Imagine chegar em casa após um dia cansativo e encontrar o chão impecável, sem poeira ou pelos de pets. Esse é o sonho que impulsiona a popularidade dos robôs aspiradores. No entanto, para muitos, a realidade se torna frustrante: um robô preso debaixo do sofá, cabos enrolados nas escovas, ou pior: um "acidente" com a sujeira do seu pet espalhada pela sala. A linha entre a conveniência e a complicação é tênue, e a decisão de compra é o que determina de que lado você vai ficar.
O TechTudo preparou dicas para separar o marketing exagerado do desempenho real. A missão é te preparar com o conhecimento para decifrar especificações, entender as funções que realmente importam e não cometer erros cruciais ao escolher um companheiro que simplifique sua vida. Ao evitar os erros fatais que muitos cometem, você garantirá que seu investimento se traduza em mais tempo livre e um lar mais limpo. Confira a seguir tudo que precisa saber para não fazer uma escolha errada.
Robô aspirador espalhando sujeira pela casa é um dos problemas que podem acontecer se a escolha for errada — Foto: Arte/TechTudo (IA) Seja pela rotina pesada ou por não ter gosto por tarefas manuais, a escolha de comprar um robô aspirador deve ser tomada com cuidado. Não é só clicar no mais famoso e torcer para dar certo, pois ele pode não ser adequado para você. Veja abaixo erros comuns, para não cometer ao comprar o seu robô-aspirador:
- Não observar a potência e o ruído
- Ignorar a autonomia da bateria por área de limpeza
- Esquecer de olhar as dimensões
- Deixar de lado os detalhes de mapeamento
- Não priorizar funções inteligentes
- Desprezar o tamanho dos reservatórios
- Esquecer que ele pode varrer, aspirar e passar pano (de formas distintas)
- Ignorar quais pisos e superfícies o modelo limpa
- Pensar que o trabalho será todo do robô
1. Não observar a potência e o ruído
A primeira especificação que muitos encontram é a potência de sucção, medida em Pascals (Pa). Uma potência entre 2.000 e 3.000 Pa é adequada para pisos rígidos. Para casas com tapetes, ou pets que soltam pelos, modelos com 4.000 Pa ou mais oferecem limpeza mais profunda. No entanto, basear a compra apenas no maior número de Pa pode ser um erro. A performance real depende da combinação de sucção, fluxo de ar e agitação mecânica das escovas. Um robô com Pa mais modesto, mas com design eficiente, pode limpar melhor.
Já um fator frequentemente ignorado, mas que impacta o conforto, é o nível de ruído do aparelho - medido em decibéis (dB). O ruído de um robô geralmente varia entre 50 e 80 dB. Para comparação, 50 dB é como uma conversa normal, enquanto 70 dB se aproxima de um aspirador tradicional. Essa informação é crucial para famílias com bebês, pets assustados ou para quem trabalha em casa. Um robô barulhento pode ser aceitável se programado para limpar com a casa vazia, mas se torna um transtorno se usado com pessoas presentes.
O poder de sucção não é o único ponto a se considerar — Foto: Divulgação/Xiaomi A decisão final deve equilibrar potência e conforto acústico. Se sua casa tem carpetes grossos e pets, a prioridade pode ser a potência máxima, programando a limpeza para quando não houver ninguém em casa. Se o piso é frio e a sujeira é leve, um modelo mais silencioso (55 a 60 dB) será eficaz e mais agradável. A melhor solução, muitas vezes, é buscar modelos com múltiplos níveis de sucção controláveis por app. Assim, você consegue usar um modo silencioso para manutenção e um modo máximo para limpeza pesada.
2. Ignorar a autonomia da bateria por área de limpeza
A autonomia da bateria é anunciada em minutos (geralmente entre 90 e 180), mas focar apenas nesse número é um erro. A medida mais relevante é a área que o robô consegue limpar com uma única carga. A autonomia real é afetada por vários fatores: limpar carpetes exige mais força e drena a bateria mais rápido do que pisos rígidos. Usar o modo de sucção máxima também consome a carga mais rapidamente. A complexidade do ambiente, com muitos móveis, aumenta o tempo de limpeza e o consumo.
Para casas maiores, acima de 80 m², uma função se torna indispensável: o "recarregar e continuar". Modelos com essa inteligência monitoram a bateria e, quando a carga está baixa, pausam a limpeza, retornam à base para recarregar e, depois, voltam exatamente ao ponto onde pararam para concluir o trabalho. Ignorar essa função em uma casa grande é um erro fatal que anula o propósito da automação.
Modelos que voltam e recarregam sozinhos tornam a limpeza mais eficiente — Foto: Reprodução/Amazon 3. Esquecer de olhar as dimensões
Uma das grandes vantagens do robô aspirador é limpar lugares de difícil acesso, como debaixo de camas e sofás. No entanto, essa vantagem só se concretiza se o robô for baixo o suficiente para passar. Ignorar a altura do aparelho é um erro comum. Antes de comprar, meça a distância entre o chão e a base dos seus móveis mais baixos. Robôs padrão, especialmente com torres de laser, podem ter entre 8 e 10 cm. Modelos "slim" são projetados para espaços apertados, com alturas que podem ser inferiores a 7 cm.
