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Após ser chamado de 'ditador' por Trump, Zelensky diz que está contando com o 'pragmatismo' dos EUA

"Estamos firmes em nossos próprios pés. Estou contando com a unidade ucraniana, nossa coragem, com a unidade da Europa e com o pragmatismo da América", disse Zelenskiy em seu discurso noturno em vídeo.

Ele disse que era importante que a visita à Ucrânia do enviado dos EUA para a Rússia e Ucrânia, Keith Kellogg, fosse "construtiva". Kellog chegou a Kiev nesta quarta e terá reuniões com o governo na quinta.

Foto mostra Zelensky e Trump durante um encontro em setembro de 2024 — Foto: Shannon Stapleton/Reuters

A resposta de Trump veio com ofensas e pressão para que Zelensky aceite as condições impostas.

"Um ditador sem eleições. É melhor que Zelensky aja rapidamente ou não restará a ele um país. Enquanto isso, estamos negociando com sucesso o fim da guerra com a Rússia, algo que todos admitem que somente Trump e sua administração podem fazer", postou o presidente americano.

Nesta semana, representantes de EUA e Rússia se encontraram na Arábia Saudita para negociar um possível fim da guerra na Ucrânia. Mas nem a Ucrânia, nem países europeus foram chamados para participar do diálogo.

Trump aproveitou para fazer críticas a Joe Biden, seu antecessor, pela ajuda financeira que deu à Ucrânia durante seu mandato.

"Zelensky convenceu os Estados Unidos a gastarem US$ 350 bilhões de dólares para entrar em uma guerra que não poderia ser vencida, que nem deveria ter começado. Uma guerra que ele [Zelensky], sem os EUA e Trump, nunca será capaz de resolver. Os Estados Unidos gastaram US$ 200 bilhões a mais do que a Europa e o dinheiro da Europa está garantido, enquanto os Estados Unidos não receberão nada de volta, porque Joe Biden sonolento não exigiu a equalização", afirmou.

No entanto, nesta quarta, parece que o clima diplomático entre os dois acabou de vez.

"Eu amo a Ucrânia, mas Zelensky fez um trabalho terrível. Seu país está destruído, e milhões morreram desnecessariamente", disse Trump no post.

Donald Trump ataca Volodymyr Zelensky em post — Foto: Truth Social / Reprodução

Zelensky disse mais cedo que não 'pode vender a Ucrânia'

Volodymyr Zelensky — Foto: TETIANA DZHAFAROVA/Pool via REUTERS

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, rebateu nesta quart críticas recentes feitas a ele pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Zelesnky disse que não vai vender seu país, em referência à proposta do presidente norte-americano de explorar minerais em regiões ucranianas e que Trump vive em uma bolha de desinformação gerada pela Rússia.

Ele também desafiou Trump a tentar lhe retirar de seu cargo, depois que ele sugeriu que Ucrânia deveria realizar novas eleições porque a popularidade de Zelensky é muito baixa.

"Não posso vender a Ucrânia".

Zelenskiy rejeitou as exigências dos EUA por US$ 500 bilhões em riqueza mineral da Ucrânia para reembolsar Washington pela ajuda durante a guerra, dizendo que os Estados Unidos não forneceram nem perto dessa quantia até agora e não ofereceram garantias de segurança específicas no acordo.

O ucraniano afirma que o governo dos EUA forneceu ao seu país US$ 67 bilhões em armas e US$ 31,5 bilhões em apoio orçamentário direto durante a guerra de quase três anos com a Rússia, e agora quer 50% de toda a riqueza mineral do país.

"Você não pode chamar isso de 500 bilhões e nos pedir para devolver 500 bilhões em minerais ou outra coisa. Esta não é uma conversa séria. Eu defendo a Ucrânia, não posso vender nosso país. Eu disse OK, nos dê algum tipo de positivo. Você escreve algum tipo de garantia, e nós escreveremos um memorando... algum tipo de porcentagem. Disseram-me: apenas 50 (por cento). Eu disse: ok, não. Deixe os advogados trabalharem um pouco mais, eles não fizeram todo o trabalho necessário. Eu sou apenas o tomador de decisões, não trabalho nos detalhes deste documento. Deixe-os trabalhar nele", contou.

Rússia e EUA fazem encontro de mais alto nível desde começo da guerra na Ucrânia

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Declarações de Trump sobre a Ucrânia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, minimizou as queixas de Volodymyr Zelensky de que a Ucrânia está sendo excluída das negociações para o fim da guerra com a Rússia, nesta terça-feira (18). Ele também afirmou que pode se encontrar com presidente russo, Vladimir Putin, ainda neste mês.

Antes da reunião na Arábia Saudita, o presidente ucraniano também afirmou que não aceitaria nenhuma proposta de paz que partisse do encontro entre Rússia e Estados Unidos.

No fim da tarde desta terça-feira, em uma coletiva na Flórida, Trump sugeriu que a Ucrânia tem culpa pelo início da guerra. "Vocês deveriam ter feito um acordo", disse ele ao se referir às autoridades ucranianas.

O presidente americano também declarou que a Ucrânia deveria ter iniciado uma negociação para resolver o conflito há muito tempo. Trump disse que teria acabado com a guerra em um acordo que cederia alguns territórios ucranianos para a Rússia.

"Eu poderia ter feito um acordo para a Ucrânia que teria garantido a eles quase todo o território. Quase todo o território", disse.

Ele ainda questionou o poder de Zelensky e afirmou que o país está há muito tempo sem eleições.

"Não é uma questão vinda da Rússia. É algo questionado por mim, questionado por outros países. A Ucrânia está sendo exterminada", disse.

Atualmente, a Ucrânia vive sob Lei Marcial por causa da guerra. Com isso, as eleições presidenciais, que estavam marcadas para março de 2024, foram canceladas.

Ainda na coletiva, Trump questionou para onde foram os recursos enviados pelos Estados Unidos à Ucrânia, cobrou mais investimentos da Europa e culpou o ex-presidente Joe Biden pela situação atual do conflito.

A imprensa norte-americana afirmou que Trump usou informações falsas como argumentos. Segundo o jornal "The New York Times", ele exagerou nos dados sobre recursos enviados para a Ucrânia e também citou informações imprecisas sobre a aprovação de Zelensky no país.

Encontro na Arábia Saudita

Donald Trump durante coletiva de imprensa na Flórida, em 18 de fevereiro de 2025 — Foto: REUTERS/Kevin Lamarque

O encontro entre EUA e Rússia na Arábia Saudita, nesta terça-feira, marcou a primeira discussão oficial entre os dois países sobre um acordo para o fim do conflito. A reunião também ocorre menos de uma semana após Trump e Putin conversarem pelo telefone.

Durante a reunião, a Rússia insistiu que não vai aceitar uma inclusão da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que é uma aliança militar entre Estados Unidos e outros países.

O assessor de política externa da presidência russa, Yuri Ushakov, afirmou que a reunião correu bem e que "foi uma conversa séria sobre todas as questões", segundo a agência de notícias russa Ifax.

O encontro também teve como objetivo tratar sobre a restauração das relações bilaterais entre EUA e Rússia e a preparação de um encontro entre o Trump e Putin, segundo o Kremlin.

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