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Xi Jinping diz a Trump que devolução de Taiwan à China é parte fundamental da ordem internacional

Conversa telefônica entre os presidentes da China e dos Estados Unidos ocorreu nesta segunda-feira (24), em meio a crise diplomática com o Japão após declarações da nova primeira-ministra sobre a ilha.


Donald Trump em encontro com Xi Jinping — Foto: REUTERS/Evelyn Hockstein

O presidente da China, Xi Jinping, conversou por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta segunda-feira (24) e a situação de Taiwan, que está causando uma crise diplomática entre o governo chinês e o Japão, foi um dos temas da conversa.

Segundo a agência de notícias estatal chinesa Xinhua, Xi disse a Trump que a devolução de Taiwan à China é uma parte importante da ordem internacional e que os dois países devem salvaguardar conjuntamente os resultados vitoriosos da Segunda Guerra Mundial.

Tensão China X Japão: entenda

A recém-eleita líder do Partido Liberal Democrata (PLD), Sanae Takaichi, comemora após vencer a eleição para a liderança do PLD em Tóquio, Japão, em 4 de outubro de 2025. — Foto: Kim Kyung-Hoon/Pool/REUTERS

A China reivindica a ilha separatista, que tem governo democrático próprio, como parte de seu território. Em 13 de novembro, o Ministério das Relações chinês exigiu que a premiê retirasse o que chamou de falas "ultrajantes". O episódio mais recente ocorreu nesta quinta-feira (20), quando o presidente taiwanês, Lai Ching-te, postou fotos comendo sushi e citou apoio ao Japão em meio ao atual conflito (veja ao final desta reportagem).

Entenda, abaixo, a cronologia do caso:

  • 31 de outubro - O presidente da China, Xi Jinping, se reuniu com Sanae Takaichi, que havia sido eleita em 21 de outubro. O encontro ocorreu à margem da cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), na Coreia do Sul. Ambos concordaram em buscar relações construtivas e estáveis.
  • 1º de novembro - A China protestou veementemente contra as postagens de Takaichi nas redes sociais sobre o encontro com autoridades taiwanesas durante a cúpula da Apec.
  • 3 de novembro - Um funcionário da administração de Taiwan rejeitou os protestos chineses, classificando o encontro com Takaichi como "muito normal".
  • 7 de novembro - Takaichi disse ao Parlamento que um ataque a Taiwan poderia ser considerado "uma situação que ameaça a sobrevivência do Japão", um termo jurídico que permite aos primeiros-ministros mobilizar as Forças de Autodefesa do país. Foi mais um dos eventos da coleção de polêmicas e gafes acumuladas pela premiê.
  • 8 de novembro - Em um comentário nas redes sociais que foi posteriormente apagado, o cônsul-geral da China, Xue Jian, que fica a cidade japonesa de Osaka, disse: "A cabeça suja que se mete onde não deve ter deve ser cortada". Era uma referência às declarações de Takaichi sobre Taiwan.
  • 10 de novembro - A China apresentou representações solenes e protestos veementes contra as declarações de Takaichi. Ela respondeu falava em situações "hipotéticas" e prometeu se abster de fazer comentários semelhantes no Parlamento novamente. O Japão criticou o comentário "extremamente inapropriado" do diplomata chinês, enquanto Pequim defendeu a "postagem pessoal" de seu enviado como uma resposta a comentários "equivocados e perigosos" da premiê.
  • 11 de novembro - Alguns políticos japoneses pediram a expulsão do funcionário consular chinês Xue Jian em Osaka devido ao comentário feito por ele.
  • 12 de novembro - A mídia estatal chinesa publicou comentários virulentos criticando as declarações de Takaichi.
  • 13 de novembro - A China exigiu que Takaichi se retratasse de suas declarações sobre Taiwan, que classificou como "atrozes", alertando que, caso contrário, o Japão "terá que arcar com todas as consequências".
  • 14 de novembro - A China alertou o Japão sobre uma derrota militar "esmagadora" caso utilize a força para intervir em Taiwan, e desaconselhou os cidadãos chineses a visitarem a ilha. O Ministério das Relações Exteriores do Japão convocou o embaixador chinês, em protesto contra as declarações do cônsul-geral Xue Jian em Osaka.
  • 15 de novembro - Três companhias aéreas chinesas ofereceram reembolsos ou alterações gratuitas em voos com destino ao Japão. O governo japonês pediu "medidas apropriadas" da China.
  • 16 de novembro - A China instou seus estudantes no Japão, ou pessoas que desejam estudar lá, a intensificarem a avaliação de riscos e a planejarem com prudência. Uma formação de navios da Guarda Costeira chinesa passou pelas águas das Ilhas Senkaku, administradas pelo Japão, um ponto de tensão histórico entre os dois países.
  • 17 de novembro - Distribuidoras de filmes chinesas suspenderam a exibição doméstica de pelo menos dois filmes japoneses. A China afirmou que o primeiro-ministro Li Qiang não tinha planos de se encontrar com Takaichi à margem da cúpula do G20, no fim de semana na África do Sul.
  • 18 de novembro - A reunião entre diplomatas chineses e japoneses em Pequim não resultou em avanços significativos, com a China reiterando o pedido para que Takaichi se retratasse de suas declarações. O Japão afirmou que as declarações estavam em consonância com suas posições de longa data e instou seus cidadãos na China a tomarem maiores precauções de segurança.
  • 19 de novembro - A China informou ao Japão que os procedimentos de importação de frutos do mar japoneses eram insuficientes, indicando uma proibição total dessas importações poucos meses após a suspensão parcial das restrições. Também suspendeu as negociações sobre a retomada das importações de carne bovina do Japão, segundo a agência de notícias Kyodo. O governo chinês ameaçou tomar novas medidas caso o Japão não se retratasse das declarações sobre Taiwan.
  • 20 de novembro - A China adiou o encontro tripartite de ministros da Cultura com o Japão e a Coreia do Sul, previsto para novembro. O presidente de Taiwan, Lai Ching-te, postou fotos comendo sushi, demonstrando apoio ao Japão na atual disputa.

Lai Ching-te, presidente de Taiwan — Foto: X / Reprodução

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