O vice-governador Felicio Ramuth (PSD) tem hoje a preferência de Tarcísio de Freitas (Republicanos) para uma possível sucessão em 2026, dizem aliados do governador. Ramuth também é o preferido para compor novamente uma chapa com Tarcísio, caso ele busque a reeleição.
A inclinação se consolidou após o fim de semana, quando o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), passou a ser considerado carta fora do baralho. As críticas abertas de seu vice, o coronel Mello Araújo (PL), feitas em entrevista à Folha, reduzem muito a possibilidade de que Nunes ceda a cadeira para concorrer nas próximas eleições.
O presidente da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), André do Prado (PL), já foi citado como opção pelo governador em conversas reservadas, mas, segundo aliados, é visto como uma opção fraca eleitoralmente. Pupilo do presidente do partido, Valdemar Costa Neto, ele não faz parte da ala bolsonarista da legenda.
Tanto Nunes quando André apontam Ramuth como sucessor "natural" de Tarcísio na eventualidade de ele disputar a presidência.
"Acho que a tendência natural é o Felício Ramuth. Evidentemente, você vai ter que sentar com outros partidos, a gente vai ter que dialogar com todo mundo", disse Nunes, na última segunda-feira (24), em um evento em um hotel na zona sul. "Caso ocorra a possibilidade de o governador sair, Felício será o governador e é candidato natural à reeleição", disse André, à Folha, nesta quinta-feira (26).
A diferença é que Nunes reconhece que não está mais na disputa, dizendo que cumprirá todo o seu mandato, enquanto André do Prado afirma que irá trabalhar para se cacifar como alternativa.
"Vou apresentar meu nome como uma opção e buscar a viabilidade com o governador e todos os partidos aliados", disse o presidente da Assembleia, oficializando-se como pré-candidato.
Outros políticos que acompanham as discussões afirmam, contudo, que o PL já será contemplado com uma das vagas ao Senado, de indicação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e que, portanto, não precisaria concorrer também na chapa ao governo.
Secretário de Tarcísio e presidente do PSD, Gilberto Kassab também já demonstrou interesse em substituir o governador ou ser seu vice em 2026, mas encontra resistência nos demais líderes partidários.
Marcos Pereira, do Republicanos, culpa Kassab por não ter conseguido se tornar presidente da Câmara dos Deputados; Ciro Nogueira, do PP, também tem atritos com o secretário de Tarcísio, acusado de usar o posto no governo para barganhar e atrair para o PSD prefeitos do interior; Valdemar, do PL, já afirmou que a bancada do partido está ressentida com Kassab por ter cedido ao PSD a vice da chapa ao governo em 2022.
Uma vantagem de Ramuth na disputa pela possível sucessão de Tarcísio é que a ele só seria permitido um único mandato —isso agradaria os demais políticos da aliança, como Nunes, que poderiam concorrer ao governo em 2030.
Para disputar a Presidência, Tarcísio precisaria deixar o cargo em abril do próximo ano, quando assumiria o vice. Com isso, segundo as regras eleitorais, o político do PSD só poderia concorrer ao governo mais uma vez, em outubro de 2026.
Como mostrou a colunista Mônica Bergamo, o protagonismo do senador Flávio Bolsonaro (PL) em episódios que justificaram a prisão do pai, Jair Bolsonaro, no último fim de semana, enfraqueceu sua pretensão de concorrer à Presidência e fortaleceu, portanto, o nome de Tarcísio na disputa.
Mesmo após a prisão de Bolsonaro, porém, Tarcísio voltou a negar que seja pré-candidato à Presidência e disse que está comprometido com o governo em São Paulo.
Nunes tentava se habilitar para disputar a sucessão ao governo desde o fim do ano passado, quando montou sua equipe e nomeou quatro ex-prefeitos de cidades do interior para seu secretariado.
O plano, segundo seus auxiliares, era abrir palanques eleitorais em cidades em que ele não era bem conhecido.
Ainda em março, quando uma pesquisa de intenções eleitorais o mostrou à frente dos adversários, ele enviou a pesquisa para vereadores aliados dizendo, em tom de brincadeira, que já estavam em campanha.
Contudo, desde o princípio, algumas posturas do vice Mello Araújo incomodaram seu grupo político, como posições duras com vereadores e ataques diretos a Tarcísio. O vice-prefeito é da ala mais radical do bolsonarismo e crítico ao que considera falta de lealdade do governador em relação ao ex-presidente.
Na semana passada, quando o coronel cobrou publicamente Nunes e Tarcísio por reconhecimento de suas ações para acabar com o fluxo de usuários na cracolândia, a avaliação do entorno do governador foi a de que não seria possível deixar o controle da cidade nas suas mãos.

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47 minutos atrás
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