Não vou aqui, até porque não tenho condições de fazê-lo, dizer se ocorreram ou não situações concretas ou qual foi o apetite a riscos assumido, mas é do senso comum de qualquer um que, se ocorreram ou estão ocorrendo operações sem que eu seja envolvido, na condição de CFO [Chief Financial Officer, ou diretor financeiro, na sigla em inglês] da Ambipar que sou, algo de inusual pode estar inserido nesse contexto.
João Arruda, em carta de renúncia ao cargo de diretor financeiro da Ambipar
No documento, que ainda não veio a público, Arruda afirmou ter sido "surpreendido" por "novas informações" inseridas no balanço do segundo trimestre da empresa. O diretor disse que, em alguns momentos naquela época, tinha decidido deixar a Ambipar, mas Borlenghi Júnior lhe garantiu que não havia "nada de errado" na empresa e prometeu que nunca omitiria dados e ações dele, da consultoria responsável por auditar os resultados corporativos e do mercado financeiro.
A falta de transparência e completude das informações financeiras e operacionais disponibilizadas a toda a diretoria, não somente à minha pessoa, é algo inaceitável em qualquer empresa, sobretudo em empresas de capital aberto. [...] A Ambipar é uma empresa de capital aberto e está obrigada a seguir regras rígidas de governança e compliance. Isso não é opcional e todas as questões financeiras e comerciais têm que ser compartilhadas a tempo e modo oportunos comigo como CFO, com o jurídico e o compliance, e isso não está acontecendo, infelizmente!
João Arruda, em carta de renúncia ao cargo de diretor financeiro da Ambipar
Arruda afirmou que o presidente da empresa o estava excluindo de reuniões com partes interessadas na situação da Ambipar e colocou em dúvida as informações que vinha recebendo sobre o caixa corrente da empresa. No documento, disse que alguém chamado Thiago vinha acompanhando Borlenghi Júnior nesses encontros. Não está claro quem é esse outro executivo, porém, a Ambipar tem um diretor com o nome de Thiago da Costa Silva.
Estou sendo surpreendido com questionamentos de bancos, stakeholders, agências de rating, mercado e mídia especializada sobre operações com FIDCs [Fundos de Investimento em Direitos Creditórios] e negócios que você nunca minimamente me inteirou. Nem sei mais se a posição de caixa da companhia é sólida e se a liquidez é robusta. Tão ruim quanto isso, é você e o Thiago se reunindo com bancos, stakeholders, etc, sem me envolverem, novamente criando uma venda sobre meus olhos, e apresentando informações que sequer eu validei. Estou sendo copiado em emails enviados a bancos de informações que não tive conhecimento prévio. Portanto, eu realmente não tenho como ser parte eminentemente figurativa dessa estrutura de gestão financeira que você está impondo.
João Arruda, em carta de renúncia ao cargo de diretor financeiro da Ambipar
O executivo termina a carta dizendo que não concorda e não vai compactuar com a prestação de informações incompletas ao mercado. A manipulação de dados financeiros e contábeis de companhias abertas pode ser considerada crime.

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