A decisão dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa adicional de 50% sobre produtos brasileiros acendeu um sinal de alerta no agronegócio do Rio Grande do Sul. Embora o Estado tenha uma exposição menor ao mercado norte-americano em comparação com a média nacional, os setores que mantêm relações comerciais com os EUA são altamente dependentes desse destino e operam com produtos de alto valor agregado.Segundo dados da Farsul, o agronegócio brasileiro movimentou cerca de US$ 12 bilhões para aquele destino em 2024, equivalentes a 7,35% dos embarques do setor. Deste total, aproximadamente US$ 845 milhões partiram do RS, um índice de 5,37%, inferior à participação americana no comércio exterior do agronegócio brasileiro. Para o Rio Grande do Sul, os principais mercados são a China, com 35% das exportações, e a União Europeia, com quase 13%, ficando os EUA em terceiro lugar.
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A decisão dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa adicional de 50% sobre produtos brasileiros acendeu um sinal de alerta no agronegócio do Rio Grande do Sul. Embora o Estado tenha uma exposição menor ao mercado norte-americano em comparação com a média nacional, os setores que mantêm relações comerciais com os EUA são altamente dependentes desse destino e operam com produtos de alto valor agregado.
Segundo dados da Farsul, o agronegócio brasileiro movimentou cerca de US$ 12 bilhões para aquele destino em 2024, equivalentes a 7,35% dos embarques do setor. Deste total, aproximadamente US$ 845 milhões partiram do RS, um índice de 5,37%, inferior à participação americana no comércio exterior do agronegócio brasileiro. Para o Rio Grande do Sul, os principais mercados são a China, com 35% das exportações, e a União Europeia, com quase 13%, ficando os EUA em terceiro lugar.
“Quando se olha para os países que vêm logo depois, com 2%, 1,5%, 1%, percebe-se que os EUA são um dos principais destinos. No RS, ficam atrás apenas da China e da União Europeia”, explica.
Ele destaca ainda que a imposição das tarifas ocorre em um ano de início de governo nos Estados Unidos, o que pode intensificar medidas protecionistas, uma característica do governo Trump. O setor produtivo espera que a questão seja tratada prioritariamente pela diplomacia brasileira, com o respaldo técnico das entidades do agronegócio, “que têm pleno conhecimento sobre as cadeias produtivas impactadas”.
No Rio Grande do Sul, as exportações para os EUA são concentradas em alguns setores estratégicos. O presidente executivo do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), Fernando Bello, aponta que o Estado foi responsável por cerca de 22% das exportações brasileiras de couro aos EUA em 2024, que somaram cerca de US$ 180 milhões.
“Os curtumes gaúchos são, em grande parte, de médio porte. Exportam volumes menores, mas com alto valor agregado, o que torna qualquer elevação tarifária um golpe direto na competitividade das empresas locais”, explica.
Bello destaca que o couro brasileiro é exportado para os EUA em diferentes estágios industriais — do wet blue ao couro acabado — e abastece indústrias automotiva, moveleira e de artigos de luxo.
“É um mercado cativo, difícil de substituir por outros destinos com a mesma rentabilidade”, ressalta.
O representante da Farsul acredita que o momento atual pode servir para fortalecer a diversificação dos parceiros comerciais do agronegócio gaúcho, tornando-o mais resiliente a choques externos.
“Embora o Rio Grande do Sul já tenha uma pauta exportadora relativamente pulverizada, essa é uma oportunidade para explorar novos mercados e consolidar sua presença internacional”, conclui Renan Hein.
Entidades do agro cobram solução diplomática para evitar prejuízos
A reação do agronegócio brasileiro à imposição de tarifas adicionais pelos Estados Unidos veio por meio de manifestações institucionais de algumas das principais entidades do setor. Em notas públicas, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) convergem em um ponto: a urgência de uma resposta diplomática eficiente para preservar mercados estratégicos.
A ABPA alertou para os riscos que a medida traz a cadeias como as de carne suína e ovos.
“Apesar da balança comercial ser deficitária para o Brasil, os embarques de proteína animal para os Estados Unidos têm relevância para as cadeias produtoras, gerando divisas importantes para a sustentabilidade dos setores exportadores”, destacou a entidade.
No primeiro semestre de 2025, o Brasil exportou 14,9 mil toneladas de carne suína aos EUA, movimentando US$ 31,6 milhões. Já os ovos somaram 15,2 mil toneladas, com receita de US$ 33,1 milhões, sendo os EUA o principal destino.
A Abiec, que representa o setor de carne bovina, classificou as tarifas como “injustificadas e injustas”, e reforçou que a carne brasileira segue protocolos rigorosos de qualidade e rastreabilidade. A entidade informou ainda que o mercado americano ocupa o segundo lugar entre os destinos da carne bovina do Brasil in natura, ficando atrás apenas da China.
Já a CNA manifestou “preocupação com os efeitos das medidas protecionistas impostas por um parceiro comercial relevante” e reforçou a confiança em uma atuação firme do Itamaraty, em coordenação com os setores afetados. A entidade diz manter interlocução com o Ministério da Agricultura e com o Ministério das Relações Exteriores para garantir que os interesses do setor produtivo sejam considerados nas tratativas.

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