A participação no governo Trump, que ele ajudou a eleger, é mais um passo na influência de Musk nos EUA. Desde 2022, ele é o dono do X (antigo Twitter), onde mantém um perfil com mais de 200 milhões de seguidores, muitas polêmicas e controvérsias.
Durante a pandemia, Musk fez posts duvidando do coronavírus e criticando o "lockdown" e a obrigatoriedade da vacina. E já disparou mensagens que causaram "terremotos" nos mercados de ações e de criptomoedas.
Foi Musk quem trocou o nome que o Twitter teve por mais de 15 anos, além de mudar as políticas de uso da plataforma, dentro ideia de que a moderação de posts poderia atrapalhar a liberdade de expressão, algo também propagado por Trump.
Antes de comprar o X, Musk já era famoso por estar à frente da fabricante de carros Tesla, uma das primeiras a apostar somente em modelos elétricos, e da SpaceX, empresa de voos espaciais. Com ela, o magnata faz planos para colonizar Marte.
A SpaceX tem ainda um braço voltado à internet via satélite chamado Starlink, que atua inclusive no Brasil. Musk também foi um dos fundadores da OpenAI, criadora do ChatGPT.
Saiba mais sobre a trajetória de Musk abaixo:
Elon Musk em foto de 13 de agosto de 2021 — Foto: Patrick Pleul/Reuters
Filho mais velho de um sul-africano e de uma canadense de classe alta, Musk nasceu em Pretória, na África do Sul, em 1971. Ele já foi casado duas vezes e teve 12 filhos.
Musk viveu na África do Sul até 1989. Seu pai, Errol Musk, de quem o bilionário se distanciou na vida adulta, conta histórias de tempos de riqueza abundante, incluindo a posse de uma mina de esmeraldas.
O filho reconhece que Errol teve negócios bem sucedidos na área de engenharia mecânica e elétrica que deram uma vida bastante confortável para a família, mas nega que o pai tenha sido dono de mina.
Musk imigrou para o Canadá pouco antes dos 18 anos e começou a faculdade na Queen's University, em Ontário. No meio da graduação, se transferiu para a Universidade da Pensilvânia, nos EUA, se naturalizando cidadão americano. É bacharel em física e economia.
O dono do X aprendeu a programar sozinho e criou jogos na adolescência.
Seu primeiro empreendimento foi a Zip2, empresa que criou em 1995 com seu irmão Kimbal e com o amigo Greg Kouri e que oferecia um diretório para encontrar empresas on-line. A companhia foi vendida em 1999 para a fabricante de computadores Compaq.
Em seguida, Musk fundou a X.com, uma empresa de serviços financeiros on-line e de e-mail. Um ano depois de criada, a companhia se fundiu com a Confinity, que tinha um serviço de transferência de dinheiro chamado PayPal – que acabou virando o nome do negócio.
Em outubro de 2002, a eBay adquiriu a PayPal por US$ 1,5 bilhão em ações.
Em 2004, Musk se tornou o maior investidor e assumiu o comando da recém fundada fabricante de carros elétricos Tesla, bem antes de montadoras tradicionais apostarem nesse tipo de veículo.
Antes, em 2002, Musk havia criado a sua empresa mais ambiciosa: a SpaceX, de transporte aeroespacial.
Entusiasta do bitcoin e de outras criptomoedas, ele também já se enveredou pelos ramos de energia solar, do transporte ultrarrápido, da internet via satélite e da neurociência.
A primeira aparição de Musk no ranking dos bilionários da revista "Forbes" foi em 2012, com a fortuna estimada em US$ 2 bilhões. Dez anos depois, ele somava US$ 219 bilhões, quando ocupou o topo da lista pela primeira vez.
Tesla inaugura fábrica em Xangai, na China — Foto: Yilei Sun/Reuters
Desde 2004, Elon Musk é o maior acionista e o presidente-executivo da fabricante de carros elétricos Tesla, fundada em 2003 pelos engenheiros Martin Eberhard e Marc Tarpenning.
Com sede em Austin, no Texas, nos EUA, a empresa entrou no ramo quando poucas marcas apostavam nesse tipo de veículo; o primeiro modelo foi lançado em 2009. Foi a partir daí que Musk começou a ganhar atenção da mídia.
