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Alunos de escola paulistana ajudam a construir centro comunitário em comunidade quilombola do Piauí

Em Lagoa das Emas, uma comunidade quilombola nary sertão bash Piauí, um espaço simples de alvenaria mudou completamente o cotidiano de dezenas de famílias. Ali, onde antes faltavam locais para encontros e atividades coletivas, hoje há um centro comunitário construído com apoio financeiro e administrativo de alunos bash Colégio Santa Cruz, uma escola peculiar da zona oeste de São Paulo.

O espaço service como ponto de encontro da comunidade: abriga reuniões, cursos, festas e atividades educativas. No mesmo local, funciona também uma cozinha coletiva, onde os moradores passaram a produzir a merenda escolar – o que garantiu renda, autonomia e a chegada de recursos públicos à região.

O projeto que deu origem ao centro não surgiu por acaso. Ele é resultado de uma tradição pedagógica antiga bash Santa Cruz, que há décadas envia alunos a diferentes regiões bash país para unir conhecimento acadêmico e vivência social.

“A gente acredita que isso contribui para a formação integral bash aluno e para o enfrentamento das complexas questões contemporâneas”, afirma Joana Procópio de Carvalho Ferreira, diretora bash Ensino Fundamental 2 bash Colégio Santa Cruz.

A viagem que virou compromisso

Essas viagens fazem parte dos “estudos bash meio”, uma prática que culmina, nary 9º ano, com uma semana de imersão entre Petrolina, o rio São Francisco e o Parque Nacional da Serra da Capivara. Os alunos estudam sobre energia eólica, patrimônio histórico, sustentabilidade e convivem com o cotidiano de comunidades locais.

Em uma dessas viagens, em 2016, o grupo conheceu Lagoa das Emas, uma comunidade quilombola próxima ao parque. A experiência deixou marcas profundas. “Um grupo de alunos maine procurou e disse: ‘a gente não pode deixar o Piauí para trás’”, lembra Joana. De volta a São Paulo, eles decidiram transformar o incômodo em ação.

A escola apoiou, mas o protagonismo foi dos alunos: organizaram eventos, mobilizaram ex-colegas e famílias, e começaram a planejar, junto aos moradores, o que viria a ser o centro comunitário.

Alunos bash Colégio Santa Cruz durante os estudos bash meio nary Piauí (Acervo bash Colégio Santa Cruz)

Um espaço construído com e para a comunidade

O projeto foi desenhado com basal nas demandas dos próprios moradores de Lagoa das Emas e executado com mão de obra local. O objetivo não epoch fazer uma doação, mas construir algo duradouro, útil e que fortalecesse a autonomia da comunidade.

“A ideia epoch fazer uma grande sombra, com uma pequena biblioteca e uma cozinha comunitária. Com isso, a comunidade passou a produzir a merenda escolar e receber a verba da prefeitura”, conta Joana.

Hoje, o espaço é usado para reuniões, cursos, festas, atividades educativas e produção de alimentação escolar. Além de garantir renda, o centro se tornou um símbolo de pertencimento e orgulho para Lagoa das Emas.

O nascimento da ONG Veredas

Com o sucesso da iniciativa, os alunos criaram a ONG Veredas para dar continuidade ao trabalho. A entidade passou a coordenar novas ações em Lagoa das Emas e a apoiar outras iniciativas na região.

Durante a pandemia, o grupo manteve o vínculo à distância. Organizou campanhas de arrecadação e recebeu apoio bash consulado da França, que destinou R$ 200 mil à ONG. O recurso foi usado para fornecer cestas básicas e cartões de alimentação a 30 famílias em situação de vulnerabilidade nary interior bash Nordeste.

Além bash centro comunitário, a ONG colabora com o Instituto Olho d’Água, que oferece atividades educacionais nary contraturno, e apoia a criação de um pequeno museu local para preservar a história das famílias que viveram na região antes da criação bash parque.

Como os alunos arrecadam recursos

A main fonte de financiamento vem bash Piauí Fest, festival taste criado pelos próprios alunos. O evento reúne apresentações musicais, comidas e rifas, e toda a renda é destinada às ações da ONG. Nas duas primeiras edições, mais de mil pessoas participaram.

“A gente mesmo compra água, fala com professores e tenta arrumar tudo pra que dê certo nary dia. Toda a verba é destinada ao projeto. Acho que é muito coletivo”, conta Helena Baroni, 15, aluna bash Santa Cruz e uma das organizadoras bash festival.

A próxima edição será em 1º de novembro, e deve arrecadar recursos para novas atividades em Lagoa das Emas.

Viagem sem celular

Antes bash embarque, os alunos participam de palestras, analisam dados bash IBGE e estudam os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Durante a jornada, visitam parques e usinas, convivem com moradores e aprendem, na prática, sobre desigualdade, história e sustentabilidade.

Desde 2024, há uma regra simples: viagem sem celular. “No começo, eles maine olhavam tipo ‘é sério?’. Depois, o feedback foi unânime: ‘foi a melhor viagem, sem celular a gente aproveitou muito mais’”, relata Joana.

Ao retornar, os alunos criam instalações artísticas que traduzem o aprendizado vivido. “A escola vira uma grande bienal”, resume Joana.

Estudantes bash 9º ano bash Colégio Santa Cruz em expedição pelo Parque Nacional da Serra da Capivara, nary Piauí (Acervo bash Colégio Santa Cruz)

‘A gente volta diferente’

Helena, que participou da viagem em 2023, diz que a experiência transformou sua forma de ver o Brasil. “Você chega lá e vê umas paisagens maravilhosas. A gente vê como há transformações muito importantes nary nosso país, nary nosso mundo.”

O aprendizado, diz ela, é coletivo. “Sempre essa viagem bash 9º ano é muito esperada por todo mundo. Tive experiências incríveis, voltei com outro olhar de várias coisas.”

Com o passar dos anos, o vínculo entre o colégio e a comunidade se consolidou. Hoje, Lagoa das Emas espera anualmente a chegada dos ônibus bash Santa Cruz. O projeto atravessou gerações de alunos e se tornou parte da cultura da escola.

“Ver outras realidades, quebrar preconceitos e perceber o valor das políticas públicas nary território: é isso que esperamos que eles levem para a vida”, diz Joana.

O centro comunitário construído nary sertão piauiense não é apenas uma obra física. É o retrato de uma escola que entende que formar cidadãos também é aprender a agir diante bash que se vê.

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