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Antes de plano de 'Riviera em Gaza', Trump chegou a propor estado palestino em 2020; relembre

Em declarações recentes, Trump defendeu a anexação do território pelos EUA, que liderariam os esforços de reconstrução de sua infraestrutura, destruída após o conflito entre Israel e o Hamas.

Seu plano, porém, defende a remoção forçada dos moradores de Gaza para outros locais, como a Jordânia e o Egito, sem o direito de retorno — manobra que configura uma limpeza étnica, o que poderia ser considerado crime contra a humanidade ou mesmo um genocídio, segundo convenções internacionais.

O plano foi discutido apenas entre EUA e Israel, jamais tendo sido submetido à população palestina ou à Autoridade Palestina. A divisão também previa uma Cisjordânia menor e com diversos enclaves israelenses, além da cessão total de Jerusalém para Israel.

Representantes palestinos rechaçaram completamente o plano. O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, chamou o redesenho de "uma conspiração".

"Jerusalém não está à venda", disse Abbas.

Na época, Trump chamou o projeto de "solução realista de dois Estados". Veja o que propunha o mapa:

  • Jerusalém permaneceria indivisível e seria considerada capital de Israel.
  • O futuro Estado Palestino teria a região de Abu Dis — a cerca de 1,5 km da cidade murada de Jerusalém — como capital.
  • O novo Estado Palestino teria um novo território para indústrias de alta tecnologia e outro destinado a casas e produção agrícola, em áreas contíguas a Gaza, perto da fronteira com o Egito.
  • Os palestinos teriam acesso garantido aos portos de Haifa e Ashdod, em Israel.
  • Haveria um túnel ligando a Faixa de Gaza à Cisjordânia, garantindo a unidade do novo Estado Palestino.
  • Todo o Vale do Jordão ficaria sob controle de Israel — ou seja, toda a fronteira com a Jordânia, a leste do território israelense.
  • Assentamentos israelenses na Cisjordânia não seriam removidos.

Proposta dos EUA para um Estado Palestino feita em 2020 — Foto: Editoria de Arte/g1

Proposta pela primeira vez em 1947 pela ONU, a solução de dois Estados para israelenses e palestinos sempre encontrou dificuldades. Uma das principais questões seria a divisão de Israel, contestada por ambos os lados.

O plano da ONU, que nunca chegou a ser implementado, previa que Jerusalém se tornasse uma cidade internacional. Na prática, após a guerra de Israel com países árabes em 1948, a cidade foi dividida. Na época, a Faixa de Gaza ficou sob o controle do Egito, enquanto a Cisjordânia e Jerusalém Oriental ficaram com a Jordânia.

Em 1967, após mais uma guerra, Israel anexou os territórios palestinos, Jerusalém Oriental, a Península do Sinai do Egito e as Colinas de Golã da Síria — o Sinai seria devolvido após a assinatura de um acordo em 1979.

Em um movimento condenado pela Comunidade Internacional, Israel passou a estabelecer assentamentos nos territórios palestinos anexados, dificultando o estabelecimento de um futuro Estado palestino.

Os EUA consideraram tais assentamentos ilegais entre 1978 e 2019, quando Trump reverteu o entendimento do país estabelecido por Jimmy Carter. A gestão Biden condenou brevemente os assentamentos, entre 2024 e a posse de Trump.

Em um movimento unilateral, o então premiê israelense Ariel Sharon removeu todos os 21 assentamentos na Faixa de Gaza, além de outros quatro na Cisjordânia. A ONU e os palestinos consideram que Gaza ainda é um território ocupado, já que Israel controla suas fronteiras, seu espaço aéreo e promove um bloqueio naval. O local é controlado politicamente pelo grupo terrorista Hamas desde 2006.

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