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5 sintomas de que você olha muito tempo para o notebook, segundo médicos

Olhos secos, coceira e cansaço visual estão entre as queixas mais comuns relatadas pelos pacientes nos consultórios de oftalmologia. Esses sintomas costumam surgir devido à longa exposição às telas do notebook, muitas vezes por mais de oito horas diárias, sem os cuidados adequados. Os desconfortos no dia a dia estão relacionados à redução da frequência de piscadas, à falta de pausas regulares e ao não uso de colírios lubrificantes.

Para esclarecer as causas desses incômodos e como preveni-los, o TechTudo conversou com três oftalmologistas: Laís de Castro Oliveira, do dr.consulta; Evandro Schapira, do Hospital Alvorada Moema, da Rede Américas; e Leonardo Marculino, do Hospital Cema. Os especialistas detalham os sintomas mais comuns relacionados ao uso prolongado de telas, as principais doenças associadas, se o excesso pode influenciar no aumento do grau dos óculos e quando é o momento certo de procurar atendimento médico. Confira a seguir.

 Reprodução/Freepik Oftalmologistas explicam quais são os sintomas que indicam que você passa muito tempo no notebook — Foto: Reprodução/Freepik

No índice abaixo, veja os sintomas que vão ser abordados ao longo do conteúdo e outras questões relacionadas:

  1. Olhos secos ou lacrimejando
  2. Coceira na vista
  3. Cansaço visual
  4. Intolerância à luz
  5. Dificuldade de focar a visão
  6. Principais doenças causadas por muito tempo de tela (e como evitar)
  7. O excesso de tela pode aumentar o grau dos meus óculos?
  8. Quando é hora de procurar um oftalmologista?
 Reprodução/Freepik Uma das principais causas do olho seco é a exposição prolongada às telas do notebook — Foto: Reprodução/Freepik

1. Olhos secos ou lacrimejando

Os olhos secos podem ter várias causas, sendo que uma das principais é a exposição prolongada às telas do notebook. Isso acontece porque, durante o uso, tendemos a piscar menos, o que acelera a evaporação da lágrima e provoca o ressecamento ocular. Fatores como ar-condicionado, ventiladores, tempo seco, poeira e poluição também contribuem para o problema.

O lacrimejamento, por sua vez, pode ocorrer justamente em casos de olhos ressecados. “A lágrima passa a ser fabricada na tentativa de hidratar o que ficou ressecado, mas ela não funciona efetivamente na hidratação ocular, mantendo o olho seco”, explica Laís. Para evitar o desconforto, recomenda-se piscar com mais frequência e seguir a regra 20-20-20: a cada 20 minutos, olhar por 20 segundos para algo a cerca de 20 pés (6 metros de distância). Também é útil usar colírios lubrificantes e manter o ambiente umidificado.

 Reprodução/Freepik Utilizar colírios lubrificantes está entre as dicas para combater os olhos secos — Foto: Reprodução/Freepik

A coceira na vista costuma ser bastante incômoda e é um sintoma comum do “olho seco evaporativo”, causado pela menor lubrificação e pela irritação da superfície ocular, conforme explica Evandro. A condição também pode estar associada ao esforço visual, que irrita ainda mais os olhos e pode agravar quadros alérgicos já existentes. Para evitar o problema, as orientações mencionadas por Laís incluem:

  • Não coçar os olhos, pois isso pode causar lesões e deformações na córnea, além de levar sujeira e bactérias à região;
  • Usar colírios lubrificantes;
  • Procurar um oftalmologista para tratar alergias pré-existentes.

O cansaço visual pode surgir após atividades que exigem foco por longos períodos, demandando esforço contínuo da musculatura ocular. A falta de uso dos óculos adequados também contribui para o problema e pode provocar dor de cabeça, pontua Leonardo. Para aliviar o desconforto, é importante fazer pausas regulares durante o uso de telas, garantir boa iluminação no ambiente de trabalho e, como já mencionado, utilizar colírios lubrificantes.

 Reprodução/Freepik A falta de uso dos óculos adequados também pode causar cansaço visual — Foto: Reprodução/Freepik

O esforço visual, a exposição excessiva às telas e até mesmo o olho seco podem levar até uma intolerância à luz. No entanto, há também outros fatores que contribuem para o problema.

“O próprio olho seco, alergias, inflamações, infecções e cicatrizes no olho podem fazer com que essa intolerância aumente”, explica Leonardo.

Para prevenir, Laís recomenda ajustar o brilho das telas, utilizar filtros de luz azul, evitar o uso de dispositivos em ambientes escuros, aplicar colírios lubrificantes e procurar um oftalmologista para avaliar e indicar o tratamento adequado.

