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VÍDEO: Trump faz 'dancinha' na Malásia antes de encontro com Lula

Ao desembarcar em Kuala Lumpur, capital do país asiático, Trump arriscou seu famoso "passo de dança", balançando os punhos em riste. Ele fez a "dancinha" em frente a um grupo de artistas que faziam uma dança típica local para recepcionar o norte-americano no aeroporto (veja vídeo acima).

O momento descontraído mostrou refletiu o clima com que Trump chegou à Ásia, onde ele passará a semana. Logo depois, o presidente norte-americano se reuniu com Lula, em um encontro que ele classificou como "muito bom" (leia mais abaixo).

Trump seguiu nesta segunda-feira (27) para o Japão, onde se reunirá com a recém-eleita primeira-ministra, Sanae Takaichi. Depois, irá à Coreia do Sul, onde deve se reunir com o presidente chinês, Xi Jinping.

Trump arrisca famosa 'dancinha' ao desembarcar na Malásia

Trump arrisca famosa 'dancinha' ao desembarcar na Malásia

Trump disse nesta segunda que a reunião com Lula foi "muito boa" e voltou a elogiar o presidente brasileiro. Lula, por sua vez, afirmou esperar que um acordo comercial entre Brasil e EUA deve ser finalizado nas próximas semanas.

Trump chamou Lula de "muito vigoroso e impressionante" e desejou os parabéns a ele por seu aniversário de 80 anos nesta segunda.

“Tivemos uma reunião muito boa, vamos ver o que acontece. Não sei se alguma coisa vai acontecer, mas veremos. Eles gostariam de fazer um acordo. Vamos ver, agora mesmo eles estão pagando, acho que 50% de tarifa. E quero desejar feliz aniversário ao presidente, hoje é o aniversário dele. Ele é um cara muito vigoroso, na verdade, e foi muito impressionante”, afirmou Trump a repórteres durante voo para o Japão.

 ‘muito vigoroso’

Trump diz que reunião com Lula foi 'muito boa' e volta a elogiar presidente brasileiro: ‘muito vigoroso’

As negociações comerciais entre representantes brasileiros e americanos iniciaram já nesta segunda-feira, logo após o encontro entre Lula e Trump. Segundo a repórter da Globo Raquel Krahenbuhl, uma cúpula brasileira de alto nível, incluindo o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o ministro da Economia, Fernando Haddad, irá a Washington na semana que vem para mais negociações.

Após encontro, Trump chama Lula de 'vigoroso'

Após encontro, Trump chama Lula de 'vigoroso'

O presidente brasileiro também disse que entregou uma lista com as reivindicações brasileiras —que incluem o fim do tarifaço e das sanções a ministros do STF e ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha— e teve a impressão de que logo não haverá mais problema entre os dois países. Entre as reivindicações estão:

Esta foi a primeira vez que os líderes se encontraram oficialmente para conversar sobre as tarifas. Durante o encontro, Lula e Trump também conversaram sobre outros assuntos, como Bolsonaro, a China e a crise entre EUA e Venezuela.

Encontro entre Lula e Trump

residente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante Encontro com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante o 47ª Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático - ASEAN em Kuala Lampur, Malásia. — Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

A reunião entre Lula e Trump, ocorrida no domingo (26), marcou um novo passo das negociações entre os dois países, por consolidar uma aproximação entre os presidentes, que já teve um encontro breve nos corredores da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro, e uma ligação telefônica já em outubro.

Segundo o ministro das relações exteriores do Brasil, Mauro Vieira, Lula voltou a pedir a suspensão das tarifas durante o período de negociação.

Após a reunião, o presidente Lula disse que a reunião com Trump foi "surpreendentemente boa", impressão ecoada por membros de sua equipe como o ministro Mauro Vieira. Lula acrescentou que, a depender do desenrolar da situação, já vai "importunar [Trump] com um telefonema direto" na próxima semana.

