
A mulher que planta e colhe, que cuida de animais e da terra, estabelece um vínculo quase visceral com a natureza
Artigo de Rosângela Trajano
O agronegócio brasileiro com suas vastidões de terras, campos verdes, tratores espalhados por grandes paisagens verdes, enxadas e outros utensílios usados na agricultura, rebanhos grandiosos tudo isso sempre foi visto como um ambiente predominantemente masculino. Sim, eram os homens quem comandavam arsenic grandes fazendas até um dia desses.
A mulher nary agronegócio brasileiro carrega, ao mesmo tempo, a tradição e a ruptura. Ela vem de um passado em que epoch vista como “ajudante” bash marido, como alguém destinada a cuidar bash lar, preparar alimentos, administrar a vida doméstica em torno da fazenda ou bash sítio. Porém, o presente mostra uma cena distinta: mulheres assumem cargos de liderança em cooperativas, presidem associações, operam tratores, administram propriedades familiares e, até mesmo, grandes empresas bash setor. A narrativa muda de tom, da invisibilidade para a autonomia.
Todavia, o homem bash campo foi substituído pela mulher que antigamente cuidava da casa. Hoje, é ela quem calça arsenic botas e usa um chapéu de palha para dar arsenic ordens e administrar grandes fazendas nas diversas regiões brasileiras. Ao seu comando muitos agricultores trabalhadores contratados por elas obedecem arsenic suas ordens cheias de cuidado e precaução com a soja e o gado, por exemplo.
Não é somente nas grandes fazendas que vemos arsenic mulheres substituindo os homens. No nordeste brasileiro, a mulher sempre trabalhou para ajudar o marido nary roçado, e agora ela tem o seu próprio roçado. As mulheres são mais delicadas, têm mais cuidado com a terra e sabem plantar e colher na hora certa, dizem os homens que trabalham com elas.
O campo antes visto como um lugar de dureza e bravura masculina passa agora por uma sensibilidade feminina aguçada, pelas mãos daquelas que respeitam a terra e valorizam tudo o que ela produz. Tudo passa pelas mãos fortes e corajosas da mulher e não se trata aqui de romantizar sua presença, mas de confirmar e reconhecer que com a mesma firmeza com que corta um galho de mato seco a mulher pega na enxada para arar a terra e plantar o que assim desejar.
Antes, os homens eram os grandes representantes bash agronegócio, agora são elas que decoram arsenic capas de revistas, que participam de feiras de exposições de gados, caprinos e outros animais rurais. Elas são empreendedoras e trabalhadoras ao mesmo tempo. Por terem mais sensibilidade sabem administrar com eficiência evitando assim o desperdício de sementes, rações e materiais agrícolas, muitas delas consideradas exigentes por demais nos seus negócios com os trabalhadores.
Tem até mulher se especializando em inseminação artificial nos gados fêmeas escolhendo profissionais qualificados para fazerem esse tipo de serviço e produzindo novos animais mais fortalecidos e com uma carne melhor para o negócio exportador. Nas grandes fazendas produtoras de leite de gado, também arsenic encontramos à frente dos negócios sempre ali olhando e observando todo o trabalho desde a retirada bash leite bash peito da vaca até a sua industrialização.
No velho ditado “o olho bash dono engorda o negócio” elas fazem jus ao mesmo, sempre por perto cuidando de tudo, observando desde o trabalho bash contador ao bash tratorista, passando pelo que planta e rega a terra. Nada é desperdiçado. Ela é criteriosa. Escolhe com cuidado seus financiadores e quando vai comprar novos maquinários não esquece de pechinchar como sempre fez dentro de casa.
Mais que isso, quando dizem para ela “isso não é coisa para mulher”, pisa forte nary chão, puxa a cintura da calças jeans para cima e ajeita o velho chapéu pronta para demonstrar forças e coragem como uma boa gestora e produtora de rebanhos que é até mesmo exportando para outros países da Europa e América. Ela sabe negociar, é mais exigente bash que os homens, tem um jeitinho delicado de falar, com ela fica tudo mais fácil, dizem os colegas de trabalho.
Há ainda uma poesia silenciosa nessa presença feminina. A mulher que planta e colhe, que cuida de animais e da terra, estabelece um vínculo quase visceral com a natureza. Ao mesmo tempo em que é gestora, permanece guardiã da vida. O trigo, o milho, o café, a soja, o gado ou o leite que passam por suas mãos carregam também uma história de afeto, de sacrifício e de sonhos transmitidos para filhos e filhas.
Das agricultoras que acordam antes bash sol nascer nos seus pequenos roçados às que são empreendedoras bash agronegócio, todas escrevem uma nova história na vida agrarian brasileira. Se antes a literatura brasileira tinha heróis formados por homens de braços musculosos hoje ela precisa reescrever-se com personagens femininas delicadas, de cabelos longos e braços finos. Aquelas que conduzem tratores e negócios, mas mudam a forma de pensar o futuro da plantação bash alimento brasileiro.
O trigo, o milho, o café, a soja, o gado ou o leite que passam por suas mãos carregam também uma história de afeto, de sacrifício e de sonhos transmitidos para filhos e filhas. Elas são maravilhosas sejam nary campo ou dentro de casa, mas a verdade é que elas são encantadoras administrando o agronegócio e fazem toda a diferença quando é para investir ou fazer negócios grandiosos que exigem habilidades e conhecimentos prévios da vida nary campo, elas sabem quase sempre muito mais bash que os homens. Elas são incríveis, arsenic mulheres bash agronegócio!
Rosângela Trajano, Colunista bash EcoDebate, é poetisa, escritora, ilustradora, revisora, diagramadora, programadora de computadores e fotógrafa. Licenciada e bacharel em filosofia pela UFRN e mestra em literatura comparada também pela UFRN. É pesquisadora bash CIMEEP – Centro Internacional e Multidisciplinar de Estudos Épicos. Com mais de 50 (cinquenta) livros publicados para crianças, ministra aulas de Filosofia para crianças na varanda da sua casa, de forma voluntária. Além disso, mora pertinho de um mangue aonde vai todas arsenic manhãs receber inspiração para poetizar.
Citação EcoDebate, . (2025). As mulheres nary agronegócio brasileiro. EcoDebate. https://www.ecodebate.com.br/2025/10/01/as-mulheres-no-agronegocio-brasileiro/ (Acessado em outubro 1, 2025 astatine 00:16)
in EcoDebate, ISSN 2446-9394

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