Um levantamento feito pelo g1 com base no banco de imagens do Departamento de Defesa dos EUA mostrou que o governo Trump mais que quadruplicou a divulgação de fotos e vídeos de manobras militares no mar do Caribe entre o início de agosto — quando Trump autorizou ação militar contra cartéis de drogas latino-americanos— e o final de novembro, na comparação com os primeiros sete meses de 2025.
Entre as imagens divulgadas, estão:
- Tropas treinando tiro e situações de combate de curto alcance com silenciador e com camuflagem na selva;
- Desembarque terrestre com veículos anfíbios em Porto Rico (que servem para desembarque de tropas e veículos em praias) —exercício conhecido como "bold alligator" ("jacaré ousado", em português);
- Bombardeios no mar com jatos de guerra;
- Voo em formação de jatos e helicópteros;
- Navegação com lanchas de ataque rápido soldados
- Navegação de navios de guerra em formação no mar do Caribe;
- Reparos em jatos de guerra F-35 em Porto Rico.
Apesar de temores de um ataque direto dos EUA em território venezuelano, neste momento em que a escalada militar permanece no plano das tensões, esse tipo de demonstração compõe, segundo especialistas, um elemento importante do embate entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e o da Venezuela, Nicolás Maduro: o jogo psicológico.
Helicóptero da Marinha dos Estados Unidos lança iscas de calor em exercício de combate no mar do Caribe em 22 de setembro de 2025. — Foto: Andrew Eggert/Marinha dos Estados Unidos
Fuzileiros navais atiram durante exercício no Mar do Caribe — Foto: Comando Sul dos EUA
Helicópteros dos Fuzileiros Navais dos Estados Unidos sobrevoam navio de desembarque anfíbio durante exercício militar em Arroyo, no Porto Rico, em 5 de setembro de 2025. — Foto: Kyle Baskin/Marinha dos Estados Unidos
Isso porque, nas operações especiais, táticas mais dinâmicas e furtivas são empregadas e com uma quantidade mais enxuta de soldados, segundo Brustolin. Além disso, explicou o professor, o aparato militar mobilizado no Caribe permitiria o emprego, na Venezuela, de uma logística complexa que atende a esse tipo de investida.
Dada essa capacidade, algumas das imagens compartilhadas pelo governo Trump indicam que essas situações estão sendo treinadas. Isso é comum, segundo Brustolin, porque missões cirúrgicas e furtivas, de infiltração marítima discreta e rasante, de desembarque rápido, tudo coordenado em baixa assinatura, fazem parte do portfólio de treinamentos militares dos EUA e são treinados constantemente.
Fuzileiros navais dos Estados Unidos em exercício de combate a curto alcance em ambiente de baixa luminosidade em Porto Rico em 2 de outubro de 2025. — Foto: Kyle Baskin/Marinha dos EUA
O g1 entrou em contato com o Comando Sul —braço do Exército dos EUA que atua na América Latina— para perguntar sobre os exercícios militares, porém não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, acusa os EUA de buscarem tirá-lo do poder e denunciou estarem "inventando uma guerra" para justificar a ação. Dono de um Exército defasado e muito mais fraco que o americano, Maduro alterna seus apelos contra a escalada militar dos EUA entre demonstrações públicas pitorescas e tentativas de negociação com os EUA nos bastidores:
- Ele já fez pedidos em inglês de "no crazy war, yes peace" (sem guerra maluca, e sim paz), fez marcha com seus apoiadores "contra o imperialismo", e dançou a um remix de falas suas e à música Imagine, dos Beatles. Esse comportamento foi descrito por especialistas por uma "diplomacia da comédia".
- Por outro lado, o presidente venezuelano já ofereceu aos EUA o monopólio sobre a exploração de recursos energéticos e minerais da Venezuela e também pediu para ficar até mais três anos no Miraflores antes de renunciar, segundo o jornal americano "The New York Times" —ambas as tentativas foram negadas por Trump.
Soldado da Marinha dos EUA treina tiro com fuzil de longo alcance (sniper) a bordo do navio anfíbio USS San Antonio em 27 de setembro de 2025. — Foto: Nathan Mitchell/Marinha dos Estados Unidos
Fuzileiro naval dos Estados Unidos treina com camuflagem e fuzil durante exercício de reconhecimento em selva de Camp Santiago, no Porto Rico, em 11 de novembro de 2025. — Foto: Divulgação/Marinha dos Estados Unidos
Grupo de ataque USS Gerald Ford navega em formação na região da América Latina do Oceano Atlântico em 13 de novembro de 2025. — Foto: Gladjimi Balisage/Marinha dos Estados Unidos
Jato de guerra decola do porta-aviões USS Gerald Ford, da Marinha dos Estados Unidos, no mar do Caribe em 13 de novembro de 2025. — Foto: Divulgação/Marinha dos Estados Unidos

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2 semanas atrás
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