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Trump amarga queda de popularidade por minar confiança dos americanos no modelo de liderança e segurança forte dos EUA

Por Sandra Cohen

Especializada em temas internacionais, foi repórter, correspondente e editora de Mundo em 'O Globo'

Caos, canetaço e confrontos em série predominaram em 100 dias do presidente no cargo, mas reação começa a se delinear em bloqueios judiciais, protestos e desaprovação. 


O presidente dos EUA, Donald Trump — Foto: REUTERS/Kevin Mohatt

Foi difícil manter o foco nos primeiros 100 dias do governo Trump, e a estratégia do presidente americano no segundo mandato parece ser essa mesma: a de governar sob a égide do caos, dada a enxurrada de decretos, memorandos e factoides disparados em velocidade arrebatadora.

O presidente vai festejar, nesta terça-feira (29), o 100º dia no cargo num comício, e gabar-se como um marco bem-sucedido na história do país, mas os americanos consideram que ele foi longe demais nas suas atribuições.

O índice de aprovação do presidente varia entre 39% e 41%, e é o menor do período em relação a seus antecessores nas últimas sete décadas, de acordo com pesquisas divulgadas no fim de semana.

O declínio na popularidade é reflexo do fato de Trump ter passado estes primeiros três meses jogando os Estados Unidos em sucessivas crises e minando a confiança no modelo de país com liderança forte e seguro economicamente.

Em entrevista à revista “The Atlantic”, ele resumiu enfaticamente o seu papel nesse segundo mandato: “Eu governo o país e o mundo.”

Trump tem o maior índice de desaprovação dos últimos 80 anos

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Nos primeiros 100 dias, Trump fez jus à citação, de forma autoritária e irresponsável. Ele se escorou no tripé deportação-tarifaço-guerra cultural, para abrir confrontos em série dentro e fora dos EUA, que desestabilizaram adversários e aliados.

Sete por cento do mandato presidencial transcorreram sob o signo da turbulência e da vingança aos desleais. Trump agiu mais como imperador do que como presidente, arruinando alianças, enfraquecendo instituições e fortalecendo os radicais de seu partido.

A reação aos impulsos autoritários começa a se delinear em bloqueios judiciais, protestos de rua e, principalmente, na queda de popularidade. Ignorar esses sinais é ir de encontro ao fracasso.

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