A Tesla também obteve notoriedade pela adoção de um polêmico sistema de semiautonomia para os carros, o Autopilot, que permite que eles dirijam sozinhos por um certo tempo, desde que o motorista mantenha as mãos no volante.
Musk impulsionou a empresa a crescer a ponto de abrir uma fábrica na China, grande consumidora de carros elétricos, além da Alemanha. Com o braço Tesla Energy, a companhia também produziu painéis para captação de energia solar.
Empresa com ações na bolsa de Nova York, a Tesla chegou, em alguns momentos, a ultrapassar montadoras tradicionais como Ford e GM, que têm números de produção e vendas muito maiores.
Missão da SpaceX em 2021 foi um marco para o turismo espacial — Foto: AFP/Inspiration4
Antes de se juntar à Tesla, Musk fundou, em 2002, a SpaceX, voltada ao transporte aeroespacial. Ele também é o presidente-executivo da empresa.
A SpaceX se especializou no desenvolvimento e lançamento de foguetes reutilizáveis, algo que não existia na indústria e que pode baratear as viagens espaciais. Ela mantém contratos inclusive com a Nasa, a agência espacial do governo americano.
Depois, passou a enviar satélites e também já transportou gente para fora do planeta. Em 2021, a SpaceX conquistou um marco importante no turismo espacial com o lançamento de 4 pessoas "comuns" à órbita da Terra – que, até então, só tinha recebido astronautas profissionais.
Musk não estava a bordo, mas, com o sucesso da missão, ofuscou de certa forma seus concorrentes no segmento, os também bilionários Jeff Bezos, dono na Amazon, e Richard Branson, da Virgin Galactic.
Primeiros satélites Starlink sobrevoam o observatório CTIO no Chile — Foto: Tim Abott/CTIO
A Starlink é um braço da SpaceX voltado para internet via satélite.
Nesse segmento, Musk também concorre com Bezos e sua Blue Origin. Ambos trabalham nas chamadas "constelações de satélites", que têm o objetivo de levar conexão para áreas remotas em todo o planeta. A SpaceX está à frente na corrida e já lançou mais de 6.000 unidades.
A empresa atua inclusive no Brasil, sobretudo na Amazônia. O Ibama já apontou que a expansão da tecnologia de Musk naquela também impulsiona atividades ilegais, como no garimpo.
🧠 NEURALINK: Musk também está envolvido na startup de neurociência que quer "conectar cérebros a computadores". O objetivo é que, no futuro, pessoas com limitações motoras possam controlar dispositivos eletrônicos, como computadores e celulares, apenas com o pensamento.
O bilionário também tem a ambição de, mais à frente, usar o chip para alcançar a telepatia. Ele diz que isso ajudaria a humanidade a prevalecer em uma suposta guerra contra a inteligência artificial, mas especialistas adiantam que a prática não é viável.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL 🤖 Musk também foi um dos fundadores da Open AI, a startup de inteligência artificial que ficou famosa em 2022 pelo robô conversador ChatGPT.
Musk deixou a OpenAI antes disso, em 2018, e passou a ser um crítico dela. Em 2023, criou sua própria empresa de inteligência artificial, a xAI.
TRANSPORTE ULTRA-RÁPIDO🚅 Musk possui ainda a The Boring Company, que projeta um sistema semelhante a um trem-bala que depende de um túnel modificado para atingir altas velocidades (sistema apelidado de "hyperloop").
12 filhos: a grande família de Musk
Elon Musk levou o filho X AE A-XII para visita ao presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, em Nova York, em 17 de setembro de 2023 — Foto: Murat Cetinmuhurdar/PPO via Reuters
A biografia "Elon Musk" , lançada em 2023, mostra o empresário como um homem infantilizado, que tirou suas ideias sobre o mundo de videogames, quadrinhos e livros de ficção científica, conforme reportou o "Fantástico", em entrevista com o autor, o jornalista Walter Isaacson.
Segundo o escritor, Musk é obcecado com a ideia da humanidade estar em perigo na Terra, sobretudo com o avanço da inteligência artificial. Daí a ideia de colonização em Marte, uma das missões que ele prevê para a SpaceX. Isso também explicaria por que o empresário tem tantos filhos.
