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  • 8 outubro 2025, 18:47 -03

    Atualizado Há 6 minutos

O governo de São Paulo confirmou nesta quarta-feira (8/10) duas novas mortes por consumo de bebida com metanol, um composto químico de uso industrial, presente em solventes, combustíveis e outros produtos. Com isso, o total de óbitos confirmados subiu para cinco.

As vítimas são três homens moradores da capital, de 45, 46 e 54 anos; uma mulher de 30 anos de São Bernardo do Campo; e um homem de Osasco de 23 anos.

São Paulo soma 20 casos confirmados de intoxicação pela substância, imprópria para consumo humano devido à sua elevada toxicidade, incluindo as mortes confirmados.

O governo paulista investiga ainda outros 181 casos, com seis mortes suspeitas — três no município de São Paulo, duas em São Bernardo do Campo e uma em Cajuru, no interior do Estado.

Em todo o país, já são 24 casos de intoxicação por metanol confirmados. Além de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul registraram a intoxicação pela substância.

A Polícia Civil de São Paulo apura se bebidas eram falsas ou adulteradas, ou se o metanol foi usado na higienização de garrafas usadas na fabricação destes produtos.

A principal linha de investigação é o uso de metanol para aumentar o volume de bebida adulterada. No entanto, a contaminação por metanol usado na limpeza de garrafas reaproveitadas também é uma hipótese.

Uma força-tarefa foi criada para investigar as intoxicações causadas pela substância e 17 fiscalizações da Vigilância Sanitária, Procon-SP e Polícia Civil foram realizadas em bares, adegas e distribuidoras na semana passada.

As investigações buscam saber agora se foram dessas duas distribuidoras que saíram as bebidas que causaram as mortes registradas no Estado de São Paulo.

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou que, até o momento, "não há nenhum indício de participação" da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) nas contaminações.

Faxada de um bar fechado em São Paulo.

Crédito, Nelson Almeida/AFP via Getty Images

Legenda da foto, Bar Ministrão foi fechado em São Paulo por suspeita de metanol na bebida

Isso porque, segundo Derrite, as pessoas que foram presas no âmbito da investigação até agora não têm relação com o PCC, e os lugares onde foram constatadas bebidas adulteradas são distintos.

Até o momento, foram feitas 45 prisões. Além disso, a Justiça autorizou a destruição imediata de 100 mil vasilhames apreendidos no inquérito que apura responsabilidades pela adulteração de bebidas.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que o principal fornecedor de insumos para falsificação de bebidas do Estado está entre os detidos.

No entanto, até agora não se sabe a origem do metanol.

"No dia que começarem a falsificar Coca-Cola, eu vou me preocupar", disse o governador na entrevista, após mencionar nomes de fabricantes de bebidas alcoólicas que estão se mobilizando por medidas contra a falsificação desses produtos.

No fim de agosto, a Polícia Federal, a Receita Federal e órgãos como o Ministério Público de São Paulo (MPSP) deflagraram a Operação Carbono Oculto. As investigações apontaram que o PCC utilizava combustível adulterado com metanol importado irregularmente para lavar o dinheiro do crime.

Nesta quarta, a força-tarefa interditou mais um estabelecimento na capital paulista devido à constatação de bebidas sem comprovação de origem, para a averiguação da procedência dos produtos.

O bar, localizado na Zona Leste da cidade de São Paulo, foi totalmente interditado após a fiscalização, por apresentar condições sanitárias inadequadas, alimentos vencidos, entre outras irregularidades. Além disso, foram apreendidas seis garrafas de bebidas alcoólicas.

Com isso, são 12 estabelecimentos interditados no estado e 23 locais fiscalizados pelas equipes da Vigilância Sanitária Estadual.

Além disso, outros oito estabelecimentos tiveram inscrições estaduais suspensas cautelarmente, sendo seis distribuidoras e dois bares.