A informação foi divulgada no mesmo dia em que o governo dos Estados Unidos incluiu oficialmente em sua lista de grupos terroristas o Cartel de los Soles, organização venezuelana que levaria drogas ao país e que Washington ser chefiada por Maduro.
A intenção de criar uma linha de diálogo é um movimento diplomático da Casa Branca em meio a uma escalada de tensões com Caracas. A Marinha dos EUA reforçou sua frota estacionada no Caribe, e vem conduzindo há meses bombardeios a embarcações supostamente usadas por traficantes de drogas na região.
O telefonema ainda não teria uma data definida para ocorrer.
Desde o início da escalada, especula-se que os EUA possam tentar tirar Maduro do poder na Venezuela por meio de ação militar, incluindo uma possível invasão por terra.
A classificação do Cartel de los Soles como organização terrorista, segundo o presidente dos EUA, Donald Trump, daria aos EUA o poder de atacar alvos ligados a Maduro em território venezuelano. O presidente norte-americano já disse que não deve fazer isso, mas também afirmou que "todas as opções" estão sobre a mesa.
O governo venezuelano acusa Washington de querer forçar uma mudança de regime na Venezuela com a classificação, que Nicolás Maduro chamou de "ridícula" também nesta segunda (24).
Washington acusa ainda o Cartel de los Soles de trabalhar com a gangue venezuelana Tren de Aragua, também já designada como organização terrorista estrangeira pelos Estados Unidos, no envio de drogas aos EUA.
Maduro nega a acusação e a própria existência do Cartel de los Soles, que também é contestada por especialistas (leia mais abaixo).
Grupo de ataque USS Gerald Ford navega em formação na região da América Latina do Oceano Atlântico em 13 de novembro de 2025. — Foto: Divulgação/Marinha dos Estados Unidos
O governo Trump alega que a operação é voltada apenas a combater o narcotráfico na área. Desde o começo da ação, as forças americanas na região realizaram pelo menos 21 ataques contra supostos barcos de narcotráfico no Caribe e no Pacífico, matando 83 pessoas.
O Cartel de los Soles existe?
Soldados ajoelhados durante exercícios militares em La Orchila, ilha do Caribe na costa da Venezuela, em 17 de setembro de 2025. — Foto: Reuters
A classificação do governo americano é contestada por quem pesquisa o tráfico internacional de drogas na América Latina.
Apesar disso, há indícios de que Maduro, mesmo não sendo o líder, é um dos principais beneficiários de uma “governança criminal híbrida” que ele ajudou a instalar no país.
A definição vem do trabalho de Jeremy McDermott, cofundador e codiretor do InSight Crime, uma fundação que estuda o crime organizado nas Américas, já ouvidas por jornais como "The New York Times", o "The Washington Post" e "The Guardian".
Para ele, o Cartel de los Soles não é uma organização centralizada como alguns de seus “irmãos” mais famosos, como o Cartel de Sinaloa de “El Chapo” Guzmán ou o Cartel de Medellín, de Pablo Escobar.
Maduro e os chavistas, ele diz, não controlam o tráfico e se beneficiam da compra e venda de cocaína, mas distribuem concessões a militares e aliados, em troca de sua manutenção no poder (leia mais abaixo).
McDermott viveu e trabalhou em Medellín, na Colômbia, por 25 anos, analisando os cartéis de drogas que atuam na região.
Imagem mostra o presidente dos EUA, Donald Trump (E), em Washington, DC, em 9 de julho de 2025, e o presidente venezuelano, Nicolás Maduro (D), em Caracas, em 31 de julho de 2024. — Foto: AFP/Jim Watson
O nome “Cartel de los Soles” não foi dado pelos próprios integrantes, e eles provavelmente não se identificam como parte do grupo, nesses termos, segundo o pesquisador.
Ele foi usado pela primeira vez em 1993, na época dos julgamentos dos generais da divisão antidrogas Ramón Guillén Davila e Orlando Hernández Villegas, acusados de ligações com o tráfico.
O nome vem das insígnias militares usadas pelos generais venezuelanos.
“O termo tem sido usado desde então para descrever todas as atividades de tráfico de drogas enraizadas no Estado e foi usado pelo Departamento de Justiça dos EUA na acusação que incluiu Nicolás Maduro”, completa o pesquisador.
Suas origens, portanto, são anteriores à eleição que marcou a ascensão de Hugo Chávez ao poder no país, em 1999.

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3 semanas atrás
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