A LETRA X - O bilionário também seria fascinado pela letra X, uma influência dos personagens de X-Men. Além de a letra renomear o Twitter e batizar modelos de carros da Tesla , ela também aparece nos excêntricos nomes de herdeiros de Musk.
E, em 2023, a biografia do empresário revelou um terceiro bebê do ex-casal chamado Techno Mechanicus.
Veja quem são os 12 filhos de Elon Musk — Foto: Arte/g1
Musk também teve os gêmeos, Azure e Strider com Shivon Zills, uma executiva da Neuralink, a startup do bilionário no campo da neurociência.
Antes dos filhos com Shivon e Grimes, Musk teve cinco filhos com a primeira mulher, a autora de livros Justine Musk: gêmeos nascidos em 2004 e trigêmeos nascidos em 2006 — todos com nomes menos complicados, entre eles Xavier (também um personagem de X-Men).
O casal ainda perdeu o primeiro bebê, que sofreu morte súbita algumas semanas após o nascimento.
Após se divorciar de Justine, Musk se casou com a atriz inglesa Talulah Riley, de quem também se separou, sem ter tido filhos.
Em 2015, Musk tirou seus cinco filhos mais velhos de uma prestigiada escola para crianças superdotadas e criou a Ad Astra, um centro privado de ensino em Los Angeles, nos EUA.
Ela justificou a mudança por causa de sua identidade de gênero e "pelo fato de eu não viver ou desejar estar relacionada com meu pai biológico de qualquer forma".
MÃE E MODELO - A mãe de Musk, Maye, também é frequentadora das redes sociais. Modelo, ela tem atualmente mais de 1 milhão de seguidores no Instagram e no X, onde costuma defender o filho.
Kimbal Musk, irmão mais novo de Elon Musk, também tem perfis públicos nas redes, onde se apresenta como chef, empreendedor e filantropo. Ele faz parte do conselho da Tesla.
Elon Musk e a mãe dele, Maye Musk, no Met Gala 2022 — Foto: Dimitrios Kambouris / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP
Assim o biógrafo Isaacson definiu Musk ao Fantástico: "Ele meio que tem personalidades múltiplas. Numa reunião faz piadas, é gentil e inspirador e tem ótimas ideias. Aí alguém diz algo que pra ele é um gatilho, e ele entra num estado que uma das amigas chama de 'modo demoníaco', muito severo com as pessoas. E aí quando volta, ele mal se lembra do que fez."
Colecionador de polêmicas (ou o 'espírito quinta série')
Musk está longe de ser um ricaço discreto. Gosta de dar entrevistas e posta várias vezes ao dia no X.
Já apresentou por uma noite o programa de humor americano "Saturday Night Life", que só recruta celebridades, frequenta o baile Met Gala, da revista Vogue, e já foi filmado fumando um cigarro de maconha durante participação em um podcast transmitido ao vivo pelo YouTube.
Elon Musk fumou cigarro de maconha durante entrevista ao podcast do comentarista de Joe Rogan, em setembro de 2018 — Foto: Reprodução/YouTube
No antigo Twitter, seu canal preferido para se comunicar com milhões de seguidores, dispara mensagens que podem causar "terremotos" nos mercados de ações e de criptomoedas.
Nas redes, Musk também gosta de convocar desafetos para supostos duelos. Fez isso com Mark Zuckerberg, dono da Meta, com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e aceitou uma provocação parecida feita pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

Elon Musk e o Twitter: Uma relação antiga e polêmica
O relacionamento entre Musk e o Twitter tinha começado com a compra de 9,2% da empresa, ainda em março de 2022, o que o tornava o maior acionista individual da plataforma.
A operação só veio a público no mês seguinte, pouco antes da notícia de que Musk queria ser o dono do Twitter. Semanas depois, saiu o acordo para a compra por US$ 44 bilhões.
💰DE ONDE VEIO O DINHEIRO - Musk disse que pagaria uma parte "do próprio bolso", com a venda de ações da Tesla, e, para o restante, precisou de empréstimos.
Com a compra em andamento, o empresário chegou dizer que desistiria, levantou suspeitas sobre percentual de contas falsas existentes na plataforma e passou a questionar o valor de mercado do Twitter.
A rede social foi à Justiça para exigir o cumprimento do acordo. Mas, em setembro, no limite do prazo previsto, o negócio se concretizou.