Além da altura, o diâmetro do robô, geralmente entre 30 e 35 cm, também importa em casas menores ou com muitos móveis. Um modelo mais compacto navega melhor por espaços apertados, como entre as pernas de cadeiras. Já o mais volumoso pode ficar preso ou deixar de limpar áreas significativas. Existe uma relação de compromisso e uma escolha a ser feita: modelos ultra-finos raramente têm navegação a laser, e robôs mais compactos podem ter reservatórios menores.
A escolha ideal envolve avaliar o layout da sua casa. Se você tem muitos móveis baixos e a limpeza embaixo deles é prioridade, um modelo slim pode ser a melhor opção, mesmo que sacrifique a navegação a laser. Se sua casa tem espaços mais abertos e você valoriza as funções inteligentes que dependem de um mapeamento preciso, um modelo com torre LiDAR pode ser mais vantajoso, mesmo que ele não alcance todos os cantos mais baixos. Pese os prós e contras de acordo com sua realidade.
Um robô aspirador grande demais pode não ser a opção mais eficiente para a sua casa — Foto: Reprodução/WAP 4. Deixar de lado os detalhes de mapeamento
O sistema de navegação é o cérebro do robô e define sua inteligência e eficiência. Ignorar como ele se orienta é um erro grave. Existem diferentes níveis de tecnologia. A navegação aleatória é a mais básica e ineficiente, adequada apenas para cômodos pequenos e sem obstáculos. A navegação por giroscópio (GYRO) permite movimentos mais organizados em zigue-zague, mas o robô ainda pode se perder e não cria um mapa preciso.
Tecnologias mais avançadas incluem a navegação por câmera (vSLAM), que cria um mapa visual, mas pode ter dificuldades no escuro, e a navegação a laser (LiDAR), considerada o padrão-ouro. O LiDAR usa um sensor laser giratório para criar um mapa digital extremamente preciso em tempo real, funcionando perfeitamente no escuro e permitindo a navegação mais eficiente. É a tecnologia usada em carros autônomos.
Modelos com tecnologias mais avançadas oferecem melhor eficiência na limpeza — Foto: Reprodução/Mercado Livre A escolha da tecnologia de navegação impacta diretamente a experiência. Um robô com LiDAR limpa mais rápido, de forma mais completa e é menos propenso a ficar preso. Contudo, é importante lembrar que a qualidade do mapa gerado é a base para funções inteligentes como zonas proibidas e limpeza de cômodos específicos. Sem um bom sistema de navegação, essas funcionalidades se tornam imprecisas ou inexistentes. Além disso, a maioria dos modelos modernos também inclui sensores de queda para evitar escadas.
5. Não priorizar funções inteligentes
Nos robôs modernos, a inteligência vai além da navegação. As funções controladas por aplicativo transformam o aparelho em um assistente personalizável. Desprezar essas funções é abrir mão da conveniência. Pelo app (em modelos compatíveis), é possível iniciar, pausar ou agendar limpezas, visualizar o mapa em tempo real e ainda, em modelos avançados, selecionar cômodos ou zonas específicas para limpeza direcionada.
Talvez a função inteligente mais útil seja a criação de "zonas proibidas" e "paredes virtuais". Baseado no mapa preciso, o usuário desenha no app áreas que o robô deve evitar. As aplicações são inúmeras: proteger a área de comida do pet, evitar um vaso delicado, bloquear o acesso a um emaranhado de cabos ou a uma área com peças de Lego espalhadas. Essa funcionalidade permite prevenir problemas proativamente, em vez de apenas reagir a eles.
A camada final de conveniência é a integração com assistentes de voz como Amazon Alexa e Google Assistente. Conectar o robô ao ecossistema de casa inteligente permite iniciar a limpeza com um simples comando de voz. Essas funções não são meros artifícios, são ferramentas essenciais que adaptam o comportamento autônomo do robô à realidade fluida de um lar, tornando-o um parceiro mais eficaz e menos problemático.
Funções inteligentes aprimoram a experiência de um robô aspirador — Foto: Reprodução/Mercado Livre 6. Desprezar o tamanho dos reservatórios
O tamanho dos reservatórios internos de pó, geralmente entre 400 ml e 600 ml, e o de água determinam a frequência com que você precisará intervir manualmente. Em uma casa com pets que soltam muito pelo, um reservatório de pó menor deve precisar ser esvaziado após cada limpeza. Desprezar essa especificação pode diminuir o benefício da automação, trocando a tarefa de aspirar pela de esvaziar o robô diariamente.
A base de auto-esvaziamento é uma virada de jogo. Ao final da limpeza, a base suga a sujeira do reservatório do robô para um saco descartável maior, que só precisa ser trocado a cada 30 ou até 60 dias. Isso reduz drasticamente a necessidade de manutenção diária e mantém o sistema de sucção do robô sempre desobstruído.
