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Vídeos mostram viagens de aliado de Ciro Nogueira com investigados por elo com PCC

Vídeos que estão em posse da Secretaria de Segurança do Piauí mostram Victor Linhares, ex-assessor e um dos aliados mais próximos do senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP, em viagens internacionais com os principais investigados pela operação Carbono Oculto 86, que investiga a infiltração do PCC (Primeiro Comando da Capital) no mercado de combustíveis no estado.

Paiva foi alvo de ação de busca e apreensão, mas não foi encontrado em sua residência pela Polícia Civil. Ele prestará depoimento na semana que vem, quando deverá ser questionado a respeito de sua relação com as supostas lideranças do esquema. O ex-assessor não está na lista de investigados pela operação.

Procurado pelo Painel para comentar sua relação com Linhares e a operação, o senador não quis se manifestar. A reportagem não conseguiu contato com o ex-assessor.

Nos vídeos, Linhares aparece com os empresários Haran Santhiago Girão Sampaio e Danillo Coelho de Sousa, antigos proprietários da rede de postos de gasolina HD, que é apontada pela polícia como núcleo do suposto esquema de lavagem de dinheiro para o PCC, além de fraude fiscal e crimes contra o consumidor, como adulteração de combustíveis.

Em depoimento à Polícia Civil, Haran, Danillo e suas esposas negaram envolvimento em irregularidades.

Em um dos vídeos, de fevereiro de 2023, eles aparecem fazendo brincadeiras e danças dentro de um jato. Em outro, de julho de 2024, surgem em uma rua na Itália, em tom descontraído.

Segundo reportagem do ICL Notícias, Linhares recebeu R$ 230 mil de Haran Sampaio. A transferência teria acontecido por uma conta aberta pelo ex-assessor no BK Bank, fintech que se tornou um dos principais alvos da Carbono Oculto em São Paulo.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI), o grupo utilizava uma complexa estrutura de empresas de fachada, fundos de investimento e fintechs para lavar dinheiro e fraudar o setor. O esquema teria movimentado cerca de R$ 5 bilhões.

Até recentemente, Linhares ocupava o cargo de secretário municipal de Articulação Institucional de Teresina, do qual foi exonerado dois dias antes da deflagração da operação. A demissão levantou suspeita por parte da Polícia Civil do Piauí de vazamento de informação privilegiada, como mostrou o Painel.

O comportamento de Haran Sampaio e Danillo Sousa reforçou a suspeita. O primeiro viajou a São Paulo e o segundo a Brasília na véspera da operação. Eles foram abordados pela polícia em aeroportos.

Além disso, caixas de relógio vazias foram encontradas nas casas dos alvos, o que levantou a suspeita de que tenham sido levados às pressas e escondidos.

Linhares trabalhou no gabinete de Ciro Nogueira entre 2018 e 2019 e na liderança do PP no Senado em 2020. O senador também é padrinho de uma das filhas do ex-secretário.

Reportagem de julho da revista piauí mostrou que Linha res recebeu R$ 625 mil de Fernando Oliveira Lima, o Fernandin OIG, empresário do setor de apostas online e amigo de Ciro Nogueira, entre dezembro de 2023 e setembro de 2024. No mesmo período, Linhares transferiu R$ 35 mil para a conta pessoal do senador.

Nogueira disse à revista que o valor era o reembolso de uma reserva de hotel em Capri, na Itália, e que os R$ 625 mil foram o pagamento por um relógio de luxo, negociado diretamente entre o empresário e o seu ex-assessor.

O senador viajou à Europa em maio no jatinho de Fernandin OIG, alvo da CPI das Bets, da qual o próprio Ciro Nogueira era membro suplente.

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