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Um quarto das empresas na B3 vai precisar explicar falta de diversidade

A regra da B3 prevê que as empresas reportem, a partir deste ano, a presença de uma mulher ou um integrante de comunidades sub-representadas (pessoas pretas, pardas ou indígenas, integrantes da comunidade LGBTQIA+ ou pessoas com deficiência) no conselho de administração ou na diretoria estatutária no Formulário de Referência, um documento público entregue anualmente pelas empresas. A partir de 2026, as empresas devem ter duas vagas reservadas à diversidade. Quem não se adequar à regra precisa apresentar uma justificativa. A pesquisa não analisou quais ou quantas empresas deram explicações para justificar a falta de diversidade. Segundo a B3, somente a partir do ano que vem a apresentação das justificativas se tornará integralmente obrigatória, por meio do Formulário de Referência.

No caso da presença de mulheres, pouca coisa mudou nos dois anos de adaptação. Em 2023, 64% das empresas já possuíam ao menos uma mulher no Conselho de Administração. Hoje são 65%. Mas o número é um avanço em relação a 2021, quando a B3 começou a fazer o monitoramento: 55%. Esse salto se explica pela pressão popular ocorrida durante a pandemia, quando as empresas foram muito pressionadas pela pauta da diversidade. Houve uma mudança de patamar, mas agora parece haver uma acomodação.

O levantamento mostra que 29% das companhias já estão adequadas à segunda etapa da implementação do programa e declaram ter duas ou mais mulheres no Conselho. Destas, 22% têm 2 mulheres e 7% contam com 3 ou mais mulheres.

Nos cargos de diretoria, mais da metade das empresas preenche as vagas apenas com homens. Só 46% das empresas possuem pelo menos uma mulher nos cargos de diretoria, sendo que em 30% delas há apenas uma mulher. Só 9% têm duas mulheres no chamado C-level. E 7% têm três ou mais. Desde o início do monitoramento, em 2021, o número de empresas sem diversidade de gênero na diretoria estatutária saiu de 61 a cada 100 para 54 a cada 100.

"Observamos avanços importantes no estudo, mas sabemos o quanto essa pauta ainda precisa avançar. Na B3, seguimos comprometidos com a promoção de um ambiente mais inclusivo e igualitário, entendendo que a diversidade é uma estratégia de negócios essencial para o sucesso a longo prazo. É importante que todos entendam que uma liderança mais diversa fortalece a competitividade e a resiliência das companhias, traz diferentes perspectivas e decisões mais bem-informadas, além de atratividade de talentos e benefícios para a reputação", afirma Flavia Mouta, diretora de Emissores da B3.

Em relação aos demais grupos sub-representados, o estudo mostra um avanço maior em relação a 2024: nas diretorias estatutárias, o percentual subiu de 47% em 2024 para 52% em 2025. Já nos conselhos de administração, o percentual cresceu de 66% para 69%.

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