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Black Friday: o que fazer nos primeiros 10 minutos após cair em golpe; veja

A Black Friday se aproxima e, com as ofertas, chegam também os golpistas digitais prontos para aproveitar a empolgação dos consumidores. De sites falsos e fraudes com IA a promoções absurdas nas redes sociais, as armadilhas estão cada vez mais sofisticadas. Renato Cunha, especialista em segurança digital e meios de pagamento com mais de 9 anos de experiência e proprietário da 3RMS, empresa de tecnologia para o varejo, alerta: a falta de verificação é a maior aliada dos criminosos.

"As pessoas caem em fraudes, principalmente, por não conferirem a veracidade da informação. Elas veem uma oferta tentadora e, no impulso, não validam se aquela promoção existe de fato no site ou nas redes oficiais da loja", explica o especialista, que acumula mais de 1 milhão de seguidores em suas redes sociais, onde educa o público sobre prevenção de fraudes.

 Unsplash Black Friday: o que fazer nos primeiros 10 minutos após cair em golpe; veja — Foto: Distribuição: Unsplash

Os golpes mais comuns da Black Friday

Lojas falsas e promoções absurdas

"Uma promoção legítima oferece descontos, não presenteia o produto. Se o valor está absurdamente abaixo do mercado, é um sinal de alerta máximo", adverte Cunha. Segundo o especialista, sites falsos costumam oferecer apenas o Pix como forma de pagamento, usando a promessa de um "desconto maior" como isca. "Se for uma loja conhecida, sempre valide a promoção diretamente no atendimento ao cliente", recomenda.

Fraudes em grandes marketplaces

Até as plataformas mais seguras podem abrigar golpes por vendedores terceirizados. O golpe clássico acontece quando o vendedor entra em contato pelo chat interno da plataforma pedindo para cancelar o pedido e recomprar por um link externo, ou solicitando um pagamento extra para o frete. "Qualquer comunicação que tente tirar a transação do ambiente controlado da plataforma é golpe. Todo problema deve ser resolvido com a própria plataforma", alerta.

Mensagens com promoções "imperdíveis" chegam por WhatsApp, SMS ou e-mail, mas nem sempre são legítimas. "Clicar em links de promoções é seguro apenas se forem de canais oficiais. Desconfie de links recebidos por WhatsApp, SMS ou e-mails não solicitados", orienta o especialista.

Esses links levam geralmente a páginas falsas que imitam sites conhecidos, mas com pequenas diferenças na URL. O objetivo é capturar dados pessoais, senhas e informações de cartão de crédito. Cunha recomenda: antes de clicar, verifique se a promoção está disponível no site oficial ou nas redes sociais verificadas da loja. "No impulso da Black Friday, as pessoas não param para checar. É exatamente isso que os golpistas esperam", alerta.

Qual a forma de pagamento mais segura?

Na hora do pagamento, Cunha é categórico: o cartão de crédito, especialmente o virtual, ainda é a opção mais segura. "Em caso de problema, o consumidor tem a ferramenta do chargeback (estorno) que é bastante eficiente. A ferramenta de estorno do Pix, o MED, ainda é pouco ágil e burocrática", compara.

O especialista também é enfático sobre a proteção de dados: "O consumidor nunca deve informar dados sensíveis, como número completo do cartão ou senhas, em chats paralelos. O ambiente da loja é protegido. Fora dele, é golpe."

O que fazer nos primeiros 10 minutos após cair em um golpe

Se o pior acontecer, a velocidade na reação é fundamental. Cunha lista cinco ações essenciais:

1. Contestar a compra imediatamente

Se for em uma loja legítima com falsos vendedores no marketplace, solicite o cancelamento da venda e monitore o estorno. Em seguida, entre em contato com a operadora do cartão ou banco responsável pelo PIX. Em caso de loja falsa (aquelas sem login, senha ou área do cliente), entre em contato com o banco e abra um chargeback se for cartão, acione o MED em caso de PIX, ou solicite o bloqueio da compensação se for boleto.

