O governo Ramaphosa está promovendo uma reforma agrária que pretende corrigir a distribuição de terras no país que afeta fazendeiros majoritariamente brancos. Ele nega que haja um genocídio em curso no país, cuja história foi marcada pelo Apartheid, regime em que a minoria branca detinha legalmente privilégios em relação a negros e membros de outras etnias.
"Os Estados Unidos não participaram da cúpula do G20 na África do Sul porque o governo sul-africano se recusa a reconhecer ou abordar as terríveis violações dos direitos humanos sofridas pelos africâneres e outros descendentes de colonos holandeses, franceses e alemães", justificou o presidente em uma longa mensagem na sua própria rede social, a Truth Social.
"Portanto, por minha determinação, a África do Sul NÃO receberá um convite para a cúpula do G20 de 2026, que será realizada na cidade de Miami, Flórida, no próximo ano. A África do Sul demonstrou ao mundo que não é um país digno de ser membro de nenhuma organização, e vamos suspender todos os pagamentos e subsídios a ela, com efeito imediato."
Desde o início do ano, Trump tem feito críticas públicas e adotado medidas contra o governo da África do Sul, o que resultou em uma crise diplomática entre os dois países. Não há indícios de genocídio promovido pelo governo sul-africano contra a população branca, como alega o presidente americano.
No mês seguinte, o embaixador sul-africano nos EUA foi expulso do país, acusado de “explorar questões raciais”. À época, o secretário de Estado Marco Rubio compartilhou uma reportagem em que o embaixador teria dito que Trump lidera um movimento de supremacia branca.
A ONG Human Rights Watch classificou a medida como uma distorção racial cruel, destacando que milhares de refugiados negros tiveram pedidos de asilo negados pelo governo americano.
A África do Sul nega qualquer perseguição a brancos e rejeita a alegação de que esse grupo seja alvo desproporcional de crimes. As taxas de homicídio no país são elevadas, e a grande maioria das vítimas é negra.
Durante o encontro em maio na Casa Branca, Ramaphosa afirmou que nunca tinha visto os vídeos exibidos pela equipe da Casa Branca e negou que exista genocídio no país.
Após o encontro, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da África do Sul afirmou que não há "confisco de terras" no país.
Além disso, segundo o jornal "The New York Times", outro porta-voz do governo afirmou que as acusações envolvendo "genocídio branco" podem ser resolvidas com uma investigação independente.
O presidente dos EUA, Donald Trump, mostra supostas reportagens sobre 'genocídio branco' na África do Sul enquanto se encontra com o presidente do país, Cyril Ramaphosa — Foto: REUTERS/Kevin Lamarque
Trump afirma que a África do Sul estaria perseguindo membros da comunidade afrikaner — um grupo formado por descendentes de holandeses, alemães e franceses que migraram para o país no século 17.
Atualmente, os afrikaners representam cerca de 4% da população sul-africana, ou aproximadamente 2,5 milhões de pessoas, em um país com mais de 60 milhões de habitantes.
Historicamente, os afrikaners lideraram o regime do apartheid, que institucionalizou a segregação racial até o início dos anos 1990. Apesar do fim do regime, os brancos ainda controlam uma parte significativa das terras agrícolas do país.
Recentemente, o governo aprovou uma lei para corrigir o desequilíbrio entre propriedades no país. Dados apontam que os brancos possuem três quartos das terras agrícolas de propriedade plena da África do Sul. Por outro lado, os negros dominam apenas 4% dessas áreas, mesmo sendo mais de 80% da população.
O bilionário Elon Musk, nascido na África do Sul e aliado de Trump, declarou que os sul-africanos brancos têm sido vítimas de “leis racistas de propriedade”.
Qual a realidade do país?
Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, durante sessão do Fórum Econômico Mundial da África na Cidade do Cabo em 5 de setembro — Foto: Sumaya Hisham/Reuters
O governo da África do Sul nega que esteja promovendo um genocídio branco. Nem mesmo o partido que representa os afrikaners e a comunidade branca do país afirmam que crimes do tipo estejam acontecendo.
Em fevereiro deste ano, um juiz sul-africano também afirmou, em uma decisão, que não há genocídio no país.
A BBC afirma ainda que estatísticas mais recentes sobre violência na África do Sul apontam que 6.953 pessoas foram assassinadas no país entre outubro e dezembro de 2024. Desse total, 12 foram mortas em ataques a fazendas, sendo que apenas uma das vítimas era um fazendeiro.

German (DE)
English (US)
Spanish (ES)
French (FR)
Hindi (IN)
Italian (IT)
Portuguese (BR)
Russian (RU)
2 horas atrás
1
/https://i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/d/8/QAEY89QayFDm3XGqBtcw/afp-20251126-86ap7ul-v1-midres-uscrimenationalguard.jpg)
/https://i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/s/R/aCgof3SmGSVRBuRlm7Jg/2025-11-25t181202z-1002083615-rc2s3ia6w47a-rtrmadp-3-usa-thanksgiving-trump.jpg)
/https://i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/C/h/HQLBegTteFd21cUnyXBg/2025-11-26t203857z-893375164-rc2j4iajoolz-rtrmadp-3-usa-shooting.jpg)

:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/l/g/UvNZinRh2puy1SCdeg8w/cb1b14f2-970b-4f5c-a175-75a6c34ef729.jpg)










Comentários
Aproveite ao máximo as notícias fazendo login
Entrar Registro