Teste de Rorschach viraliza com série Tremembé: saiba fazer a versão online

O Rorschach voltou a viralizar após o lançamento de Tremembé, série brasileira que retrata a vida de detentos dentro do “presídio dos famosos” - entre eles, Suzane von Richthofen, Elize Matsunaga, Anna Jatobá e Alexandre Nardoni. O exame das “manchas de tinta”, que aparece em diversas cenas, despertou a curiosidade do público, já que ele é usado para avaliar a percepção e os traços de personalidade dos presos – em uma cena, Elize Matsunaga é dada como psicopata levando em consideração os resultados do teste. Suzane von Richtofen, por sua vez, recebeu orientações de seu advogado para respondê-lo de forma assertiva, para parecer emocionalmente estável. A partir disso, começaram a circular diversas publicações nas redes sociais, incluindo memes, comentários e teorias sobre o que cada mancha revela.

Assim, essa combinação entre curiosidade, dramatização de histórias reais (e de grande fama) e o poder das manchas explica por que o teste voltou a circular com tanta força. Ele simboliza, dentro e fora da tela, a tentativa de entender o que há por trás do comportamento humano - um tema que sempre desperta fascínio, seja para compreender o próximo ou a si mesmo.

Criado em 1921 pelo psiquiatra suíço Hermann Rorschach, o teste que leva seu nome é um dos instrumentos mais conhecidos da psicologia. Ele consiste em dez pranchas contendo manchas de tinta, que são apresentadas a uma pessoa para que ela diga o que enxerga nas imagens. As respostas são analisadas por psicólogos e psiquiatras a partir de critérios técnicos, levando em conta o conteúdo das associações, o modo como o participante descreve as figuras e o raciocínio por trás das interpretações.

O objetivo do teste é investigar aspectos da personalidade e da forma como o indivíduo percebe o mundo. Por isso, ele é usado tanto em contextos clínicos - como apoio no diagnóstico psicológico - quanto em avaliações forenses, que ajudam a compreender o comportamento de uma pessoa em situações específicas, inclusive em processos judiciais.

Diferentemente do que muitas vezes se acredita, o Rorschach não prevê o futuro nem “revela segredos” de maneira automática. Ele é uma ferramenta de análise complexa, que só tem validade quando aplicada e interpretada por profissionais qualificados. O resultado depende da experiência do psicólogo e do método de interpretação utilizado, que envolve regras padronizadas para evitar leituras subjetivas.

Após assistir às cenas de Tremembé, muita gente ficou curiosa para saber o que veria nas famosas manchas de tinta. Na internet, existem plataformas que simulam o teste de Rorschach de forma recreativa, permitindo que o usuário escolha o que enxerga nas pranchas e receba uma interpretação sobre as respostas. Uma das opções, fornecida pelo site IDRlabs.com, apresenta cinco “diagnósticos” a partir do que você vê: “saudável e equilibrado”, “normal”, “levemente perturbado”, “moderadamente perturbado” ou “gravemente perturbado”. Para fazer, basta acessar o link, selecionar uma das respostas pré-disponibilizadas e tocar em “Próximo”, até completar as dez “pranchas”. O resultado será mostrado ao final.

Essas versões online podem ser divertidas e ajudam a matar a curiosidade sobre o funcionamento do exame, mas não têm validade científica. Diferentemente do teste original, elas não seguem protocolos técnicos nem são interpretadas por profissionais da área. Por isso, os resultados não devem ser usados para tirar conclusões sobre a própria saúde mental, muito menos para avaliar outras pessoas.

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