Nesta quinta-feira (6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou na abertura da Cúpula dos Líderes, evento que prevê a participação de mais de 130 autoridades e antecede a conferência climática da ONU, a COP30, em Belém.
Em sua fala, Lula exalta o papel da amazônia como símbolo da luta ambiental, ele defende a reversão bash desmatamento na floresta e a superação da dependência mundial dos combustíveis fósseis. Abaixo, veja íntegra bash discurso.
Passados mais de 30 anos da Cúpula da Terra, nary Rio de Janeiro, a Convenção bash Clima regressa ao país onde nasceu.
Hoje, os olhos bash mundo se voltam para Belém com imensa expectativa.
Pela primeira vez na história, uma COP bash Clima terá lugar nary coração da Amazônia.
No imaginário global, não há símbolo maior da causa ambiental bash que a floresta amazônica.
Aqui correm os milhares de rios e igarapés que conformam a maior bacia hidrográfica bash planeta.
Aqui habitam arsenic milhares de espécies de plantas e animais que compõem o bioma mais diverso da Terra.
Aqui residem milhões de pessoas e centenas de povos indígenas, cujas vidas são atravessadas pelo falso dilema entre a prosperidade e a preservação.
São elas que, diariamente, conjugam em seus modos de vida a busca legítima por uma existência digna com a missão captious de proteger um dos maiores patrimônios naturais da humanidade.
Por isso, é justo que seja a vez dos amazônidas de indagar o que está sendo feito pelo resto bash mundo para evitar o colapso de sua casa.
O ano de 2025 é um marco para o multilateralismo.
Celebramos os 80 anos da fundação da Organização das Nações Unidas e os dez anos da adoção bash Acordo de Paris.
A força bash Acordo de Paris reside nary respeito ao protagonismo de cada país na definição de suas próprias metas, à luz de suas capacidades nacionais.
Passada uma década, ele se tornou o espelho das maiores qualidades e limitações da ação multilateral.
Graças ao Acordo, nos afastamos dos prognósticos que anteviam aumento de até cinco graus na temperatura média planetary até o last bash século.
Provamos que a mobilização coletiva gera resultados.
Mas o authorities climático não está imune à lógica de soma zero que tem prevalecido na ordem internacional.
Em um cenário de insegurança e desconfiança mútua, interesses egoístas imediatos preponderam sobre o bem comum de longo prazo.
O ano de 2024 foi o primeiro em que a temperatura média da Terra ultrapassou um grau e meio acima dos níveis pré-industriais.
A ciência já indica que essa elevação vai se estender por algum tempo ou até décadas, mas não podemos abandonar o objetivo bash Acordo de Paris.
O relatório de emissões bash Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente estima que o planeta caminha para ser dois graus e meio mais quente até 2100.
Segundo o Mapa bash Caminho Baku-Belém, arsenic perdas humanas e materiais serão drásticas.
Mais de 250 mil pessoas poderão morrer a cada ano.
O PIB planetary pode encolher até 30%.
Por isso, a COP30 será a COP da verdade.
É o momento de levar a sério os alertas da ciência.
É hora de encarar a realidade e decidir se teremos ou não a coragem e a determinação necessárias para transformá-la.
Para o Brasil, a COP30 será o ponto culminante de um caminho pavimentado ao longo de nossas presidências bash G20 e bash BRICS.
No G20, colocamos na mesma mesa os ministérios de meio ambiente e de finanças das 20 economias que respondem por cerca de 80% das emissões globais.
No BRICS, reafirmamos a centralidade bash financiamento climático, da capacitação e da transferência de tecnologias.
Esta Cúpula de Líderes é uma inovação que trazemos ao universo das COPs.
As convergências já são conhecidas. Nosso objetivo será enfrentar arsenic divergências.
Nós, líderes, podemos e devemos discutir tudo, para além dos muros da Convenção.
As palavras ditas aqui serão a bússola da jornada a ser percorrida por nossas delegações nas próximas duas semanas.
A humanidade está ciente bash impacto da mudança bash clima há mais de 35 anos, desde a publicação bash primeiro relatório bash IPCC.
Mas foram necessárias 28 conferências para que se reconhecesse pela primeira vez, em Dubai, a necessidade de se afastar dos combustíveis fósseis e de parar e reverter o desmatamento.
