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Trump confronta juiz durante audiência e magistrado diz a advogado: 'Controle seu cliente'

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O juiz Arthur Engoron falava com a defesa quando foi interrompido pelo réu.

“Temos uma situação em que sou um homem inocente”, disse Trump. “Estou sendo perseguido por alguém que está concorrendo a um cargo público.”

De acordo com Trump, a acusação é uma estratégia de Letitia James, procuradora-geral de Nova York que moveu a ação, para ganhar simpatia do público. O ex-presidente também alega que o juiz está contra ele.

“Isso é uma fraude contra mim. O que aconteceu aqui, senhor, é uma fraude contra mim”, disse Trump. "Sei que isso [o processo] é entediante para você", afirmou ele se dirigindo a Engoron.

Em resposta, o juiz falou com o advogado do réu: “Controle seu cliente”.

Justiça ouve argumentos finais da defesa de Trump

Justiça ouve argumentos finais da defesa de Trump

A defesa de Trump chegou a pedir para que o próprio ex-presidente apresentasse as alegações finais do processo, mas o pedido foi negado depois que os advogados perderam o prazo para chegar a um acordo sobre as regras básicas da fala.

As condições impostas por Engoron tinham o intuito de garantir que o ex-presidente não usaria seus comentários finais para “fazer um discurso de campanha” ou para atacar as autoridades envolvidas no caso.

Engoron vem sendo alvo de críticas e ataques virtuais por parte do próprio Trump e de seus apoiadores. Na quarta-feira (10), via redes sociais, o ex-presidente acusou o magistrado de colaborar com a procuradora-geral de NY para prejudicá-lo.

Esta não é a primeira vez que Trump entra em confronto com Engoron. O ex-presidente já chamou o juiz de "desequilibrado" e de "agente democrata, da esquerda radical, que odeia Trump".

Trump confronta juiz durante audiência e magistrado diz a advogado: 'Controle seu cliente' — Foto: REUTERS/JANE ROSENBERG SKETCHES

“Tenho certeza de que o juiz decidirá contra mim porque ele sempre decide contra mim”, afirmou o ex-presidente.

Engoron alertou Trump dizendo que poderia removê-lo do banco das testemunhas se não respondesse diretamente às perguntas.

"Senhor Kise, você pode controlar seu cliente? Este não é um comício político. Isto é um tribunal", disse Engoron, dirigindo-se ao advogado de Trump, Christopher Kise.

Em outro momento durante o processo, o magistrado impôs duas multas a Trump, US$ 5.000 e US$ 10.000 (R$ 24,5 mil e R$ 49 mil na cotação atual), ao determinar que o empresário violou uma ordem de silêncio imposta depois de atacar o escrivão do juiz nas redes sociais.

Este é um dos quatro casos nos quais Trump, favorito entre os republicanos para as eleições presidenciais de 2024, é réu atualmente nos Estados Unidos.

A ação movida pela procuradora-geral de Nova York, Letitia James, acusa Trump e as empresas da sua família de manipularem valores de ativos imobiliários para enganar credores e seguradoras e embelezar a reputação de Trump como um empresário de sucesso.

O julgamento ganhou mais importância no fim de setembro, quando o juiz Arthur Engoron, que preside a sessão, decidiu que a "fraude contínua" foi comprovada.

Segundo Engoron, o gabinete da Procuradoria-Geral do estado de Nova York já tinha provado que Donald Trump e os diretores do seu grupo haviam "supervalorizado" os seus ativos entre US$ 812 milhões e US$ 2,2 bilhões entre 2014 e 2021 (cerca de R$ 2,1 bilhões e R$ 12,2 bilhões).

Como o processo é civil e não criminal, Trump não pode ser preso, mas uma condenação pode ter grandes impactos monetários. O ex-presidente pode ser impedido de fazer negócios na cidade e o julgamento coloca em risco o império imobiliário que Trump construiu em Nova York.

Anteriormente, o juiz ordenou a revogação das licenças comerciais no estado de Nova York de Donald Trump e de Eric Trump e Donald Trump Jr, vice-presidentes executivos da Trump Organization. Ele também determinou o confisco das empresas que são alvo do processo, que serão confiadas aos liquidatários.

Donald Trump, que acumulou sua fortuna no setor imobiliário e nos cassinos na década de 1980 e prometeu administrar os Estados Unidos como as suas empresas, perderia então o controle de vários edifícios emblemáticos do seu grupo, como a Trump Tower, na 5ª Avenida de Manhattan.

As propriedades estão no centro das acusações da procuradora Letitia James: a superfície do apartamento do empresário na Trump Tower triplicou, e o edifício no número 40 de Wall Street foi supervalorizado entre US$ 200 e US$ 300 milhões (cerca de R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão).

A luxuosa residência da Trump Organization em Mar-a-Lago, na Flórida, e vários campos de golfe também aparecem no dossiê.

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