Lula disse reconhecer ser um direito de um presidente aplicar taxas quando acredita que a indústria nacional está sendo prejudicada, porém não era o caso do que Trump fez. "O que não pode é acontecer o que aconteceu com o Brasil, com base em informações equivocadas, tomar uma decisão de taxar o Brasil em 50%. Ele sabe disso porque eu tive a oportunidade de dizer [a ele]. Agora não tem mais intermediário", afirmou.

"Se depender do Trump e de mim, vai ter acordo", diz Lula após reunião na Malásia

"Se depender do Trump e de mim, vai ter acordo", diz Lula após reunião na Malásia

Além de tratarem sobre o tarifaço, Lula disse que eles conversaram sobre o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. "Eu disse para ele que o julgamento [de Bolsonaro] foi muito sério, com provas muito contundentes", afirmou. Segundo Lula, o presidente norte-americano sabe que "Bolsonaro faz parte do passado da política brasileira".

Discussão sobre a Venezuela

Sobre a tensão dos EUA com a Venezuela, Lula disse que demonstrou preocupação com o agravamento da situação e afirmou que é extremamente importante levar em consideração a experiência que o Brasil tem como potência na América do Sul para ser mediador na relação entre os países.

O presidente brasileiro se colocou à disposição para ajudar, caso necessário, em futuras negociações.

"Nós queremos manter a América do Sul como zona de paz. Nós não queremos trazer os conflitos de outras regiões para o nosso continente", defendeu.

Lula fala após encontro com Trump na Malásia — Foto: REUTERS/Edgar Su

'Não aceitamos uma nova Guerra Fria'

Perguntado sobre como as tarifas impostas a diversos países pelos EUA poderiam reorganizar a ordem mundial, com a China desempenhando um importante papel, Lula afirmou que o Brasil não tem preferência entre países e deseja manter uma boa relação comercial com todas as nações.

"Nós não aceitamos uma nova Guerra Fria que durante 50 anos permeou a vida da humanidade entre Estados Unidos e Rússia", comentou.

Ele ainda destacou a relação comercial com a China e ressaltou a importância do Brasil não depender exclusivamente de um país em suas trocas comerciais.

Quais os próximos passos?

Os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), falam com jornalistas antes de reunião em Kuala Lumpur. — Foto: Evelyn Hockstein/Reuters

  • Início das negociações bilaterais e suspensão de tarifas

O encontro entre as equipes de Trump e Lula marca o início do período de negociação bilateral após a conversa entre os dois presidentes.

"Esse será o primeiro passo do processo negociador, o encontro com os três membros da delegação americana [...]. E vamos estabelecer um cronograma de negociação e estabelecer os setores sobre os quais vamos conversar para que possamos avançar", disse o chanceler Mauro Vieira.

Ainda de acordo com o ministro, o Brasil também deve pedir a suspensão das tarifas impostas pelos EUA durante o período de negociação. Não há, no entanto, previsão de se e quando as taxas devem ser suspensas.

"Esperamos em pouco tempo agora, em algumas semanas, concluir uma negociação bilateral que trate de cada um dos setores da atual tributação americana ao Brasil", disse Vieira, destacando que Lula está disposto a conversar sobre "todos os setores e áreas de comércio bilateral, e também sobre a questão de minerais críticos e terras raras".

  • Interlocução com a Venezuela

Segundo Vieira, Trump teria agradecido e concordado com a proposta de Lula, de servir como um interlocutor para o diálogo entre os EUA e a Venezuela. O ministro, no entanto, não detalhou de que forma ou quando essa intermediação poderia acontecer.

  • Trump no Brasil e Lula nos EUA

Vieira também afirmou que houve um entendimento entre os dois presidentes sobre a necessidade de visitas recíprocas.

"O presidente Trump quer ir ao Brasil e o presidente Lula aceitou também, disse que irá com prazer aos Estados Unidos no futuro", disse o ministro, sem dar mais detalhes de quando as visitas devem acontecer.

Veja a íntegra da conversa de Lula e Trump com jornalistas

Veja na íntegra conversa de Lula e Trump com jornalistas antes de reunião na Malásia

Veja na íntegra conversa de Lula e Trump com jornalistas antes de reunião na Malásia

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