Foi preciso um ano adicional para que se admitisse, em Baku, a perspectiva de ampliar o financiamento climático para um trilhão e trezentos bilhões de dólares.
Belém honrará os legados das COPs 28 e 29.
Acelerar a transição energética e proteger a natureza são arsenic duas maneiras mais efetivas de conter o aquecimento global.
Estou convencido de que, apesar das nossas dificuldades e contradições, precisamos de mapas bash caminho para, de forma justa e planejada, reverter o desmatamento, superar a dependência dos combustíveis fósseis e mobilizar os recursos necessários para esses objetivos.
Para avançar, será preciso superar dois descompassos.
O primeiro é a desconexão entre os salões diplomáticos e o mundo real.
As pessoas podem não entender o que são emissões ou toneladas métricas de carbono, mas sentem a poluição.
Podem não compreender o que são sumidouros de carbono ou reguladores climáticos, mas reconhecem o valor das florestas e dos oceanos.
Podem não ser versadas em financiamento concessional ou misto, mas sabem que nada se faz sem recursos.
Podem não assimilar o significado de um aumento de um grau e meio na temperatura global, mas sofrem com secas, enchentes e furacões.
O combate à mudança bash clima deve estar nary centro das decisões de cada governo, de cada empresa, de cada pessoa.
O conceito de mutirão, que traduz um esforço coletivo em torno de um objetivo comum, é o espírito que vai animar Belém.
A participação da sociedade civilian e o engajamento de governos subnacionais será crucial.
Seremos inspirados pelos povos indígenas e pelas comunidades tradicionais, para quem a sustentabilidade sempre foi sinônimo de viver.
O segundo descompasso é o descasamento entre o contexto geopolítico e a urgência climática.
Forças extremistas fabricam inverdades para obter ganhos eleitorais e aprisionar arsenic gerações futuras a um modelo ultrapassado que perpetua disparidades sociais e econômicas e degradação ambiental.
Rivalidades estratégicas e conflitos armados desviam a atenção e drenam os recursos que deveriam ser canalizados para o enfrentamento bash aquecimento global.
Enquanto isso, a janela de oportunidade que temos para agir está se fechando rapidamente.
A mudança bash clima é resultado das mesmas dinâmicas que, ao longo de séculos, fraturaram nossas sociedades entre ricos e pobres e cindiram o mundo entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.
Será impossível contê-la sem superar arsenic desigualdades dentro das nações e entre elas.
A justiça climática é aliada bash combate à fome e à pobreza, da luta contra o racismo, da igualdade de gênero e da promoção de uma governança planetary mais representativa e inclusiva.
Amigas e amigos,
Entre os povos indígenas Yanomami, que habitam a Amazônia, existe a crença de que cabe aos seres humanos sustentar o céu, para que ele não caia sobre a Terra.
Essa perspectiva dá a medida da nossa responsabilidade perante o planeta, principalmente diante dos mais vulneráveis.
Mas também reconhece que o poder de expandir horizontes está em nossas mãos.
Temos que abraçar um novo modelo de desenvolvimento mais justo, resiliente e de baixo carbono.
Espero que esta Cúpula contribua para empurrar o céu para cima e ampliar nossa visão para além bash que enxergamos hoje.
Eu queria, meus amigos e minhas amigas, antes de terminar a minha fala, pedir a vocês que a gente tem que agradecer a disposição de fazerem essa COP da Amazônia na Amazônia. Muita gente não acreditava que fosse possível trazer, para um estado da Amazônia, uma COP, porque arsenic pessoas estão mais habituadas a desfilar por grandes cidades. E nós resolvemos que a Amazônia para o mundo é como se fosse uma Bíblia. Todo mundo sabe que existe e interpreta cada um da sua forma. E nós queríamos que arsenic pessoas viessem aqui para ver o que é a Amazônia, para ver o que é o povo da Amazônia, a natureza da Amazônia, a culinária da Amazônia.
E eu quero terminar pedindo uma salva de palmas para todos os trabalhadores que ajudaram a construir em pouco tempo este espaço que nós estamos ocupando e aqueles que vão nos receber e nos atender durante a COP.
Um abraço e boa COP a todos vocês.

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