2. Registrar boletim de ocorrência online

É importante fazer um Boletim de Ocorrência (B.O.) para formalizar qualquer incidente, já que é um registro crucial para iniciar investigações policiais, garantir seus direitos em processos judiciais e obter indenizações de seguros. Além disso, o B.O. subsidia estatísticas de segurança pública e ajuda as autoridades a identificar padrões criminais e direcionar esforços de prevenção. Com isso, não deixe de incluir todos os detalhes do golpe, como valores e o site visitado.

3. Cancelar o cartão utilizado

"Por mais que possam ter aplicado golpe só na venda de algo que nunca vai chegar, o cartão utilizado fica comprometido; por isso, precisa cancelar e pedir outro", explica Cunha.

4. Guardar todas as evidências

Salve prints, números de protocolos de atendimento e qualquer outra prova. Caso os prazos falhem, essas informações serão necessárias para registrar reclamações no Banco Central e Consumidor.gov.

5. Aguardar os prazos informados

"Vale lembrar que não existe garantia de recuperação de valores, porém sempre existe a possibilidade, por isso é importante agir rápido", ressalta o especialista.

Direito de arrependimento

Cunha lembra ainda que em toda compra online o cliente tem direito ao arrependimento. "Nos primeiros 7 dias pode solicitar o cancelamento sem qualquer justificativa. Com isso, se comprar e o produto passar muito da data de entrega e estiver nesses 7 dias, é aconselhado realizar o cancelamento."

A principal defesa é a desconfiança consciente

Questionado sobre as ações de empresas e órgãos públicos, Renato Cunha é direto: "Sinceramente, pouco! Não existem campanhas tão intensas para essa prevenção. Precisamos de mais atenção nisso, pois golpes atingem muitas pessoas todos os dias."

Para o especialista, a principal defesa ainda é a cautela do próprio consumidor. "NUNCA envie dados ou faça pagamentos se não tiver certeza. Na dúvida, evite lojas que não conhece e dê preferência para onde já está acostumado a comprar. Proteger-se é um hábito que deve ser cultivado o ano todo", finaliza.

Dica extra de prevenção contra golpes na Black Friday

 Branddi Empresa cria site para verificar links falsos e evitar enganos na Black Friday; conheça a Branddi — Foto: Divulgação: Branddi

A Branddi, empresa especializada em proteção de marcas no ambiente online, lançou uma ferramenta gratuita que verifica, em até 30 segundos, se uma oferta é potencialmente legítima ou fraudulenta. A tecnologia utiliza Inteligência Artificial para analisar a URL inserida pelo usuário e detectar sinais de risco, como domínios suspeitos, sites recém-criados e padrões de golpes já conhecidos. O resultado é apresentado por uma avaliação numérica, que varia de 0 a 100, acompanhada de uma análise explicativa que indica o grau de segurança da página.

O TechTudo testou a ferramenta, que está em versão beta, e percebeu que já demonstra alta taxa de precisão e pode oferecer uma camada extra de proteção especialmente útil em períodos de alta demanda comercial. "Queremos tornar o ambiente digital mais seguro e acessível. Sabemos que em datas como a Black Friday, o aumento nas compras online também traz uma explosão de tentativas de fraude", explica Diego Daminelli, CEO da Branddi.

Nós colocamos o site "https://www.amazon.con", visto que pequenos erros de digitação, muitas vezes, são utilizados por golpistas para passarem despercebidos entre as vítimas e recolherem informações sensíveis, como senhas de cartão de crédito. A plataforma identificou como falso e trouxe uma análise. Confira abaixo.

 TechTudo Branddi identifica se site é falso ou não para evitar golpes financeiros; entenda — Foto: Arte: TechTudo
 TechTudo Branddi analisa sites e alerta se são falsos ou não para evitar golpes; saiba usar — Foto: Arte: TechTudo

A ferramenta foi desenvolvida para que qualquer consumidor possa verificar a segurança de uma oferta antes de realizar uma compra, evitando prejuízos financeiros ou o vazamento de dados pessoais. O acesso é gratuito e está disponível através do link "fraude-ou-nao.conversion.com.br" (sem as aspas).

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