Para receber um rendimento médio de R$ 1.000 por mês ao longo de 2026, seria necessário manter R$ 155 mil na poupança, bem mais do que qualquer outro investimento de baixo risco.
No Tesouro Direto, seria necessário manter R$ 114 mil aplicados para ter um rendimento líquido médio de R$ 1.000 por mês. Aqui estou considerando especificamente o título Tesouro Selic.
Em um CDB com rentabilidade de 110% do CDI, o valor necessário para gerar uma renda líquida de R$ 1.000 por mês seria de R$ 104 mil.
Os dados mostram uma projeção de rendimento médio de R$ 1.000. Porém, nos primeiros meses, o rendimento líquido tende a ser maior porque a taxa Selic, nesse momento, provavelmente ainda permanecerá maior.
Até se poderia imaginar o contrário: que nos primeiros meses o rendimento líquido seria menor porque a alíquota regressiva do Imposto de Renda é maior. No entanto, fiz as contas e vi que, nesse cenário, o impacto positivo da Selic sobre os investimentos é maior do que o impacto negativo do IR.
Descontando a inflação
Os dados acima se referem a um rendimento nominal de R$ 1.000, ou seja, sem descontar a inflação.
Isso significa que, se você realmente aplicar esse dinheiro e fizer retiradas de R$ 1.000 por mês, o montante aplicado não será reajustado pela inflação.
Para que o valor principal seja sempre reajustado, é preciso investir uma quantia bem maior: R$ 326 mil no caso da poupança, R$ 185 mil no caso do Tesouro ou R$ 162 mil no do CDB de 110% do CDI.
Dessa forma, tanto o montante aplicado quanto o valor das retiradas são sempre reajustados pela inflação.
Nos cálculos, considerei uma inflação de 4,1% em 2026, que é a mediana das projeções de analistas consultados pelo Banco Central.
Risco médio
Pensando em fundos de investimento imobiliário (FIIs), que têm um risco mais alto do que as aplicações citadas até aqui, é razoável considerar uma taxa de retorno em dividendos (DY, na sigla em inglês) de 9% ao ano.
O retorno em dividendos se refere ao dinheiro que o investidor recebe, mensalmente, quando aplica em determinados fundos imobiliários.
Hoje, diversos fundos do tipo "de tijolo" (já explico o que é isso) estão com uma taxa próxima a 9%.
Isso significa que, se você investir neles hoje — e se eles continuarem remunerando os investimentos no mesmo ritmo dos últimos 12 meses — você receberá, ao longo dos próximos 12 meses, um total de nove reais para cada R$ 100 aplicados.
Considerando esse cenário, é necessário ter R$ 138 mil em fundos imobiliários de tijolo (com retorno em dividendos de 9% ao ano) para receber R$ 1.000 por mês.
Os fundos de tijolo são aqueles que têm imóveis físicos no portfólio. Ou seja, ao investir neles, você se torna um dos donos de um conjunto de imóveis e passa a receber, todo mês, uma fração da receita do fundo com aluguéis.
E aqui vai uma observação importante: nas simulações de FIIs não é necessário descontar a inflação, pois, quando o fundo é bom, a expectativa é de que, a longo prazo, os dividendos sejam reajustados pela inflação.
Afinal, a receita do fundo vem de aluguéis, que, por sua vez, possuem contratos que preveem reajustes anuais do valor.
Mas vale também outra observação: não há garantia de que os FIIs continuarão pagando dividendos no ritmo atual. Se o fundo perde um inquilino, por exemplo, ele pode acabar reduzindo o valor distribuído, até encontrar outro.
Risco alto
Investindo em ações, que têm um risco mais alto do que os fundos imobiliários, é possível receber uma média de R$ 1.000 por mês com dividendos.
No entanto, o retorno em dividendos varia muito. Há empresas que não pagaram proventos nos últimos 12 meses, então estão com um DY de 0% nesse quesito. Outras estão com retorno acima de 20%.
Em uma ação com DY de 10%, é preciso ter R$ 125 mil aplicados para receber uma média de R$ 1.000 por mês. Já com um DY de 6%, são necessários R$ 205 mil.
Assim como ocorre com os fundos imobiliários, não é preciso descontar a inflação quando se calcula o retorno em dividendos, pois a expectativa é de que boas empresas aumentem suas receitas e lucros acima da inflação, de modo que os dividendos cresçam no longo prazo.
Vale lembrar que aqui estamos falando de um investimento de risco alto. O retorno das ações é ainda mais imprevisível do que o dos FIIs. Em praticamente qualquer empresa, existe chance de os dividendos aumentarem muito com o tempo, ou diminuírem muito (inclusive a zero).
Outro ponto importante é que as ações raramente pagam dividendos todos os meses. Nos cálculos, considerei um retorno anual de R$ 12 mil, o que daria uma média de R$ 1.000 por mês.
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Reportagem
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