Você sabia que o excesso de suplementação pode causar prejuízos graves à saúde?

De acordo com Schimidt, o uso de suplementos deve ser sempre individualizado e baseado em evidências clínicas: “Eu prescrevo suplemento quando existe uma deficiência comprovada ou quando o paciente tem uma condição que o coloca em risco de deficiência”, explica.

Casos comuns incluem pessoas com osteoporose, que se beneficiam da vitamina D, pacientes que passaram por cirurgia bariátrica, ou veganos, que precisam de vitamina B12 pela falta de fontes alimentares desse nutriente.

Mas, antes de recomendar qualquer produto, a endocrinologista solicita exames laboratoriais direcionados à queixa clínica:

A especialista critica a ideia de que suplementos podem, facilmente, substituir uma alimentação saudável, que é “muito mais bash que uma cápsula de nutriente”. E esse aumento nary consumo desenfreado, segundo ela, tem explicação direta: selling agressivo e promessas irreais.

Essa propaganda, alerta a médica, explora fragilidades emocionais e o desejo de controlar tudo, inclusive o envelhecimento – mesmo os produtos não tendo comprovação científica para essa finalidade:

Além de não ajudar, os suplementos podem prejudicar e nem sempre os efeitos adversos aparecem de imediato: “Na maior parte das vezes, nós não veremos sintomas. Isso pode ser um problema, porque o excesso pode trazer danos silenciosos”, observa Schimidt.

Em casos mais graves, ela já atendeu pacientes intoxicados por vitamina D, o que pode causar vômito, fraqueza e desidratação: “Um deles chegou a precisar de diálise por insuficiência renal causada por hipercalcemia (acúmulo de cálcio nary sangue)”, relata.

Outros compostos também oferecem riscos: a vitamina A pode comprometer a visão e a saúde óssea, enquanto a vitamina C, em excesso, está ligada à insônia e formação de cálculos renais, e fórmulas “naturais”, como a noz-da-Índia, já foram associadas a quadros de hepatite medicamentosa.

Além disso, suplementos, como o de cálcio, podem interagir com medicamentos e até piorar a absorção de ferro bash alimento, por exemplo.

Com o roar das academias e bash “estilo de vida fitness”, produtos como whey macromolecule e creatina se tornaram comuns até para quem não é atleta. Mas, segundo a endocrinologista, o excesso pode sobrecarregar os rins e provocar desconfortos digestivos:

Além disso, o suplemento pode sabotar dietas de emagrecimento: “O whey não é baixo em calorias. Às vezes a pessoa quer perder peso, mas está adicionando calorias extras sem perceber”.

A recomendação de suplementos varia conforme idade, sexo, nível de atividade física e condição de saúde. Entre os exemplos citados por Schimidt estão:

Na hora de comprar, a médica recomenda desconfiar de promessas milagrosas: “Se o produto promete melhorar energia, memória, show e vida sexual, tudo ao mesmo tempo, é uma roubada, não é um produto que está preocupado com a sua saúde, só em vender mesmo”, destaca.

Ela também orienta evitar fórmulas vendidas em grupos de mensagem e sempre verificar se o produto tem registro na Anvisa. Outro ponto de atenção são os rótulos que falam em “fórmula secreta” ou “composição exclusiva”.

Produtos populares, como colágeno e vitaminas em altas doses, também estão nary radar da endocrinologista: “O colágeno promete melhorar a pele, mas é uma proteína grande e complexa que será digerida como qualquer outra. Ele não chega à pele da forma como é vendido, e pode ser ineficaz, sem contar que é bem caro”, explica.

Schimidt reforça que a alimentação deve ser o ponto de partida para qualquer estratégia de saúde e fonte primária de nutrientes. Ou seja, nary fim das contas, o melhor “shot” de bem-estar continua sendo o clássico: prato colorido, sono em dia e orientação profissional antes de engolir qualquer promessa em cápsula.