Brinquedos infantis equipados com inteligência artificial (IA) generativa podem representar riscos à segurança, à privacidade e ao desenvolvimento emocional das crianças, segundo um estudo recente do Grupo de pesquisas de Interesse Público dos Estados Unidos (PIRG). A análise avaliou três produtos que utilizam chatbots para conversar com o público infantil: o robô Miko 3, da Miko; o ursinho Kumma, Folotoy; e o foguete Grok, que utiliza a voz da cantora canadense Grimes.
As simulações identificaram falhas graves nos mecanismos de proteção, permitindo que os brinquedos respondessem a perguntas sobre temas sensíveis, como violência, sexualidade e uso de objetos perigosos. Além do conteúdo inadequado, os pesquisadores alertam para o registro de dados sensíveis das crianças, a ausência de filtros eficazes e a maneira como esses dispositivos se colocam como figuras de apoio emocional, o que pode interferir na relação com cuidadores. Veja, a seguir, todos detalhes do estudo e quais cuidados os pais precisam ter.
Brinquedos com IA são perigosos? Estudo indica que sim; entenda riscos e veja o que especialistas dizem — Foto: Arte/TechTudo Brinquedos com IA: o que diz o estudo da PIRG?
Todos os brinquedos infantis analisados apresentaram comportamentos considerados problemáticos. Em testes práticos, os dispositivos forneceram informações sobre como encontrar objetos perigosos dentro de casa e, em ao menos um caso, chegaram a explicar como acender um fósforo. Os pesquisadores também identificaram diálogos envolvendo conteúdos de cunho sexual explícito, mesmo quando os produtos se apresentavam como seguros e adequados para crianças. O urso Kumma, por exemplo, chegou a listar exemplos de fetiches ao ser questionado sobre o assunto.
Outro ponto de alerta envolve o impacto emocional, especialmente em crianças de até seis anos, fase considerada fundamental para o desenvolvimento psicológico. Em uma simulação, ao ouvir que a criança queria fugir de casa, o Miko 3 não recomendou buscar ajuda de um adulto, preferindo assumir o papel de ouvinte e oferecer apoio emocional.
Miko 3, Grok e Kumma: brinquedos que utilizam IA se revelaram perigosos durante testes — Foto: Reprodução/Miko, Curio, Folotoy Especialistas afirmam que esse tipo de resposta, além de representar riscos, pode enfraquecer os vínculos com pais e responsáveis. Sonia Dias, gerente de Desenvolvimento e Soluções do Itaú Social, pontua que, "embora a internet ofereça estímulos visuais e sonoros atrativos, seu uso excessivo reduz o tempo destinado às interações presenciais. Esse desequilíbrio pode levar ao isolamento social, sentimentos de insegurança, alienação e até problemas de saúde mental".
Thiago Henrique Roza, psiquiatra e professor da UFPR que pesquisa vícios tecnológicos, acrescenta que a exposição intensa a IA também "pode dificultar a aquisição de capacidades de resolução de problemas complexos e pensamento crítico".
Privacidade e limites na interação infantil com IA
Há ainda preocupações sobre privacidade e coleta de dados. Brinquedos com IA captam informações de voz e comportamento, e não há transparência suficiente sobre como esses dados são armazenados e utilizados. Pesquisadores do PIRG também questionam, em seu estudo, se a promessa de “amizade” feita por esses produtos pode levar crianças a substituir relações humanas pela interação com máquinas.
Apesar das críticas, o mercado de brinquedos com IA tende a crescer, impulsionado por parcerias entre grandes empresas de tecnologia e fabricantes tradicionais. Recentemente, a Mattel anunciou uma colaboração com a OpenAI, responsável pelo ChatGPT, prometendo oferecer “experiências de brincar adequadas a diversas faixas etárias utilizando a magia da IA”. Diante desse cenário, especialistas defendem regras e fiscalização mais rígidas, além de cautela por parte dos responsáveis ao introduzir esse tipo de tecnologia na rotina infantil.
Criança assistindo desenho no tablet — Foto: Reprodução/GettyImages (Justin Paget) Afinal, crianças podem usar IA sem riscos? Como proteger meu filho?
Embora os aparelhos digitais pareçam educativos e divertidos, eles podem coletar dados da criança, estimular hábitos repetitivos e diminuir o tempo de contato dela com outras pessoas. Nesse contexto, é importante que os responsáveis permaneçam atentos, revisando regularmente permissões de aplicativos, controlando recursos de coleta de dados e mantendo softwares atualizados.
Estar presente ativamente enquanto o filho usa a tecnologia também é essencial. Brincar junto, por exemplo, permite mostrar como esses recursos funcionam, ensinar a diferenciar o que é verdade do que é mentira e deixar claro que a tecnologia é uma ajuda, e não a única fonte de conhecimento.
Por fim, é preciso lembrar que o aprendizado vai além das telas, de modo que incentivar a leitura de livros, os jogos de tabuleiro, as atividades ao ar livre e as demais brincadeiras estimula o convívio, a criatividade e a empatia.
Como você explicaria a IA para crianças? Estagiário Pergunta!!

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