Um dia após romper tornozeleira eletrônica, assassina do caso viral Slenderman é presa nos EUA

No sábado (22), por volta das 21h30, o Departamento de Correções local recebeu um alerta de que a tornozeleira eletrônica de Morgan estava com defeito. Duas horas depois, os oficiais entraram em contato com a casa onde ela morava para saber onde estava a garota.

Os funcionários da casa responderam então que Morgan removeu a tornozeleira e havia fugido. E na noite de domingo, ela foi encontrada em um posto de gasolina, em Illinois, nos Estados Unidos. Ela estava a cerca de 270 quilômetros de onde morava.

Morgan foi encontrada com um homem de 42 anos, acusado de invasão de propriedade. Nesta manhã, a polícia local publicou no Facebook que recebeu uma denúncia de um suposto casal estranho andando atrás de um prédio e, ao chegarem, encontraram-na.

Ela inicialmente deu um nome falso aos policiais. Após um tempo, informou que tinha "feito algo muito ruim" e, se quisessem saber quem ela era, bastava "pesquisá-la no Google".

Morgan foi colocada nesta casa há alguns meses, após receber liberdade condicional do Instituto de Saúde Mental de Winnebago. Ela foi internada no instituto psiquiátrico em 2018, após se declarar culpada de tentativa de homicídio doloso em primeiro grau, em um acordo com a promotoria para evitar a prisão. O esfaqueamento ocorreu em 2014 (relembre o crime mais abaixo).

Autoridades de saúde do tentaram impedir sua libertação em março, alegando ao juiz que ela não havia informado espontaneamente à sua equipe de terapia que havia lido o livro "Rent Boy", um romance sobre assassinato e venda de órgãos no mercado clandestino.

Alegaram também que ela estava conversando com um homem que coleciona objetos relacionados a assassinatos e que havia enviado a ele um desenho de um corpo decapitado, além de um cartão-postal dizendo desejar ter um relacionamento íntimo com ele.

Os promotores solicitaram ao juiz que a libertação dela não fosse aprovada. No entanto, a corte determinou que ela não estava escondendo nada e prosseguiu com o pedido de liberdade, que aconteceu em julho.

Duas meninas americanas, Morgan Geyser e Anissa Weier, ambas de 12 anos, foram condenadas, respectivamente, a 40 e 25 anos de internação em um hospital psiquiátrico, após esfaquearem 19 vezes (uma delas, perto de uma artéria principal) a colega de classe Payton Leutner, que sobreviveu.

Elas tinham planejado o ataque meses antes para agradar o "Slender Man" (saiba quem é o peronsagem mais abaixo). As garotas queriam ser "representantes" deles — isto é, fazer o trabalho para seu herói de ficção.

A vítima, uma menina também de 12 anos, foi convidada a passar a noite na casa de uma das acusadas, em Waukesha, em Wisconsin. As acusadas a levaram para a floresta e a esfaquearam. Na época, um ciclista encontrou a garota e a levou para o hospital.

Durante coletiva de imprensa celebrada na segunda, o chefe de polícia de Waukesha, Russell Jack, alertou os pais sobre os riscos da internet.

Rapidamente a internet tratou de criar um folclore em torno do homem de terno preto. A lenda conta que ele atrai crianças e adolescentes e os faz desaparecerem. É frequentemente relacionado ao "Flautista de Hamelin", história dos Irmãos Grimm que virou curta da Disney, em que um homem some com todas as crianças de uma cidadezinha por vingança.

Um fandom fiel espalhou o Slender Man pela web com outros fóruns, séries de vídeos, jogos e até contos eróticos dedicados a ele. No Brasil, o sujeito ganhou filme independente e, em grafites em muros, assustou moradores de uma cidade do interior de São Paulo.

*Com informações da Associated Press