5. Dificuldade de focar a visão

A falta de nitidez pode ocorrer em casos de miopia ou astigmatismo, mas também está relacionada à lubrificação inadequada dos olhos. “É como se o grau do olho mudasse o tempo todo”, explica Leonardo. O uso prolongado de telas também contribui para o problema, pois causa fadiga na musculatura ocular e pode gerar dificuldade de concentração.

As orientações são as mesmas já mencionadas, mas valem ser reforçadas: fazer pausas regulares, usar óculos quando necessário, ajustar o brilho das telas e procurar um oftalmologista para avaliação.

 Reprodução/Freepik Fazer pausas e usar óculos quando necessário são medidas importantes quando há dificuldade em focar a visão — Foto: Reprodução/Freepik

6. Principais doenças causadas por muito tempo de tela (e como evitar)

Olho seco, blefarite (inflamação das pálpebras), espasmos de acomodação (contrações involuntárias e temporárias do músculo ciliar), cansaço ocular, dores de cabeça, além da coceira que pode surgir nos olhos e gerar ou agravar o ceratocone, uma doença da superfície da córnea que leva à irregularidade, o que piora a visão e torna a córnea mais fina

— detalha Laís.

Outros problemas incluem ardor, vermelhidão, sensação de ressecamento, coceira e visão borrada para perto, que são reversíveis quando o tratamento é feito de forma adequada, completa Evandro.

Para evitar esses problemas no dia a dia, é essencial adotar medidas preventivas. Evandro, por exemplo, recomenda que, a cada 20 minutos de atividades em frente às telas, a pessoa desvie o olhar para o horizonte, preferencialmente para um ponto a mais de 6 metros de distância por, pelo menos, 20 segundos. “Essa pausa simples ajuda a relaxar a musculatura ocular e a reduzir os sintomas de fadiga visual”, destaca.

Leonardo ainda indica o uso de um filtro de luz azul, seja nos óculos, seja diretamente na tela do notebook. O profissional também destaca uma dica simples, mas frequentemente esquecida: piscar. Durante atividades que exigem concentração, ao trabalhar por longos períodos e ler por muito tempo, especialmente em locais com ar-condicionado, por exemplo, as pessoas tendem a piscar menos, o que pode deixar os olhos mais secos e causar desconforto.

 Reprodução/Freepik Especialistas explicam se o excesso de tela pode aumentar o grau dos óculos — Foto: Reprodução/Freepik

7. O excesso de tela pode aumentar o grau dos meus óculos?

Essa é uma dúvida comum entre quem permanece longos períodos em frente a computadores e notebooks. No entanto, Laís explica que, em adultos, o uso de telas não provoca um aumento real do grau, mas pode evidenciar ou até intensificar os sintomas em quem já precisa usar óculos. “Uma pessoa com miopia pode perceber mais dificuldade para enxergar longe após passar longas horas nas telas, por conta do cansaço ocular”, exemplifica a profissional.

Evandro pontua que em crianças e adolescentes, que costumam passar muito tempo diante das telas e mantêm esforço constante para enxergar de perto, pode ocorrer o surgimento ou o aumento da miopia.

Como os olhos ainda estão em crescimento, essa exposição prolongada tende a alongar o globo ocular, favorecendo o desenvolvimento desse problema de visão

— pontua Evandro

Diante disso, Leonardo recomenda evitar o uso excessivo de telas e incentivar a prática de atividades ao ar livre, para que a visão de perto não seja estimulada o tempo todo.

8. Quando é hora de procurar um oftalmologista?

De forma geral, os especialistas recomendam realizar uma consulta ao oftalmologista pelo menos uma vez por ano, tanto para o acompanhamento preventivo quanto para a checagem do grau. No entanto, se houver sintomas de desconforto ocular persistente, mesmo após o descanso e as pausas recomendadas, é importante buscar uma avaliação mais detalhada, orienta Evandro. Entre os sinais que merecem atenção, segundo Laís, estão:

  • Dor nos olhos;
  • Visão embaçada;
  • Sensibilidade à luz;
  • Lacrimejamento excessivo;
  • Sensação de areia ou olhos vermelhos constantes;
  • Piora da visão para enxergar de longe ou de perto.
 Reprodução/Freepik A recomendação é ir ao oftalmologista pelo menos uma vez por ano — Foto: Reprodução/Freepik

Sendo assim, os especialistas recomendam que, diante de qualquer desconforto ou suspeita de problema na visão, especialmente quando os sintomas são recorrentes, o ideal é procurar um oftalmologista o quanto antes para identificar possíveis alterações e iniciar o tratamento adequado.

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