A estação tudo-em-um representa o auge da automação. Além de esvaziar o pó, as bases avançadas gerenciam todo o processo de limpeza úmida. Com isso, elas lavam os panos do robô com água limpa, secam-nos com ar quente para evitar mofo e odores, e reabastecem automaticamente o tanque de água interno do robô. Com uma estação dessas, a intervenção humana se torna mínima. O investimento inicial é maior, mas o retorno em conveniência é imenso.
O tamanho do reservatório precisa ser adequado para o tipo de limpeza que sua casa necessita — Foto: Divulgação/Midea 7. Esquecer que ele pode varrer, aspirar e passar pano (de formas distintas)
Muitos robôs são anunciados como multifuncionais: varrem, aspiram e passam pano. É importante entender o que cada função faz. "Varrer" é trabalho das escovas laterais, que puxam a sujeira dos cantos. "Aspirar" é a função do vácuo central. "Passar pano" refere-se à limpeza úmida. Um erro comum é não perceber que o ideal é que o robô primeiro aspire todo o ambiente antes de passar o pano úmido, para evitar transformar a poeira em lama.
O erro mais grave nesta categoria é assumir que toda função "passar pano" é igual. O sistema básico apenas arrasta um pano úmido pelo chão, eficaz somente para poeira fina. Porém, modelos mais avançados usam um sistema sônico/vibratório, onde o pano vibra em alta frequência, criando uma ação de esfrega capaz de remover manchas mais teimosas.
O sistema considerado mais eficaz utiliza mops giratórios. Nele, dois mops circulares giram em alta velocidade enquanto aplicam pressão para baixo, imitando o movimento de uma enceradeira. Este método é extremamente eficiente para esfregar e remover até as sujeiras mais difíceis, proporcionando a limpeza úmida mais profunda disponível em robôs. Comprar um modelo básico esperando que ele remova manchas secas levará à frustração. Avalie qual nível de limpeza úmida você realmente precisa.
Cada modelo de robô aspirador conta com funções diferentes — Foto: Divulgação/Xiaomi 8. Ignorar quais pisos e superfícies o modelo limpa
A maioria dos robôs modernos funciona bem em pisos rígidos como madeira, porcelanato e laminado. No entanto, modelos com uma "escova flutuante" são superiores em lares com diferentes tipos de piso. Essa escova se ajusta automaticamente em altura para manter um contato ideal com a superfície, garantindo uma coleta de sujeira mais consistente.
Por outro lado, tapetes e carpetes representam o maior desafio, especialmente para modelos que passam pano. Um erro fatal para quem tem tapetes é não procurar por duas funções inteligentes específicas. A detecção automática de tapete, a Carpet Boost, faz o robô aumentar a potência de sucção ao máximo quando sobe em um tapete, para extrair a sujeira das fibras.
A elevação automática do mop, a Mop-Lifting, é crucial para quem tem tapetes e quer usar a função de passar pano. Ao detectar um tapete, o robô levanta fisicamente o suporte, evitando que o pano úmido molhe o tapete. Sem essa tecnologia, o usuário seria forçado a remover manualmente o mop antes de limpar áreas com carpetes ou a criar zonas proibidas para cada tapete, o que vai contra o propósito da automação. Verifique se o modelo desejado possui essas duas funções se você tem tapetes em casa.
Existem modelos mais eficientes para tipos diferentes de piso — Foto: Divulgação/Unsplash (YoonJae Baik) 9. Pensar que o trabalho será todo do robô
O erro final é de mentalidade: acreditar que o robô-aspirador é uma solução mágica que exige zero esforço. A realidade é que ele funciona melhor em parceria com o morador. Para que o robô trabalhe bem é necessário um rápido "preparo do terreno". Para isso, você deve recolher objetos espalhados pelo chão, como cabos, sapatos, brinquedos e roupas. Isso porque, esses itens podem enroscar nas escovas, bloquear o caminho ou fazer o robô desviar, deixando áreas sem limpar.
Assim como qualquer aparelho, o robô requer manutenção regular para funcionar bem e durar mais. Ignorar esses cuidados resultará em queda na qualidade da limpeza e possíveis defeitos. A rotina inclui esvaziar o reservatório de pó, limpar cabelos das escovas semanalmente, limpar os sensores com um pano seco regularmente e lavar o mop após cada uso. Além disso, filtros e escovas devem ser trocados a cada 3 a 6 meses.
Adotar esses pequenos hábitos de preparo e manutenção garante que o robô entregue seu potencial máximo. Ele não elimina 100% do trabalho de limpeza, mas reduz drasticamente o esforço diário. Por isso, entender que o robô é um assistente, e não um substituto completo, alinha as expectativas à realidade e garante uma experiência muito mais satisfatória com a tecnologia.
O robô aspirador não pode fazer todo o trabalho sozinho — Foto: Reprodução/Amazon Veja no vídeo abaixo: visitamos a casa conectada da Samsung! Confira como é dentro
Visitamos a casa conectada da Samsung! Confira como é dentro

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1 mês atrás
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