O aquecimento global e a necessidade de mudar o modo que as fontes fósseis são usadas, mas com o cuidado para que isso não gere outros impactos no processo, é um dos fatores que motiva a realização do 1º Diálogo da Transição Energética Justa no Rio Grande do Sul. O evento, que será realizado na próxima quinta-feira (18), das 9h às 13h, no Instituto Caldeira, também tratará do tema aproveitamento do Patrimônio Mineral Gaúcho.
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O aquecimento global e a necessidade de mudar o modo que as fontes fósseis são usadas, mas com o cuidado para que isso não gere outros impactos no processo, é um dos fatores que motiva a realização do 1º Diálogo da Transição Energética Justa no Rio Grande do Sul. O evento, que será realizado na próxima quinta-feira (18), das 9h às 13h, no Instituto Caldeira, também tratará do tema aproveitamento do Patrimônio Mineral Gaúcho.
O encontro reunirá agentes públicos e empreendedores ligados ao campo da mineração. Um dos assuntos que estará no centro dos debates é o carvão, já que o Estado concentra cerca de 89% das reservas naturais desse mineral. O presidente da Associação Brasileira do Carbono Sustentável (ABCS), Fernando Zancan, afirma que a indústria carbonífera está trabalhando para reduzir as suas emissões de CO2. “O problema do planeta não é acabar com o fóssil, é acabar com a emissão”, reforça o dirigente.
A ABCS é a nova identidade que substituiu, recentemente, a Associação Brasileira de Carvão Mineral (ABCM). Zancan destaca que a mudança do nome da entidade é justamente para ressaltar a atenção com o manejo do carbono. Ele salienta que a captura do CO2 pode ser empregada na fabricação de outros produtos como, por exemplo, fertilizantes e combustíveis sintéticos.
O dirigente recorda que houve críticas apontando a mudança de nome da associação como uma ação de “greenwashing”, ou seja, que apenas passaria uma mensagem de sustentabilidade, sem de fato ser sustentável. Porém, Zancan enfatiza que não se trata disso e que o nome ABCM não representava mais as práticas e objetivos da instituição, dentro do conceito de uma transição energética inclusiva.
Para o dirigente, essa transição abrange manter o parque termelétrico atual operando, gerando empregos, renda e segurança energética. “Para dar tempo de reinventar a indústria do carvão, do carbono”, diz o presidente da ABCS. Segundo Zancan, a discussão sobre a mineração e o carvão não pode ser limitada a um debate ideológico, ela tem que levar em conta a ciência e os reflexos positivos que essas atividades também representam. “Se forem capturadas as emissões do carvão, que é o problema quanto a gases de efeito estufa, se a gente manejar isso e tiver emissões inclusive negativas, o carvão deixa de ser problema e passa a ser solução”, reitera o dirigente.
O 1º Diálogo da Transição Energética Justa no Rio Grande do Sul conta com o apoio do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Fiergs, ABCS e governo do Estado. No evento, será assinado um convênio de cooperação de ecossistemas de inovação entre o Instituto Caldeira e a Associação Beneficente da Indústria Carbonífera de Santa Catarina (SATC) para trabalhar novos negócios nas cidades minerais das regiões carboníferas.
Conforme o gerente de Sustentabilidade Corporativa na Copelmi Mineração, Cristiano Weber, o setor mineral terá um desafio muito grande que será conciliar o aumento da demanda, com a questão da sustentabilidade. “E o evento em Porto Alegre será um primeiro diálogo para entender como funciona a mineração, como se relaciona com a questão energética e como o Estado irá trabalhar o setor do carvão para essa transição”, destaca Weber.
O gerente de Sustentabilidade Corporativa na Copelmi Mineração faz uma comparação entre as mudanças nas formas de geração de energia que se avizinham com uma corrida de revezamento. “O corredor que vai pegar o bastão não fica parado esperando, ele está correndo junto. Então, as tecnologias renováveis estão se desenvolvendo para pegar esse bastão, mas as fósseis precisam também estar trabalhando”, argumenta. Nesse sentido, reforça Weber, é necessário trabalhar nas ações de mitigação dos impactos da produção energética.
Geração termelétrica é um dos pontos mais problemáticos, aponta gerente do Iema
A transição energética justa, olhando todos os envolvidos, é algo também defendido pelo gerente de Projetos do Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema), Ricardo Baitelo. No entanto, ele salienta que, quando se fala do carvão para o aproveitamento estritamente para a geração de eletricidade, a situação se torna mais complicada devido às emissões de gases que provocam o efeito estufa.
“Pela questão ambiental, pela questão climática, o tempo a perder é exíguo e o carvão não teria espaço na transição”, aponta Baitelo. Já a possibilidade de um uso mais diversificado do carvão, fora da geração termelétrica, para o gerente do Iema é algo “em aberto”. Ele acredita que a utilização do mineral para a produção de calor e emprego industrial ainda teria espaço. “A ideia é que a gente consiga migrar totalmente dos combustíveis fósseis para outras opções como a biomassa e o hidrogênio, porém ele (carvão) pode ter algum espaço em uma janela de tempo mais limitada”, comenta.
A captura de carbono poderia ser uma alternativa para a manutenção da termeletricidade a carvão, contudo Baitelo frisa que isso implica um gasto muito grande, não compatível com a concorrência contra os custos das energias renováveis hoje. Quanto à mineração em geral, o integrante do Iema considera que a prática é algo importante para todas atividades e essencial para o aumento de qualquer tipo de energia, inclusive para gerações elétricas de fontes renováveis, como a solar e a eólica. Ele recorda que elementos provenientes da mineração são usados para fabricar os componentes das pás (dos aerogeradores) e dos painéis (fotovoltaicos), por exemplo.
Sobre a mudança do nome da Associação Brasileira de Carvão Mineral (ABCM) para Associação Brasileira do Carbono Sustentável (ABCS), o gerente do Iema diz que a troca é bem-vinda, se a associação estiver realmente olhando alternativas mais sustentáveis. “Faz sentido, desde que eles observem quais são as novas modalidades de transição, sem trazerem as térmicas a carvão coladas nisso”, finaliza Baitelo.

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