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Tropa de elite do Exército, 'kids pretos' são especializados em guerra irregular

Alvos da Polícia Federal em operação desta terça-feira (19), os "kids pretos" são os militares formados nos cursos das Forças Especiais —principal tropa de elite do Exército, com centro de formação em Goiás.

O apelido vem do fato de usarem gorros pretos.

Eles são especializados em guerras irregulares, ações táticas para se infiltrar em território inimigo e transformação de leigos em combatentes.

São considerados os militares com mais perfil de combatentes do Exército, com formação em condições extremas —o que, na avaliação de generais ouvidos pela Folha, resulta num caráter igualmente mais extremado.

A PF cumpre mandados de busca e apreensão e de prisão na manhã desta terça contra suspeitos de integrarem uma organização criminosa que, segundo as investigações, planejou um golpe de Estado em 2022 para impedir a posse do presidente Lula (PT).

A PF afirma que, entre ações previstas para evitar a posse de Lula, estava o plano "Punhal Verde e Amarelo", que seria o assassinato do petista e de seu vice, Geraldo Alckmin (PSB).

Outro alvo, sempre de acordo com as apurações da PF, seria o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que seria preso e morto em seguida.

Ao menos quatro militares, sendo um general da reserva, são alvos das medidas, cumpridas em três estados (Amazonas, Goiás e Rio de Janeiro) e no Distrito Federal.

São eles o general da reserva Mario Fernandes e os tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo. O policial federal Wladimir Matos Soares também está entre os alvos dos mandados.

Todas as prisões pedidas já foram efetuadas.

Mario Fernandes foi secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo Bolsonaro. Ele também foi assessor do deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ), mas deixou o cargo por decisão do STF.

Mora em Brasília, mas aproveitava folga com a família no Rio de Janeiro no momento em que foi preso. Ele foi levado à Polícia Federal do Rio, onde deve ficar preso inicialmente e prestar depoimento.

Os outros militares eram "kids pretos" e estavam em cargos de comando no Exército até o início das investigações.

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