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Brasil enfrenta tarifa mais alta do que a China após acordo entre Trump e Xi Jinping

Além do Brasil, a Índia também enfrenta tarifas de até 50% impostas por Donald Trump. No caso indiano, a medida foi uma resposta à manutenção das compras de petróleo russo pelo país, contrariando as sanções dos EUA em meio à guerra na Ucrânia.

“O que importa em uma negociação é olhar para o futuro. A gente não quer confusão, quer resultado”, afirmou Lula.

Trump, por sua vez, disse que, apesar de o encontro ter sido “muito bom”, isso não garante um acordo imediato. “Eles gostariam de fazer um acordo. Vamos ver, agora mesmo estão pagando cerca de 50% de tarifa.”

Segundo o ministro do Desenvolvimento e vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, ainda não há data marcada para uma nova reunião.

Lula e Trump se encontram na Malásia. — Foto: Ricardo Stuckert/PR

A reunião entre o presidente dos EUA e o líder chinês ocorreu na madrugada desta quinta-feira, na Coreia do Sul. Segundo Trump, em troca da redução na tarifa sobre produtos da China, Pequim deve:

  • retomar a compra de soja americana;
  • manter o fluxo de exportação de terras raras;
  • e combater o comércio ilícito de fentanil.

O encontro, que durou quase duas horas, foi o primeiro entre os dois chefes de Estado desde o retorno de Trump à Presidência, em janeiro. Na prática, representou um avanço nas tentativas de reduzir as tensões da guerra comercial entre os dois países.

Além da redução da tarifa geral, os EUA se comprometeram a cortar pela metade os tributos sobre produtos relacionados ao fentanil, passando de 20% para 10%. Trump também afirmou que a China vai comprar “quantidades enormes” de soja e outros produtos agrícolas.

Outro ponto relevante do acordo entre os líderes envolve as chamadas terras raras. A China concordou em suspender, por um ano, os controles de exportação anunciados neste mês sobre esses insumos.

  • 🔎 As terras raras são um grupo de 17 elementos químicos presentes em vários países. A maior parte das reservas conhecidas está concentrada na China, com o Brasil entre os principais detentores. Esses elementos são essenciais para a produção de smartphones, carros elétricos e outras tecnologias avançadas, o que os torna estratégicos para a indústria global.

Esses novos controles globais exigiriam licenças de exportação para produtos que contivessem até vestígios desses elementos, com o intuito de impedir seu aproveitamento em aplicações militares.

Outros pontos do entendimento entre Trump e Xi são:

Suspensão das restrições de exportação dos EUA, que impediam empresas de adquirir tecnologia americana, como equipamentos usados na produção de semicondutores.

Compromisso da China em comprar soja dos EUA. Segundo o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, o país prometeu adquirir 25 milhões de toneladas por ano ao longo dos três próximos anos.

Suspensão temporária de novas tarifas portuárias pelos EUA. O governo Trump aceitou suspender por um ano a aplicação de novas taxas a embarcações construídas, registradas ou pertencentes à China.

Colaboração no combate ao tráfico de fentanil. A China se comprometeu a fornecer aos EUA uma “cooperação significativa” para diminuir o envio de precursores químicos da substância — inclusive via Canadá e México — em troca da redução da tarifa para 10%.

* Com informações da agência de notícias Reuters.

Donald Trump em encontro com Xi Jinping — Foto: REUTERS/Evelyn Hockstein

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