Elon Musk entra na sede do Twitter carregando uma pia — Foto: Reprodução/Twitter
PREOCUPAÇÃO COM MODERAÇÃO - Ao se tornar o dono do Twitter, o bilionário prometeu que faria mudanças na moderação de conteúdo, o que gerou preocupação imediata com relação ao combate à desinformação nas redes. Isso porque o magnata sempre fez críticas à política de uso do Twitter.
No comunicado da compra, Musk ressaltou que "a liberdade de expressão é a base de uma democracia em funcionamento'" e que o Twitter é "a praça da cidade digital onde assuntos vitais para o futuro da humanidade são debatidos".
O perfil de Trump havia sido banido da rede em 2021 por violação das regras, após a invasão do Congresso americano por um grupo de apoiadores dele que não aceitavam o resultado das eleições de 2020 — uma desconfiança que Trump alimentou em seus posts nas redes.
O Facebook e o YouTube também puniram Trump com suspensão de sua conta. Na época, Musk considerou que o ex-presidente foi alvo de censura.
No entanto, perfis de jornalistas foram bloqueados na "era Musk", sem que os motivos fossem explicados. O bloqueio aconteceu em um momento em que a imprensa criticava a forma como o bilionário conduzia a rede social.
DEMISSÕES E EMOJI DE 💩 - Musk chegou a dizer que não queria comprar o Twitter para "fazer dinheiro".
Mas, segundo a imprensa americana, ele prometeu aos bancos que emprestaram dinheiro para o negócio que poderia reduzir os salários dos executivos e do conselho da empresa, em um esforço para tirar custos da rede social, e que desenvolveria novas maneiras de monetizar tuítes.
Ao assumir o comando da plataforma, passou a cobrar pelo selo de verificação de perfis, com a criação do plano pago Twitter Blue, e realizou diversas rodadas de demissão em massa de funcionários, inclusive do então presidente-executivo.
Musk ficou por 6 meses como CEO do Twitter, até nomear a atual ocupante do cargo, Linda Yaccarino. Durante esse tempo, jornalistas que procurassem o time de comunicação da empresa recebiam como resposta um emoji de cocô.
Sob a gestão da Yaccarino, a rede social mudou de nome e de logotipo, trocando o passarinho azul pela letra X.
Musk e Trump: de crítico a 'primeiro-amigo'
Musk agora se chama de "primeiro-amigo" ("first buddy") de Trump, em uma variação do termo "primeira-dama" ("first lady"). Mas os bilionários nem sempre estiveram do mesmo lado.
Elon Musk pula no palco de comício de Donald Trump em Butler, na Pensilvânia, em 5 de outubro de 2024. — Foto: AP Photo/Evan Vucci
A virada de Musk na direção de Trump e de políticas conservadoras se tornou pública na pandemia, em 2020, especialmente quando a Califórnia determinou o "lockdown" e o bilionário teve de fechar a fábrica da Tesla naquele estado.
Ele reclamou com o então presidente e teve o apoio moral de Trump nas redes.
Com o republicano derrotado por Biden no fim daquele ano, Trump e Musk trocaram farpas em 2022. O republicado acusou o empresário de mentir por dizer que tinha votado em Biden.
Ao mesmo tempo, o dono do X dizia que não era "nem de esquerda, nem de direita".
Seus posts, no entanto, passaram a ser mais alinhados com discursos conservadores, contra o chamado movimento "woke", associado a políticas liberais ou de esquerda, e criticando as regras de uso das redes sociais, que limitavam discurso de ódio.
No governo Biden, Musk não teve espaço e chegou a ser esnobado em eventos. O bilionário também reclamou de questões envolvendo sindicatos, uma vez que suas empresas foram investigadas por práticas trabalhistas.
Musk foi se reaproximou de Trump durante a campanha presidencial de 2024, chegando a promover um jantar "antiBiden" com outros bilionários. E deixou explícito seu apoio logo após o atentado a tiros sofrido pelo republicano, em julho.
Musk participou de comícios e estava ao lado do republicano no discurso da vitória, em novembro. "Uma estrela nasce, Elon! Ele é um cara incrível", elogiou Trump naquela noite.
Leia também outras curiosidades sobre Elon Musk:

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