Recapitulando
Apenas para relembrar, o título do Tesouro com melhor resultado nos 11 primeiros meses de 2025 foi o Renda+ 2065, com alta de 33,8%, ou 27% se descontarmos o Imposto de Renda.
Mas outros papéis com vencimento mais curto também tiveram uma alta expressiva, como o Tesouro Prefixado 2031, com rentabilidade líquida de 21,4%.
Os títulos que eventualmente têm uma alta acentuada (e que também pode cair em outros momentos) são os prefixados e os indexados à inflação (incluindo o Tesouro IPCA+, o Renda+ e o Educa+).
Já o Tesouro Selic segue a taxa básica de juros do país, a taxa Selic, e nunca tem uma rentabilidade muito acima dela nem muito abaixo.
Como saber se a alta vai continuar?
O que provoca grandes variações nos títulos é a mudança das projeções dos grandes investidores para a taxa Selic.
Quando os investidores acham que a Selic vai cair, eles se antecipam comprando, por exemplo, títulos prefixados, para manterem papéis com alta rentabilidade.
Se a procura por esses papéis aumenta muito, o preço deles, consequentemente, também sobe.
O mesmo ocorre com os papéis indexados à inflação, pois a rentabilidade deles possui uma taxa prefixada. O Tesouro IPCA+ 2029, por exemplo, está com taxa de 7,89% mais a inflação. Esses 7,89% são a parte prefixada da rentabilidade desse título.
Então veja que o preço sobe não quando a taxa Selic cai, mas, sim, quando as projeções para a taxa Selic caem.
Logo, a alta vai continuar não se a taxa Selic cair. Muita gente acredita nisso, mas está errado. A alta vai continuar se os grandes investidores acharem que a Selic vai cair para um patamar ainda menor do que a projeção atual.
Quais acontecimentos podem fazer o Tesouro disparar?
Para que os títulos do Tesouro disparem novamente em 2025, é preciso que os grandes investidores reduzam significativamente suas projeções para a taxa Selic para os próximos anos.
E o que os levaria a fazer uma mudança significativa, para baixo, nas suas previsões?
Bom, como a taxa Selic é usada pelo Banco Central para controlar a inflação, o que precisa acontecer para o Tesouro disparar é os investidores acreditarem que a inflação estará menor do que o que eles previam anteriormente.
Dois fatores importantes que afetam a inflação são a taxa de câmbio e os gastos do governo. Se o dólar continuar caindo em 2026, como caiu em 2025, aumentam as chances de novas altas nos títulos do Tesouro.
Em relação aos gastos públicos, o mercado acredita que eles vão diminuir se houver uma mudança de governo. Sendo assim, caso Lula não seja reeleito, também aumentam as chances de alta dos títulos públicos.
Já se o próprio governo Lula convencer os grandes investidores de que haverá um controle maior dos gastos públicos, também pode haver uma alta nos preços dos títulos do Tesouro.
Esses acontecimentos, no entanto, não são os únicos fatores a influenciar a inflação. Por isso, pode haver uma alta dos títulos mesmo sem nada disso acontecer.
Um esfriamento do mercado de trabalho, por exemplo, pode sinalizar uma redução do consumo, fazendo com que a inflação diminua.
É melhor investir agora?
Como você viu, há diversos fatores que influenciam o preço dos títulos. E nenhum deles é previsível.
Por exemplo, você sabe quanto vai ser a inflação em 2026? Como vai estar a taxa de câmbio no final do ano que vem? Quem vai ganhar a eleição?
Eu, particularmente, acredito que o enfraquecimento do mercado de trabalho dos Estados Unidos e a substituição do presidente do banco central americano vão fazer a taxa básica de juros dos EUA cair mais do que hoje se espera, abrindo espaço para a queda da Selic no Brasil e, consequentemente, para a alta dos títulos do Tesouro prefixados e indexados à inflação.
Penso que a influência desse fator sobre a taxa Selic será maior do que a das eleições. Mas lembre-se de que isso é apenas uma hipótese, que pode não se confirmar.
Se você for um investidor conservador, minha recomendação continua a mesma que já fiz outras vezes nesta coluna: só invista nesses dois tipos de título se puder aguardar até a data de vencimento. Só assim você garante que não terá prejuízo.
Alguma dúvida?
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Opinião
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Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.

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