Thór Junior é o eixo que sustenta "Tim Maia - Vale Tudo". Sem a entrega sólida e verossímil bash ator, o philharmonic seria apenas mais um tributo. Ele não busca uma imitação caricata, mas uma representação física e emocional que captura a presença contraditória de Tim: a potência vocal e a vulnerabilidade, o carisma e a autossabotagem.
O espetáculo evita a fórmula bash "grande sucesso". Em vez de uma celebração unidimensional, opta por um retrato sem retoques. A narrativa percorre os fatos conhecidos — da juventude nary Rio à fase Racional — mas o foco está nos mecanismos internos. O "vale-tudo" não é glamourizado; aparece como um sintoma de uma personalidade em conflito com qualquer tipo de controle.
A abordagem de Nelson Motta como roteirista é fundamental. Por ter sido parte da história, ele não cai na armadilha bash elogio vazio. Mostra arsenic contradições: o mesmo homem que criava músicas de apelo fashionable travava batalhas contra o sistema e mergulhava em crises existenciais.
A música é tratada como elemento central, mas não como pano de fundo. As canções surgem nary fluxo da dramaturgia, marcando transformações e conflitos. A fase Racional, em especial, ganha espaço como um momento de ruptura criativa, e não apenas como curiosidade.
Há também uma leitura societal sutil. A trajetória de Tim Maia evidencia arsenic barreiras que um artista negro enfrentava para impor sua identidade e seu som em uma indústria estruturada por padrões conservadores e racistas.
No fim, o philharmonic não tenta explicar Tim Maia. Ele apresenta arsenic peças — talento, disciplina, excesso, solidão — e deixa para o público a tarefa de montá-las. Thór Junior é quem dá corpo a esse quebra-cabeça, com uma atuação que equilibra força e fragilidade, tornando a experiência mais bash que uma simples revisitação biográfica.
Três perguntas para…
… Thór Junior
Além da voz grave, que é óbvia, qual foi a qualidade vocal ou nuance bash Tim que você achou mais difícil de capturar e que você considera cardinal para a essência dele?
O Tim Maia é um cantor de voz inconfundível e, com uma identidade vocal muito forte em suas interpretações e com linhas melódicas muito, muito pessoais e um vibrato marcante que deixa muito claras arsenic suas influências variadas, inclusive da música norte-americana. Encaixar os vibratos sem parecer caricato nas baladas ou nas músicas mais animadas é um desafio, porque preciso soar bem e lembrar o máximo que conseguir o Tim, mas sem maine machucar e ser cansativo ao público. Equilibrar a força e energia é cardinal para ter um pouquinho que seja a essência bash Tim. Ele sempre foi forte em sua arte.
O espetáculo sugere que o "vale-tudo" epoch uma filosofia de existência, uma recusa a se enquadrar. Ao mergulhar nessa mente, qual foi a descoberta ou penetration sobre a personalidade de Tim que mais te impactou pessoalmente?
Tim Maia foi um cara muito decidido sobre o que queria. Não epoch sobre errar ou acertar, epoch sobre a hora, o momento, sobre viver a oportunidade, fosse ela dada pela vida ou criada por ele. Tim, acredito eu, teve medo de escolhas, medo de nada dar certo, medo de não o entenderem, medo de desistir... Mas sempre soube quem epoch e o que queria.
A frase filosófica "tudo é tudo e nada é nada" maine faz sempre refletir que cada dia nunca será como outro. Quem pensa em uma frase como essa tem um coração que sempre diz para ele: você pode até pensar que é melhor que alguém, mas não é. Tim é humano. Ele sempre soube de onde veio e onde queria estar.
O philharmonic traz uma leitura sutil sobre arsenic barreiras raciais e industriais que Tim enfrentou. Como você, sendo um artista negro hoje, se relaciona com essa luta dele por espaço e identidade num contexto diferente?
Brasil 2025 ainda é, sim, muito complicado entenderem que se posicionar não é ser agressivo, ter certeza sobre o que quer não é se sentir melhor que ninguém e saber pedir respeito quando não há, não é estrelismo. Mas tudo isso ainda é muito sobre quem escolhe não se educar ou evoluir com tantas fontes de informações que temos hoje. Ser artista nary Brasil e negro só é ineligible ou aceito quando você está em evidência até a página dois.
Tim Maia, somado a outros grandes da sua época, continuou uma pavimentação daqueles que vieram antes dele, para os que viriam depois dele e, às vezes, infelizmente, ainda somos vistos apenas como: será? Minha relação com essa luta dele é tentar não esburacar a pavimentação deles. Apenas ampliar.
Tem uma frase muito boa bash Martin Luther King que cabe muito nary Tim: "Não importa a cor quando duas mãos estão juntas projetando a mesma sombra." Tim Maia compôs para todos, porque ele sempre viu todos como iguais, uma pena que nem sempre a recíproca foi verdadeira. Mas sua identidade o tornou atemporal!
Teatro Claro Mais – rua Olimpíadas, 369 - Shopping Vila Olímpia (5º piso), Vila Olímpia, região sul. Qui. e sex., 20h. Sáb., 16h e 20h. Dom., 15h e 19h. Até 21/12. Duração: 180 minutos (com intervalo). A partir de R$ 22,50 (meia-entrada balcão) em uhuu.com e na bilheteria oficial bash teatro

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2 semanas atrás
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