A SpaceSail é a empresa chinesa que tem tudo para quebrar a hegemonia da Starlink do ramo de Internet via satélite. Esse tipo de conexão vem ganhando espaço no mundo e até mesmo no Brasil, que sofre com déficits na rede devido às proporções continentais — o que torna a Internet via satélite um recurso estratégico. Se, por um lado, a Starlink do Elon Musk já está presente por aqui desde 2024, a rival chinesa acaba de firmar um acordo de cooperação com a Telebras com o objetio de começar a operar no país já em 2026.
Atualmente, a maioria dos setores fundamentais, como saúde e educação, precisa de algum tipo de conexão à internet para funcionar plenamente. Por termos regiões nas quais conexões convencionais são inviáveis, dispor de apenas uma prestadora de internet via satélite abre margem para criação de monopólios. Tanto que, essa é exatamente a premissa que justifica o acordo da Telebras com a SpaceSail, nem tanto para fazer frente a Starlink, mas para abrir concorrência e possibilitar uma regulação mais justa da qualidade de serviço. A seguir, veja mais detalhes sobre a SpaceSail.
Renderização de Satélite da SpaceSail — Foto: Reprodução/China Central TV (Editada por Daniel Trefilio) A SpaceSail é uma constelação de satélites de baixa órbita projetada para fornecer conexão de internet de alta velocidade em âmbito global, nos mesmos moldes da Starlink. O projeto é desenvolvido em parceria pela Shanghai Spacecom Satellite Technology (SSST), empresa fruto da parceria do governo municipal da Xangai, e da Academia Chinesa de Ciências. O programa teve seu anúncio oficial em 2023, como parte do programa de desenvolvimento aeroespacial da China. Em pouco mais de um ano, a empresa já colocou em órbita 54 satélites em três lançamentos, com lotes de 18 satélites em cada.
O número atual é quase insignificante para competir com a atual constelação de 6 mil satélites da Starlink. Porém, as projeções da SSST e do governo chinês são de expandir a malha da SpaceSail para 648 satélites até o final de 2025, dobrar o número até 2027, e alcançar 15 mil satélites até 2030. Para fins de referência, este é o mesmo volume de satélites que a Starlink já tem liberação para colocar em órbita até o momento.
Simulação da malha de satélites da SpaceSail — Foto: Reprodução/China Central TV (Editada por Daniel Trefilio) Mesmo com planos da SpaceX de aumentar o volume projetado para entre 30 mil e 42 mil satélites, a própria Comissão Federal de Comunicação dos EUA já barrou a tentativa de expansão, por questões de regulamentação. Isto abre margem para um cenário em potencial no qual a concorrente chinesa se emparelhe com a Starlink até o final desta década, quebrando o monopólio da empresa de Elon Musk no mercado global.
2. Tecnologia e diferenciais
Oficialmente, a iniciativa da SpaceSail faz parte dos programas espacial e de telecomunicações da China. Por esta razão, os detalhes profundos em termos de tecnologia são bastante limitados. Oficialmente, a empresa sequer dispõe de um site oficial com detalhes superficiais, então tudo o que se sabe são os números divulgados à mídia internacional em eventos oficiais, como o acordo entre a empresa e a Telebras em novembro (2024). No entanto, ao que tudo indica, o formato e distribuição dos satélites da SpaceSail serão os mesmos, ou pelo menos equivalentes, aos da Starlink.
Renderização da antena de recepção da SpaceSail — Foto: Reprodução/China Central TV (Editada por Daniel Trefilio) No caso, estamos falando de uma grande constelação de satélites em uma órbita extremamente baixa, entre 500 a 1.500 km de altitude, contra os mais de 35 mil km de altitude dos satélites geoestacionários convencionais. Com isto, o tempo para enviar e receber sinais de dados (a latência), são reduzidos drasticamente, permitindo alcançar velocidades mais elevadas de conexão e maior estabilidade.
Contudo, pela própria distância menor, o ângulo de cobertura de cada antena satélite é também muito reduzido, exigindo mais satélites para atender uma mesma área. Este detalhe faz com que seja necessária uma malha mais ampla. A única diferença real esperada, mas ainda não confirmada, é o preço pelo serviço.
Simulação da malha final de satélites prevista para a SpaceSail — Foto: Reprodução/China Central TV (Editada por Daniel Trefilio) Atualmente, a Starlink é extremamente cara quando comparada a serviços de internet banda larga por fibra óptica no Brasil. Por exemplo, o plano mais básico custa R$ 184 mensais, e o kit de instalação sai por, no mínimo, R$ 1.200 durante períodos promocionais, ou por R$ 2.400 a preço cheio. Além disso, mesmo os planos mais caros, como o Starlink Móvel para embarcações de R$ 1,2 mil por mês, a conexão é limitada a 150 Mbps em áreas com excelente cobertura. Esta velocidade é equivalente aos planos de fibra mais baratos, que costumam custar até R$ 100, sem compra obrigatória de equipamento.
Comparando com planos via satélites geoestacionários mais simples, como o Claro Internet Rural, que a velocidade máxima é de até 2 Mbps, com assinatura de R$ 70 mensais e kit de instalação custando até R$ 2 mil. Novamente, como a SpaceSail ainda não está operacional e só deve começar a operar a partir de 2026, o governo da China não mencionou valores, mas deu a entender que o serviço terá valor competitivo com a Starlink, e outros serviços de internet por satélite.
Kit básico Starlink e primeiros passos de instalação — Foto: Reprodução/Starlink (Editada por Daniel Trefilio) 4. SpaceSail vai vir para o Brasil?
Não apenas a SpaceSail virá para o Brasil, como nosso país é um dos maiores clientes em potencial do projeto, e deve ser um dos primeiros mercados fora da China a receber o serviço. Durante a visita de Xi Jinping ao Brasil em novembro para a reunião do G20, o governo chinês fechou o acordo com a Telebras e o Ministério das Telecomunicações, e agora o projeto está sujeito à aprovação dos órgãos reguladores locais. Em coletiva oficial, o Ministro das Comunicações, Juscelino Filho, chegou a mencionar, que caso aprovado, disponibilizaria a Base Espacial de Alcântara para lançamento dos satélites.
Ministro Juscelino Filho assina acordo de conectividade com representante do governo Chinês — Foto: Divulgação/Ministério das Comunicações A medida beneficiaria tanto o Brasil, por agilizar a expansão da constelação por aqui, como a própria SpaceSail, já que a base brasileira é considerada estratégica por sua localização, otimizando custos de lançamento. O movimento imediatamente levantou especulações sobre se tratar de uma retaliação à empresa de Musk após polêmicas entre a rede X (Twitter) e o Ministério Público. No entanto, o ministro reforçou que se trata, na verdade, de uma estratégia para impedir que se estabeleça um monopólio da Starlink, que já detém 46% de representação do setor no Brasil.
Além disso, para 2025 a SpaceSail quer estabelecer uma cobertura de satélites na própria China para já começar a atuar, antes de expandir para outras regiões, mas o Brasil está, claramente, no topo da lista de prioridades logo na sequência. Desta forma, desde que não tenha entraves políticos, econômicos ou regulamentares, a SpaceSail começará a operar por aqui já em 2026.
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11 meses atrás
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