manter o olho em eventuais mudanças,

É importante destacar que praticar atividades aeróbicas regulares pode prevenir problemas do coração. E, nesse ponto, esses eletrônicos podem ajudar bastante — por exemplo, ao contar os passos do usuário.

Bioimpedância

No modelo tradicional, o paciente coloca os pés e as mãos em eletrodos (sensores de metal) e o aparelho envia estímulos elétricos de baixa voltagem para inferir a porcentagem de gordura, massa muscular e água. São quatro pontos de comunicação (mãos e pés) para passagem do sistema elétrico.

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Já no smartwatch, há apenas uma via de transmissão. O usuário coloca o dedo nos botões laterais do relógio e ele envia o estímulo elétrico, que passa pelo corpo e volta, fechando a cadeia no mesmo ponto em que começou.

Essa versão de bioimpedância do relógio, de via única, não funciona tão bem quanto a convencional. No entanto, se a pessoa usar com frequência, pelo menos ela conseguirá acompanhar alterações no padrão (mesmo que ele não seja o mais correto).

Oxímetro

O médico Paulo Puccinelli com Galaxy Watch 5
O médico Paulo Puccinelli com Galaxy Watch 5 Imagem: Mariana Pekin/UOL

O oxímetro se popularizou durante a pandemia de covid-19 por medir a oxigenação no sangue. É importante lembrar, no entanto, que a medição apenas pelo oxímetro não é suficiente para diagnósticos de covid-19 e que existem parâmetros mais importantes nessa análise. Caso a pessoa tenha algum sintoma, é indicado procurar auxílio médico.

A oximetria, no entanto, é interessante para acompanhar a rotina de pacientes com alguma questão específica crônica, pulmonar ou mais idosos.

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Mas a tecnologia também funciona diferente no relógio e na oximetria compacta (aquela comprada na farmácia), Nessa última, o aparelho observa com uma luz a coloração do sangue que chega na ponta do dedo, enquanto o relógio utiliza o mesmo princípio no pulso.

O dedo é mais vascularizado e, por isso, ele é mais indicado para o acompanhamento. No entanto, como a tecnologia dos relógios é eficaz, ela também funciona bem no pulso.

Pressão arterial

Uma funcionalidade recente na tecnologia de smartwatches promete aferir a pressão com o auxílio do relógio. Ele precisa ser utilizado com um equipamento complementar — que faz a pressão no braço. No entanto, não substitui a leitura feita por um equipamento profissional.

O recurso deve ser usado apenas para avaliar padrões rotineiros e não é válido como medida específica pontual. Além disso, a pressão arterial precisa ser medida por uma pessoa que tenha habilidade para isso, porque é um ponto delicado e muito importante do diagnóstico e tratamento médico.

Estresse e ansiedade

Nesse caso, o parâmetro principal utilizado pelos relógios é a frequência cardíaca, que avalia variações ou irregularidades no padrão; por exemplo, batimentos muito rápidos sem atividade física podem indicar condições relacionadas a ansiedade ou estresse.

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Questões psicológicas, no entanto, envolvem uma série de variáveis que vão além de batimentos cardíacos.

Ainda assim, caso você esteja estressado, esses aparelhos também oferecem opções de relaxamento e sessões de respiração. Elas podem auxiliar em um momento mais crítico e, caso realizadas com regularidade, podem trazer resultados positivos.

Como usar o smartwatch

É fundamental utilizar o aparelho de forma correta para proporcionar uma medição mais precisa no monitoramento da saúde. A recomendação é manter a superfície das luzes de LED e infravermelho (na parte de trás do smartwatch) em contato completo com a pele.

Sobre a posição, ele precisa ficar aproximadamente dois dedos para trás do maléolo — que é esse ossinho que temos no punho. Não precisa apertar muito, mas não pode deixar folgado.

Fontes: Paulo Puccinelli e Gabriel Ganme, médicos do esporte.

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*Com informações de reportagem publicada em 16/11/2022

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